quarta-feira, 10 de junho de 2020

O Camões!

Metade dos portugueses aprendeu a odiar o nosso maior poeta por ter sido obrigado a estudar a sua obra literária mais conhecida, «Os Lusíadas». A outra metade nunca estudou e não fazia a menor ideia de quem era o homem da pala num olho. Não deve ser muito diferente, agora, pois a disciplina de Português não agrada aos estudantes e muitos se vêem "gregos" para terminar os seus estudos por causa disso.
Hoje, comemora-se a data do seu nascimento, há 496 anos. Penso que a festa maior será em 2024, ano em que faria 500 anos. Se vivêssemos em tempos de mais fartura, haveria festa rija, seriam inaugurados mais uma dúzia de monumentos pelo país fora e, certamente, seria lançada uma série de selos do correio com a sua imagem.
Aqui na Póvoa, a Praça Luis de Camões tem uma estátua do Sá Carneiro. Não tenho nada contra esse senhor da política, mas o lugar dessa estátua devia ser em Barcelos, de onde procede a sua família. Uma estátua, em ponto grande, seria o mais indicado, em pé e com o rolo de pergaminhos que eram a sua obra erguido ao alto na sua mão direita. Isto para evitar que o mar lhos levasse, visto que vivemos numa terra à beira-mar e a não mais que meia dúzia de metros de altura acima do nível deste. Como se fartam de nos avisar que o mar vai subir e roubar às lusas gentes o que estas lhe roubaram nos últimos séculos, há que ter algumas cautelas.
Quanto aos selos comemorativos do nascimento de Camões, em 1524, não me parece que faça qualquer sentido, pois além de os Correios estarem mais que falidos - actualmente é o «electronic mail» que está a dar - e as poucas cartas que circulam por aí são apenas franquiadas, já se perdeu o velho hábito de lamber o selo.
Outra efeméride que foi anexada a esta data é o «Dia do Combatente», pensando nos muitos mortos da Guerra do Ultramar, os quais, tal como o nosso poeta, saíram de Lisboa a caminho de uma guerra que não era a sua, em defesa da Pátria e da sua bandeira. Hoje, ás 12.00 horas, haverá uma espécie de minuto de silêncio que deverá ser respeitado por todos os combatentes ainda vivos, em memória dos seus camaradas que deixaram a vida na Guerra Colonial.
Para a nossa juventude, principalmente, os que nasceram já neste século, este dia é só um feriado em que não se trabalha nem vai à escola. Para eles é bom e basta !!!

2 comentários:

  1. Resultados de infiltrações comunas dentro do Ensino deixam marcas. Felizes aqueles que ainda se lembram do expoente máximo das nossa letras - O Luís Vaz. Ainda hoje li que o Mayor de Londres quer substituir os monumentos por estátuas da LGBTQ+ e por figuras de minorias… Não sei se verdade mas certamente que os jovens de hoje sabem mais sobre o criminoso George Floyd do que da figura lendária do nosso Camões.

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  2. A velhada arraigada ao passado. Não vê com bons olhos as atitudes da juventude de agora que está não sei quantas vezes mais desenvolvida do que estava a juventude de há 60 anos. Os tempos mudam e os mais velhos queiram ou não queiram tem de se conformar com a realidade.
    Quanto aos combantentes só servivam para combater contra aqueles que lutavam pela independência daquilo que era deles. Cujo o Salazar teimava em não reconhecer esse direito aos povo colonizados.
    Por último e quanto a Camões, morreu o homem mas não morreu a fama.

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