sábado, 20 de maio de 2023

O Sr. Roskopf!

 


A exemplo do que aconteceu com os automóveis, em que nasceu o Volkswagen para gente de poucas posses, também na  relojoaria se passou coisa idêntica. Os relógios suíços, sem dúvida nenhuma, eram e continuam a ser umas máquinas impecáveis que não tem comparação no mundo. Só que não estavam ao alcance de qualquer bolsa e aí o Sr. Roskopf que podem ver na imagem aqui ao lado, apareceu para solucionar o problema. Com a sua arte e os seus conhecimentos conseguiu construir uma réplica do relógio suíço que era muito mais barato e funcionava a contento do povo.

Aí os homens da massa que não gostaram nada que desvalorizassem aquilo que eles usavam (para armar em ricos e demarcar-se dos pobres) lançaram uma grande campanha contra a marca nova para a desacreditarem. Não foram bem sucedidos, pois quem não tinha dinheiro para um verdadeiro "Suiço" comprava um Roskopf e tinha também as horas certas.

Mesmo assim, a marca ganhou um mau nome, por causa do preço e não da qualidade, de modo que essa marca ficou associada a um produto de baixo preço que é sinónimo de baixa qualidade. A mesma coisa acontece, agora, aqui em Portugal, com a roupa chinesa. Há uma loja de roupa, aqui ao lado, que vende blusas de senhora a 35€. Se não se importar de levar a chinesa leva 3 por 36€. É assim a modos que roupa da marca Roskopf.

Há um porto de mar, na Bretanha, que tem o mesmo nome e, em tempos que já lá vão, inventaram um relógio que só funcionava durante 24 horas, pois não tinha máquina, tinha apenas uma corda que fazia andar os ponteiros, enquanto a corda ia desenrolando. A ideia era vendê-los aos marinheiros que demandavam aquele porto e se iam embora no dia seguinte. Ficaram também conhecidos por «Relógios de Roscofe» (nome da terra, e deram mais má fama aos verdadeiros Roskopf da Suíça.

Ainda existem e são vendidos como uma raridade nas casas de leilões. A talhe de foice, quando passei nas Canárias, em 1965, era costume comprar relógios ao Kilo, de tão baratos que eram. Só que alguns eram como os da Bretanha, depois de uma noite de sono, pegavas nele para ver as horas e já estava parado. Como fui avisado a tempo, gastei o dinheiro em garrafas de uísque e esqueci os relógios e essa história toda ... até hoje!

N.B. - Na minha aldeia, como não falam nenhuma Língua estrangeira, nem conhecem a história do Sr. Roskopf, abreviaram a coisa para «marca rosca» para designar aquilo que não presta (como o presidente dos morcões).

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