quinta-feira, 25 de maio de 2023

O Portugal das Mulheres!

Filha do conde Diogo Fernandes e da condessa Onega ou Onecca, possivelmente tia do rei Ramiro II de Leão, foi uma célebre e rica mulher, a mais poderosa no Noroeste da Península Ibérica, é reconhecida por várias cidades portuguesas devido ao seu registo e acção.

Mumadona casou entre 915 e 920 e antes de 23 de fevereiro de 926 — altura em que aparecem juntos pela primeira vez - com o conde Hermenegildo Gonçalves, passando, porém, a governar o condado sozinha após o falecimento do seu esposo entre 943 (quando o conde aparece pela última vez) e 950, o ano quando Mumadona, já viúva, fez a partilha com seus filhos dos bens herdados. O conde Hermenegildo deixou-a na posse de inúmeros domínios, numa área que coincidia sensivelmente com zonas que integrariam os posteriores condados de Portucale e de Coimbra.

Entre a segunda metade de 950 e começo de 951, por inspiração piedosa, fundou, na sua herdade de Vimaranes, um mosteiro sob a invocação de São Mamede (Mosteiro de São Mamede ou Mosteiro de Guimarães), onde, mais tarde, professou. Pouco depois de 959, para a proteção desse mosteiro e das suas gentes contra as incursões dos normandos, determinou a construção do Castelo de Guimarães, também chamado Castelo de São Mamede, à sombra do qual se desenvolveu o burgo de Guimarães, vindo a ser sede da corte dos condes de Portucale.


Às quintas-feiras o pensamento foge-me para Barcelos, a minha terra natal. Talvez seja por causa da feira - a mais importante e mais frequentada de todo o Minho - ou seja a  voz dos meus antepassados que clama por mim e exige a minha presença para lhes prestar as honras devidas. O mais provável é que daqui a um par de horas me faça ao caminho e vá feirar um pouquinho e deixar os meus pensamentos recuar no tempo, até ao século X.

A História de Portugal começa com o jovem Afonso Henriques e a sua mãe D. Teresa que era a reconhecida dona do Condado Portucalense, ou seja, a primeira mulher que detinha o poder sobre a terra onde eu, 10 séculos mais tarde, viria a nascer.

Mas uns bons duzentos anos antes dela, já essas terras eram dominadas por outra mulher que é, de facto e de direito, a primeira "mulher mandona" que consta da nossa história. Ainda o futuro pequeno país que hoje somos era apenas um Condado e a Condessa Mumadona era quem riscava (dava as ordens) por estas bandas.

O primeiro parágrafo desta minha publicação conta um pouco da sua história e foi transcrito do Infopédia, para que não digam que eu sou um inventor e nada do que eu digo tem qualquer valor histórico. Quando eu era pequenino ninguém me perguntou nem eu saberia responder, mas se a pergunta me fosse feita hoje, eu responderia que queria ser historiador. Não há nada que me dê mais prazer do que escrever sobre factos históricos. Se eu vivesse em Lisboa passaria o meu tempo livre a folhear documentos antigos, na Torre do Tombo, para descobrir alguma pista que outros ainda não conseguiram vislumbrar e me desse a chance de escritos inéditos.

Como vivo muito longe, tenho que limitar-me a falar de ouvido, ou seja, puxar pela cachimónia e tentar lembrar conversas que ouvi aos mais velhos, aqueles que nasceram no século XIX e nunca aprenderam a ler nem escrever. Hoje parece um contrasenso dizer isso, mas não ser letrado deu a essas pessoas a capacidade de transmitir a sua História por via oral. E felizes daqueles que a ouviram e têm boa memória, onde coube essa informação e assim a transportaram até ao século XXI em que vivemos.

Gabo-me de ser uma dessas pessoas, o meu cérebro tem uma capacidade quase ilimitada de guardar dados e poder transmiti-los em letra de forma, sempre que isso seja necessário ou útil. Foi assim que hoje me deu para abrir o livro das minhas memórias e com a ajuda das ferramentas mais modernas ( O Sr. Google, os computadores e a Wikipédia - e sacar a página referente à Condessa Mumadona (ou seria Dona Muma?) Dias que era quem mandava em Barcelos, onde já deveria funcionar a feira semanal, tal e qual como funciona hoje, embora só produtos agrícolas, artigos de olaria ou tecidos de linho e ferramentas em ferro forjado enchessem os escaparates.

Venham a Barcelos comigo (nem que seja só em pensamento)!

O lar de Mumadona Dias

5 comentários:

  1. Bom dia
    Obrigado por esta boa lição de história .
    Talvez não tanto como o amigo mas também gosto destas coisas .

    JR

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  2. Claro que irei a Barcelos consigo, pois se eu ia lá comprar caracóis a uma tasquinha cujo nome agora não me acode à mente... Isto, no tempo em que os meus filhos estudavam na Universidade do Minho, não agora.

    Essa mão já deve de estar 'mais melhor que boa'...tanto teclar denuncía essas melhoras. Antes isso...

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  3. E eu que nunca foi a Barcelos apesar de por duas vezes ter passado uma semana no Minho e ter percorrido muitas vilas e aldeias e até um pouco de Trás-os-Montes.
    Abraço e saúde

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  4. Boa noite camarada 29 , por aqui tudo bem e esta tarde pensei em ti a 800 mts de altura o que faz 148 andares da torre Burg Kalifa . No ar condicionada esta¨se bem , mas fora faz 35° .
    Amanha começo a ler a 78 ém pagina do livro de minha vida e ainda nao recebi o premio do Alfredo, mas tu vas conseguilo . Editas um livro e compras alguns milheres de exemplares e o Nobel esta no bolso .
    Saude e forças .


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  5. Passei por aqui para ler os vossos comentários, sempre muito amáveis! Obrigado pela preferência!!!

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