O mundo é redondo!

A Covid-19 começou na China, deu a volta completa ao mundo e foi acabar (esperemos que sim) na Índia, ali mesmo ao lado, onde o número de mortos, ontem, foi algo considerável. Com os olhos postos no Brasil e nos Estados Unidos, todos nos esquecemos dos outros que têm condições mais favoráveis para a pandemia entrar por ali dentro.

Na China e Índia, em conjunto, vive quase metade da população da Terra. A raça, a política, a religião, o clima e a forma de viver são muito diferentes nestes dois países. Em qual dos dois se dará melhor o "Vírus de Whuan"? Pelos vistos, é na Índia, pois já soma perto de 17 mil mortos, enquanto que na China (a acreditar nos números oficiais) ainda não chegou aos 5 mil.

Aquilo que na China foi fácil de controlar, pelo regime de ditadura que ali domina, muito difícil será na Índia, onde tudo falta, tudo menos a miséria que essa é visível por todo o lado. Que os deuses (eles têm muitos) os ajudem senão será uma desgraça muito pior que no Brasil, em que o Bolsonaro tudo faz para que ela continue!

Salada de ideias!

"Se houver duas ou mais maneiras de fazer algo e uma delas pode resultar em uma catástrofe, alguém se decidirá por esta”.

Isto afirmava o Sr. Engenheiro Edward Murphy e não é que ele tem mesmo razão? Se houvesse dúvidas cá estaria o treinador do Benfica para o comprovar.

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Quando saiu do Benfica o Jorge Jesus afirmou que deixou na Luz um Ferrari que o Rui Vitória não teria mãos para conduzir. Que dirá, hoje, o Bruno Lage ao pegar na sua mala e abandonar o Seixal? Que deixa ali um calhambeque com os pneus carecas e o motor gripado? Depois dos dois últimos jogos, ambos com os ilhéus e ambos perdidos (uma vergonha que demorará muitos anos a ser esquecida) que outra coisa poderá dizer?

Um cego a guiar outro cego é outra cena que fica bem ao Benfica de Lage e Vieira. Ora vejam o que dizem as Sagradas Escrituras:

Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo discípulo bem formado será como o seu mestre. Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando você não vê a trave no seu próprio olho?

Pelos vistos temos um mau mestre e um pior aluno no Benfica e enquanto não saírem de lá os dois, aquilo não tem remédio.

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Quando navegamos no meio de uma tal tormenta, o dia de amanhã terá de ser, obrigatoriamente, melhor que o de hoje.

Assim o espero !!!

As torres de Londres!

Bom povo cristão, vim aqui para morrer, de acordo com a lei, e pela lei fui julgada para morrer, e por isso não vou falar nada contra ela. Não vim aqui para acusar ninguém, nem para falar de algo de que sou acusada e condenada a morrer, mas rezo a Deus para que salve o rei e que ele tenha um longo reinado sobre vós, pois nunca um príncipe tão misericordioso esteve lá: e para mim ele será sempre um bom, gentil e soberano Senhor. E se qualquer pessoa ponha isso em causa, obrigá-la-ei a julgar os melhores. E assim deixo o mundo e todos vós, e sinceramente desejo que todos rezem por mim. Ó Senhor, tem misericórdia de mim, eu louvo a Deus a minha alma.

Coitada da Ana Bolena, ficou sem cabeça uns minutos depois de fazer este curto discurso àqueles que tinham vindo assistir à sua decapitação. O seu marido, Henrique VIII de Inglaterra ficou famoso por muitas razões, uma delas por ter metido na sua cama a Maria Bolena e, mais tarde, também a irmã desta com quem queria casar, contra a vontade do Papa que não autorizava o seu divórcio da espanhola com quem estava casado. Uma grande bronca que acabou com a formação da Igreja Anglicana e auto-nomeação de Henrique VIII como primeiro papa dessa igreja que dura até hoje.

Mas isso não salvou a francesa Ana do seu destino, pois a fraqueza do rei eram as mulheres e logo que conseguia uma já pensava na próxima (recorram à Wikipedia e leiam a história deste espertalhão), assim depois da Maria Bolena foi a sua irmã Ana e depois delas de da rainha Catarina vieram ainda mais cinco. Pelo menos foi o que me contaram, quando me dediquei a estudar esse assunto. Para ter o caminho livre, o rei mandou fechá-la numa das torres que podem ver na imagem acima e depois cortar-lhe a cabeça, à boa maneira da época.

A «Torre de Londres» era o Palácio do Rei e nasceu antes da nossa lusa pátria, meados do Século XI, e fica situado na margem direita do rio Tamisa, relativamente perto da «Ponte da Torre» que mostro na imagem acima. Fui a Londres muitas vezes, sempre em trabalho e nunca tive tempo nem disposição para estas "trenguices" turísticas, se lá voltasse hoje outro galo cantaria.

Tarde piaste, dizia o outro !!!

A puta não pára!

As suecas ão loirinhas, mas agora é melhor fugir delas!
Já viram como está aquilo lá em cima?
Para azar nosso, Lisboa também tem direito a uma mancha vermelha. O melhor é ficar em casa, quem puder, claro, pois quem tem que trabalhar para sustentar a família não tem outro remédio senão arriscar-se a apanhar o bicho!
Fique em c@sa !!!

O Jesus e eu!

Não sei se hei-de acreditar no que dizem os jornais desportivos de hoje, mas, à primeira vista, parece que já me livrei do bruxedo, pode acontecer tudo ao Benfica, mas ... sem Jesus ao leme da embarcação.

O Vieira deve estar mesmo doido, contra a vontade de todos e os conselhos de quem sabe mais que ele queria trazer de volta o treinador que mais desgostos me deu, ao longo de 6 penosos anos. Não há nada pior do que tirarem-nos da boca o mais suculento pitéu, a febra mais bem temperada, o petisco com que adormecemos, acordamos e sonhámos, durante o sono. Foi o que ele me fez em 3 dos 6 anos que comandou a equipa encarnada. Eu a pôr em funcionamento os músculos da minha mandíbula para abocanhar o petisco e vai ele, no último minuto, rapa-mo da frente. Não tem perdão!

Venha de lá o Pochetino (Poxetino lê a jornalista do Correio da Manhã), o Sampaoli ou outro santo qualquer que eu entendo-me com todos. Mas há uma condição, têm que mostrar serviço, pôr os jogadores a correr e ganhar jogos, senão ... a porta da rua é a serventia da casa.

Nunca outro treinador teve tantos jogadores bons e caros como o Jesus, é vê-los a mostrar serviço, ainda hoje, nos melhores clubes da Europa. Veremos o que vão dar ao próximo treinador, pois os rapazes do Seixal, sem um pouco da experiência de bons profissionais à mistura, nunca chegarão a lado nenhum. Eles são a fruta que no mercado mundial recolhe os milhões que mantêm o Benfica à tona de água, é assim há muitos anos e vai continuar a ser.

Os olheiros do Benfica têm que encontrar bons jogadores que não custem muito caro e tenham hipótese de progressão, para ajudarem a equipa a conquistar troféus e render ainda alguns milhões, antes de ficarem velhos demais. Mas têm também que procurar meninos abaixo dos 10 anos que mostrem habilidade com a redondinha para ingressarem nas escolas do Benfica e crescer como o João Félix, o Bernardo Silva, o Renato Sanches e muitos outros que fazem sorrir de felicidade os adeptos dos maiores clubes europeus.

O Benfica não começou nem acaba no Jorge Jesus e no presidente LFVieira, tem uma história já longa e que vais continuar a escrever-se no futuro. Esperem pelo próximo capítulo que deve chegar  já com o mês de Julho, o mês de S. Tiago, meu santo protector!

A EDP, as PPP's rodoviárias e a Lusoponte!

Recentemente, as notícias têm-se concentrado no julgamento de António Mexia e no pedido (ou ordem?) para que ele seja suspenso das suas funções, à frente da EDP. A negociata dos CMEC's envolve muitos milhões de euros - que temos vindo a pagar na nossa factura da electricidade mês após mês - e muitos cabeças-grandes da nossa praça, como o Ricardo Salgado. Muitos e bem conhecidos advogados da nossa praça já se juntaram para os defender e acrescentar uns bons milhares de euros às suas contas bancárias. Os advogados são verdadeiros vampiros que sugam as suas vítimas, quer sejam inocentes ou culpados, enchem os bolsos e seguem em frente. Deixam para trás um cliente, em liberdade ou na prisão, sem que isso lhes roube o apetite. Se conseguirem livrá-lo da prisão a sua fama cresce e a hipótese de aumentar os seus honorários no próximo caso sobe na mesma proporção.

Mas, hoje, não vim falar de advogados, mas sim dos nossos milhões que nos têm sido roubados com a ajuda dos políticos que elegemos para nos governarem e se governam à nossa custa. Este caso da EDP é bem um exemplo disso, mas veremos o que o "mais que famoso" juiz Carlos Alexandre consegue, depois de espremer os acusados que estão a contas com ele.

O segundo caso que envolve vários governantes do tempo de Sócrates que negociaram os contractos de construção e concessão das muitas autoestradas - algumas sem serventia alguma - que envolvem alguns milhares de milhões de euros. Vários ministros e Secretários de Estado, incluindo Mário Lino e Teixeira dos Santos, estão acusados de ter participado e lucrado com a negociata feita no tempo do Zé Pinóquio e é quase certo que este, directa ou indirectamente, também lucrou com esses negócios que engordaram as empresas de construção, como a Mota-Engil, o Grupo Lena e outras. Esse processo está ainda no início e Deus queira que seja instruído antes que o prazo de prescrição se aproxime do seu limite.

Com estes casos de corrupção a ser desenterrados e levados à Justiça, agora, pergunto-me se não seria possível fazer o mesmo com os ministros do Cavaco que fizeram o negócio da construção da Ponte Vasco da Gama, cativando as portagens da Ponte 25 de Abril em seu benefício, assim como de qualquer outra ponte que venha a ligar as duas margens do Tejo, entre Lisboa e Vila Franca de Xira. O consórcio Lusoponte foi criado para discutir este negócio com o governo, conseguiu o melhor negócio da sua vida e, como prémio, levou o Ministro das Obras Públicas para seu administrador. Tal e qual como a Mota-Engil levou o Jorge Coelho do governo de Sócrates. Este primeiros ministros e os seus ministros das Obras Públicas deviam estar sentados no banco dos réus pelo prejuízo causado às Finanças Públicas, quer tenham ou não (se houver quem acredite nisso) lucrado com o negócio em que intervieram..

Tenho dito !!!

O novo treinador do Benfica!

O Lage já não serve! Depois da vergonha que nos tem feito passar, desde o princípio do ano até agora, mais vale empacotá-lo e despachá-lo para qualquer lado, onde ninguém se lembre de o ir buscar de volta. Que não aconteça como ao Jesus que tem meio mundo a esfarrapar-se para o ter de volta. Já se esqueceram do episódio do computador que ele levou para o Sporting com as (super) tácticas que eram o segredo do Benfica. Metade dos benfiquistas querem-no de volta, por ter ganho 3 campeonatos, quando podia ter ganho 6, a outra metade, onde eu me incluo não o quer por dinheiro nenhum. Qualquer outro dos que andam por aí nas equipas ditas pequenas seria melhor escolha que ele, deixem-no lá quietinho no Brasil e que tenha muita sorte, ganhe milhões de reais e escape ao Covi, coisa que não parece fácil.

Olhem a panóplia de candidatos que os comentadores e analistas da nossa praça puderam na lista para ajudar o LFVieira e tomar uma decisão (hoje, se possível).

Vitor Pereira

Luís Castro

Leonardo Jardim

Jorge Jesus

Marco Silva

Jorge Sampaoli

E eu acrescento mais um que foi o homem que derrubou todos os recordes dor últimos anos do grande campeão da Luz, João Henriques, o treinador do Santa Clara. Talvez seja o homem certo, pois o que ele fez ao Benfica de Lage vai ficar nos anais da história e eu gostaria que ficasse também pela razão certa, ou seja, arrancar a ferros o título de campeão da presente época.

Teve um dia de glória na Luz, se o Vieira seguir o meu conselho vai ter muitos mais e estará connosco no Marquês a fazer a festa. Quanto mais difícil, mais valiosa é a conquista!

Carrega Benfica !!!

N.B. - Eu eliminaria aqueles que começaram a carreira no FCP e se fartaram de fazer vénias ao Papa das Antas, esses só serviriam para nos dar desgostos!

Clara de Assis!

Tinha a Nação Lusitana poucos anos de vida, quando nasceu Clara, uma fidalga italiana de Assis que viria a fundar a ala feminina da Ordem Franciscana. Contemporânea de S. Francisco de Assis foi por ele influenciada a entrar num convento e dedicar a sua vida aos pobres e famintos.

A Ordem das Clarissas é sobejamente conhecida em todo o mundo católico e há muitos mosteiros, conventos e outros monumentos dedicados à sua memória. Vila do Conde, aqui mesmo ao lado, é um desses casos com o convento e o famoso aqueduto de Santa Clara.

Para verem como a Ordem é antiga, basta saber que foi um filho do rei D. Dinis (I Dinastia) que mandou erigir este monumento. Eu cresci a olhar para ele sem lhe conhecer a História, e a passar por baixo dos arcos do seu aqueduto, já vazio da água cristalina que trazia do Monte de Terroso para as cisternas do convento.

Hoje, o nome da santa de Assis traz-me outras (e amargas) recordações!

Noitada de S. João!

O primeiro embate oficial entre as duas equipas, que data de 4 de janeiro de 1914, em partida do Campeonato do Porto, e terminou com vitória por 2-1 do Boavista.

Desde então, ao todo, FC Porto e Boavista já se defrontaram então em jogos oficiais por 139 vezes e o saldo é, como seria de esperar, favorável aos 'dragões', que venceram 95 desses encontros, perdendo apenas 23. Em jogos da I Liga o saldo é de 80 vitórias para o FC Porto e 17 para o Boavista.

Vai ser uma festa diferente! E diferente em todos os aspectos, primeiro porque não vai haver sardinhas assadas nas Fontaínhas (que ineressa? alguns nem sabem onde isso fica!), não vai haver martelinhos nem alhos porros, nem vinho nem cerveja, nem sequer gente nas ruas. Tudo o que vai haver é a festa do futebol que põe em confronto os do Porto Oriental (dragões) com os do Porto Ocidental (panteras), com muito bairrismo, mas sem assistência no estádio nem os super dragões a armar o pandemónio do costume. Tudo muito caladinho, muito bem comportado e dando tudo por tudo para não perder pontos, senão teremos o caldo entornado.

Sabemos que o Benfica joga antes e do resultado desse jogo depende muito do que vai passar-se no estádio do dragão. Se o Benfica não ganhar o seu jogo vai ser uma festa antecipada e os jogadores entrarão em campo como se já fossem campeões. Pelo contrário, se o Benfica amealhar os 3 pontos no confronto caseiro com os açorianos a equipa portista ficará com os nervos em franja e poderão jogar ainda pior do que fizeram contra o Aves.

Vai ser um noitada de S. João diferente do costume, mas vai valer a pena ver. Começa às 19.15 horas no Estádio da Luz e termina às 23.30 horas no Estádio do Dragão. Serão 4 horas de distracção pura e muitos nervos à flor da pele. Não perca, vai valer a pena!!!

O cão não tem casota!

Diz-se que há sempre uma razão para tudo. Eu gosto de escrever. Porque será? De onde me vem o gosto ou a predisposição?

A minha primeira professora foi a D. Josefina, amiga da minha mãe, que me aceitou na sua escola de uma freguesia vizinha daquela onde eu morava. Na minha aldeia havia apenas uma escola para meninos de todas as classes e a professora alegou que tinha alunos a mais para justificar a sua recusa em me aceitar. E foi adiantando, "ele ainda só fez 6 anos em Março e pode muito bem ficar para o ano". No ano seguinte, cheguei lá com a Primeira Classe feita e ela foi peremptória:

- Isso não serve de nada, aqui começa de novo na Primeira Classe.

Atrasou-me a minha vida um ano inteirinho, mas não foi o fim do mundo por causa disso. Alguns colegas de turma já eram repetentes e outros acabaram por perder um ou dois anos, durante o percurso escolar e saíram da escola mais velhinhos que eu.

Mas voltemos ao tema da escrita que é o que aqui me trouxe. Naquele ano em que estudei na escola da D. Josefina, eu tinha um colega de carteira chamado Licínio (que, por acaso, nunca encontrei na minha vida adulta) que passava o tempo a embirrar comigo. Tudo lhe servia para me levar à serra. Um dia deixou-me cair um borrão de tinta - lembram-se daqueles tinteiros de porcelana embutidos na carteira cheios de tinta permanente, onde nós molhávamos a pela para desenhar as letras no nosso caderno de caligrafia? - no meu caderno. Olhei para ele com cara de zangado e ele desatou a rir-se. Aí passei-me dos carretos, tirei o tinteiro do seu repostório e despejei-lho em cima do caderno.

Daí para a frente foi um teatro, mãos cheias de tinta, roupa estragada e a professora atrapalhada para nos manter quietos. Acabámos os dois castigados e o meu castigo foi escrever 100 vezes a frase seguinte:

- O cão não tem casota!

Todos os dias mostrava à professora o progresso do meu trabalho e ele nunca reclamou pelo tempo que demorei a concluí-lo. Não me recordo se o Licínio apanhou um castigo igual ou pior que o meu, mas como era vizinho da professora e havia uma grande relação de proximidade entre os seus pais e a D. Josefina, talvez tenha escapado ao castigo. E como fui eu o responsável pela "grande cena" e me viram com o tinteiro na mão, acabei com a maior parte das culpas.

Uma meia dúzia de anos depois, já como aluno interno do Colégio, em Coimbra, dei o tiro a uma aula de ginástica, numa quinta-feira de manhã - às quintas não havia aulas e a manhã era ocupada com uma aula de Ginástica e depois recreio até à hora do almoço - por me terem dito que o professor tinha ido para Coimbra, levar alunos ao dentista, coisa que era bastante frequente. Era Primavera, eu e um amigo da zona de Lisboa fomos aos ninhos.

Ir aos ninhos era um desporto que os rapazes da aldeia, como eu, adoravam. Seguir a passarada, descobrir-lhe o ninho, subir às árvores e tudo o mais que se seguia. Para o meu colega lisboeta era tudo novidade, nunca subira a uma árvore nem violara nenhum ninho, nem sequer conhecia o nome dos pássaros que havia em grande quantidade na mata do Colégio.

A páginas tantas, estava eu empoleirado a dez metros de altura e coscuvilhar um ninho de rola, quando ouvi o som do apito do professor de ginástica, no campo de futebol, prrri, prrri, prrri. Oh, diabo, pensei eu, enquanto me apressava a descer da árvore, afinal houve aula e agora estamos bem arranjados. Regressámos rapidamente às imediações do campo de futebol, mas vestidos como estávamos, achamos melhor ficar escondidos até que a aula acabasse.

O colégio tinha um regulamento interno que se apresentava num pequeno livro, formato de bolso, com cerca de 30 páginas. No período da manhã, tínhamos um recreio de meia hora, logo a seguir à primeira aula da manhã. Deram-me de castigo, copiar, na íntegra, o regulamento do colégio, usando para isso esse recreio da manhã, até completar a tarefa. Resultado, fiquei sem recreio cerca de um mês, tempo que demorei a cumprir o castigo.

Mas fiquei a conhecer o regulamento a fundo e devo ter apanhado aí o vício de escrever. Depois disso, veio o tempo de Marinha, da Guerra em África, e a necessidade de manter o contacto com as namoradas e Madrinhas de Guerra fez o resto.

Esquecimento desastroso!

Falar de Barcelos, da olaria própria do concelho e esquecer o famoso galo que, mais que desta cidade, é símbolo nacional não tem perdão. Perdão talvez tenha, não há é desculpa para tal. Para me redimir, volto ao assunto trazendo uma colecção dos ditos para que me perdoem o esquecimento.

Galo Festivo

Galo à beira-rio

Galo clássico

Galo no centro da cidade

Galo gigante da Joana Vasconcelos

Estou a usar a versão nova do Blogger e não domino as ferramentas, por isso fico-me por aqui para não perder tempo com coisas que não me interessas.

Barcelos, minha terra!

Dei uma volta pelo meu armazém de ideias e não encontrei nada que servisse para uma publicação com um mínimo de interesse. Queria pôr de parte assuntos como a Covid ou o futebol e não encontrei mesmo nada que substituísse isso e me interessasse desenvolver. Assim sendo e para não deixar em branco esta data, trouxe-vos uns "barros" de Barcelos.

O concelho de Barcelos é, eminentemente, agrícola. A riqueza das gentes era medida em pipas de vinho e carros de pão que cada família conseguia arrancar da natureza nem sempre amiga. Além disso, valiam-se as gentes da excelência do barro da região e da sua própria habilidade para ganhar os tostões extra desenvolvendo a olaria Bonecos de barro representando presépios, brinquedos, bandas de música ou exércitos a cavalo ou apeados, além da louça vidrada, são uma das artes dos oleiros barcelenses. Utensílios domésticos, como cântaros e cantarinhas, jarros e bilhas, caçoilas e cafeteiras, além de outros de menor tamanho que se podem ver em todas as cozinhas do Minho, são feitos em Barcelos e contribuem, ainda hoje, para a economia local.

Um pífaro ou assobio de barro, comprados na feira semanal de Barcelos, foi, se bem me lembro, a primeira prenda que recebi na minha vida, enquanto criança. Na época natalícia, para compor o presépio, era necessário passar em revista toda a bonecada e ir correndo a Barcelos comprar alguma das figuras em falta. Uma ovelha, um pastor, um rei-mago, um anjo ou até o Menino Jesus apareciam estropiados, de um Natal ao outro, e tornava-se obrigatório substituí-lo para não desfear a obra final.

Era assim há muitos anos, mesmo séculos, e continua ainda um pouco nos dias de hoje, embora a força da indústria, principalmente a têxtil, tenha mudado um pouco a cidade e as grandes fábricas de barro que, além dos bonecos e loiças, faziam também telhas e tijolos, são hoje estruturas fantasma, abandonadas, a lembrar um passado que não volta mais. O vidro, o plástico e outras coisas semelhantes ganharam a guerra ao barro e a juventude de hoje olha mais para o futuro do que para o passado que foi deixado lá para trás, entre teias de aranha e muitas camadas de poeira que ninguém está interessado em limpar.

Estamos na era do telemóvel e não há nada que o telemóvel não possa resolver! O resto é para esquecer!

Que diferença faria se ...?

... entregassem a cada habitante deste país, recém-nascidos incluídos, um milhão e meio de euros, em vez de entregarem ao governo os 15 mil milhões que vêm de Bruxelas?

De certeza absoluta que a economia apresentaria um boom nunca visto. Com o ímpeto gastador que se reconhece aos portugueses, haveria milhões injectados em todo o tipo de negócios e a colecta do IVA iria por aí acima, mostrando números nunca vistos.

Não haveria TAP nem CP renovadas, nem bancos salvos da falência, nem qualquer tipo de grandes investimentos públicos, daqueles que garantem milhões, em gorjetas, aos políticos, mas com um milhão e meio por cada membro da família, talvez eles não se mostrassem tão glutões. Seria uma tremenda revolução na nossa maneira de viver. Muitos não saberiam como gastar o dinheiro, falta-lhes a experiência e apareceriam grandes especialistas em investimentos para aconselhar os indecisos. Casa nova e o último modelo de automóvel, isso era garantidíssimo e nem um terço da maquia seria necessário para tal.

Pergunto-me quanto tempo demoraria a acabar o guito no bolso dos mais gastadores e como seria a vida deles depois disso. Talvez, levados pela euforia, tivessem abandonado os seus empregos (gente rica não trabalha) e agora ver-se-iam forçados a recorrer ao fundo de desemprego, ou pedir ajuda aos seus familiares mais poupadinhos que eles. E far-se-iam estudos de comportamento e personalidade para explicar a reacção das pessoas à posse de muito dinheiro.

Em suma, os espertos veriam a sua conta bancária aumentar a olhos vistos e os trouxas voltariam ao mesmo de sempre, ao fim de meia dúzia de anos a gastar aquilo que não lhe custou a ganhar. Em tempos que já lá vão era costume ouvir-se aquele ditado que diz:

- O que não custou a ganhar não custa a gastar!

A vida continua!

Seja em Cinfães do Douro, em Aljubarrota, em Lagos ou em Faro, ou até mesmo na China, o Corona vai fazendo o seu caminho e ninguém faz a mínima ideia onde e quando ele irá parar. O gráfico acima demorou a aparecer, mas é o único que espelha a real situação da doença no mundo. O número de mortos por milhão de habitantes é a única forma correcta de ver a coisa e Portugal tem, felizmente, muitos países à sua frente, países que tiveram menos sorte, ou menos cuidado com o avanço do vírus. E excluindo os casos do Reino Unido ou Suécia, dá-nos um certo alívio saber que a Europa está bem melhor que o resto do mundo. Por enquanto, pois o futuro só Deus conhece.

No outro mundo paralelo, o do futebol, a vida também continua, mesmo com o Cristiano Ronaldo a falhar penalties e perder troféus, como aconteceu ontem, frente ao Nápoles, com o Benfica e o Porto a jogar mau futebol, ou o Sporting a ganhar e justificar a aposta no treinador que foi buscar a Braga, pagando uns incríveis 10 milhões por ele, quando o próprio não acreditava valer 10 tostões. O Pinto da Costa viu o seu mandato renovado por mais 4 anos e ao Vieira talvez aconteça o mesmo, lá mais para o fim do ano, ou seja, tudo continuará mais ou menos na mesma no mundo da redondinha.

A final da Liga dos Campeões vai disputar-se em Lisboa e isso encheu de alegria uns quantos presidentes, o da República, do Governo, da Câmara, da Federação e, se calhar, mais algum que me passou despercebido, que se juntaram ontem a tecer louvores a Portugal, como se nos tivesse saído a lotaria. Tirando uma meia dúzia de hotéis que se encherão, durante duas semanas, o resto serão só preocupações e trabalho para os responsáveis da saúde e segurança. Espero que corra tudo pelo melhor, senão as muitas televisões, jornais e jornalistas por-nos-ão nas bocas do mundo em menos de um fósforo!

Mas a vida continua, de uma forma ou de outra!

Oh, vergonha da minha cara!

Eu não disse? Com o Dyego na equipa o Benfica nunca ganharia o jogo. E enquanto ele esteve em campo estava a perder por 1 a 0. Depois ele foi substituído e o Benfica empatou. Mas foi preciso haver duas expulsões para o lado do Rio Ave para o Benfica fazer o 2 a 1 e ganhar o jogo com uma exibição que foi uma vergonha. Perdi a confiança no Lage, por mim podem mandá-lo embora hoje. Está a repetir aquilo que o Rui Vitória fez, há dois anos e quanto mais tempo demorar a ser substituído mais prejudicada sairá a equipa e o Benfica entrará pelo cano.

Com um jogo como o de hoje não há comentário possível. Eu entendo que, hoje em dia, já não há os ditos grandes e os outros, todas as equipas foram niveladas por baixo. Tanto vale estarmos a ver um Aves como um Belenenses, um Porto ou um Santa Clara, um Benfica ou Tondela. Lembram-se como o Alverca eliminou o Sporting na Taça de Portugal? É isso, não há craques nas nossas equipas, são todos mais ou menos iguais e mais ou menos fraquinhos, assim não vamos a lado nenhum. Só faltava mesmo a Covid-19 para dar o golpe de misericórdia nisto.

Não sei o que irá acontecer daqui até ao fim deste incaracterístico campeonato, a 7 jornadas do fim Porto e Benfica estão empatados com 63 pontos. Por conta do "goal-average" o Benfica é o 1º, mas se chegar assim ao fim quem leva a taça é o Porto. Mas mais vale desligar-me disto, antes que dê em doido, ver jogos como o do Porto, ontem, ou o do Benfica, hoje, não vale a pena, mais vale assistir ao Big-Brother 2020, aquele programa estúpido da TVI que noutros países foi uma autêntica putaria, mas aqui nem isso consegue.

E por aqui me fico, voltamos a falar quando o Lage se for embora!

Os matrecos!

Há dias, um dos meus amigos do Facebook perguntava o que era um «matreco». Respondi-lhe que matrecos são aqueles bonecos metálicos, enfiados numa barra de ferro, que formam o futebol de mesa. Eles não pensam, não têm vontade própria, servem a outrem para executar uma tarefa. Se fosse hoje, teria respondido que são uma espécie de jogadores de futebol que alinham no Porto e Benfica.

Houve um tempo em que os treinadores só procuravam avançados altos, como Jesus quando foi para o Benfica, para atacar as bolas de cabeça, nos cantos e livres e meter muitos golos. Depois veio o tempo em que procuravam jogadores pesados/fortes para usarem o físico na disputa de bola. Nos tempos mais recentes, começaram a pensar que o ideal seria juntar as duas coisas, altura e físico, para conseguirem aquilo que procuravam, golos e vitórias.

Basta olhar para a equipa do Porto para perceber que o Sérgio Conceição é adepto dessa política. Já tinha o Marega, Danilo, Aboubakar e Mbemba, juntou-lhe o Zé Luís para compor o ramalhete.

Só que, como se viu ontem, o físico não marca golos e, pelo contrário, pesa muito em cima das pernas, o que faz com que as pilhas durem, no máximo, 60 minutos. O Zé Luís, nos clubes mais pequenos, ou na Rússia, por onde andou nos últimos anos, ainda deu cartas, mas chegar ao Porto e jogar ao mais alto nível é outra história. Ou seja, uma contratação que redundou num fracasso completo.

Do meu lado, tenho um exemplo parecido, outro gajo alto e pesado, que alguém contratou para resolver o problema da falta de golos, sem perceber que os grandes goleadores da história do Benfica nunca foram grandes nem pesados. Altos talvez, como o Torres, mas não uns potes de banhas que não se aguentam muitos minutos em pé.

Este chama-se Dyego Souza e já andou pela China, só espero que o Lage não se lembre de o pôr em campo, senão vai desperdiçar a oportunidade que o FCP nos ofereceu para recuperar da diferença de pontos. É o meu prognóstico, se o matreco jogar, o Benfica não ganhará ao Rio Ave.

O Benfica tem muitos jogadores, médios e avançados, para montar uma equipa capaz de ganhar ao Rio Ave. Até os jogadores proscritos, como Zivkovic ou Samaris, podem ter o seu papel no jogo de hoje, mas também temos Seferovic ou Chiquinho que não têm sido aposta regular e têm carradas de habilidade, quando comparados com o "grande" Dyego. Eu acho que ele veio apenas emprestado, se for o caso é melhor comprar-lhe já o bilhete de volta para a "terra do Corona".

Que Deus me livre e guarde! Hoje, temos que ganhar o jogo, dê lá por onde der !!!

Anda, vê se me agarras!

O Porto lançou, hoje, um desafio ao Benfica que este não pode recusar. Resolveu perder os 2 pontos de avanço que levava sobre o principal adversário e pôr em risco a conquista do campeonato que tinha quase garantida. Isto dá um novo fôlego ao atrasado Benfica que pode assim tentar (para já só tentar e mais nada) recandidatar-se ao título de campeão. Mas para isso terá que ganhar, amanhã, em Vila do Conde, e o Rio Ave não estará muito pelos ajustes, pois ambiciona também somar pontos e tentar um lugar nas provas europeias. Mas isso veremos amanhã, é uma questão de esperarmos 24 horas.

Hoje, estou a divertir-me à brava com as atitudes do treinador do Porto, pois não há pior que ir empatar a casa do último classificado, principalmente depois das tiradas que lhe saíram daquela bocarra nos últimos dias. Ele dava a vitória como garantida e foi todo sorrisos e piadas para os jornalistas nas conferências de imprensa para a antevisão do jogo. Agora, só lhe apetecia enfiar-se num buraco para não ter que os enfrentar de novo, pois sabe que as perguntas serão disparadas como balas que não poderá evitar. Se tivesse sido um pouco mais humilde e menos sarcástico, ser-lhe-ia mais fácil, agora, ultrapassar esta situação que não deixa de ser uma autêntica vergonha para o seu clube que, segundo as suas próprias palavras, é o melhor, o que joga mais e o único que é merecedor do título de campeão.

E, por último, tanto na preparação da equipa que apresentou em campo, como na hora das substituições, não se saiu nada melhor que o seu colega de profissão e treinador do Benfica. Quando chega a hora de meter água são, um e outro, uns autênticos coadores.

Rio-me, hoje, para compensar o amanhã que pode ser menos risonho, embora espere, exactamente, o contrário!

De herói a vilão!

Pobre do Mário Centeno que hoje entrega a pasta das Finanças ao seu braço direito (que tem nome de animal feroz) e sai de mansinho para, espera ele, uma vida melhor. Seja ela melhor ou pior é escolha sua e ninguém tem nada com isso. De repente, toda a gente se esquece, ou faz de conta, que ele foi o melhor Ministro das Finanças que tivemos depois da Revolução dos Cravos e o mais provável é que não apareça outro tão cedo.

Aqueles que o louvavam, até há alguns dias, são agora os seus mais acérrimos detractores, não há defeito que não lhe encontrem ou etiqueta que não lhe colem na testa. E tudo de traidor para cima. Agora que a vida está mais difícil e mais precisávamos dele, vira-nos as costas e vai-se embora.

E para o Banco de Portugal não deve ir, pois ficaria numa situação de grande fragilidade, tendo como chefe o seu antigo ajudante.

Oh, gente pequena que não admite que há homens honrados no mundo e que sabe comportar-se como mandam as regras em todas as situações em que a vida as coloca. Um homem grande nem sempre é um grande homem, mas o Mário Centeno não passará a ser um esbirro do PS se o Leão o nomear governador do Banco de Portugal. Quem garante que o melhor Ministro das Finanças não se possa tornar num ainda melhor governador do Banco Central. De maus governadores, como Vitor Constâncio & C.ia estamos nós cheios.

Passei o fim de semana a ouvir toda a espécie de teorias a denegrir o homem, para mim um herói, e mais hei-de ouvir, a partir da cerimónia de hoje, em que toma posse a nova equipa das Finanças. Só espero que o Leão defenda com unhas e dentes os dinheiros públicos, como o fez o seu ex.chefe. Mais vale gastar um pouco de menos que um pouco de mais. Os socialistas são uns mãos-largas e quando o dinheiro abunda transformam o país numa verdadeira coutada. Sem um bom Ministro da Finanças o nosso futuro será negro como uma noite de inverno, nunca me esquecerei do tempo de Sócrates com Teixeira dos Santos como seu Ministro das Finanças, a dupla que meteu Portugal no fundo de um buraco que seria impossível de adivinhar. «Pedir e gastar» era o lema do Pinóquio e deveria ser o papel do Ministro das Finanças avisá-lo do caminho errado por onde tinha enveredado.

Quanto aos bancos portugueses e ao Banco de Portugal, nunca como agora precisarão de uma mão de ferro que os conduza pelo caminho certo. Se isso não acontecer, será um « fartar vilanagem». Por isso eu entendo que o MÁRIO CENTENO (assim em maiúsculas) será o homem certo no lugar certo. Com os muitos milhões que serão dados e emprestados a Portugal, nos próximos anos, ai de nós se não houver quem nos proteja das piranhas que são os banqueiros (em primeiro lugar) e os outros todos que estão à frente das grandes empresas como a TAP, a EDP e outras que tais.

Vai em frente, Centeno, tens o meu apoio incondicional!

Os patos!

Há patos e patos. Há os que são bonitos, têm belas penas, e os que são apenas patos sem qualquer característica especial, com penas todas da mesma cor num chato tom de castanho. Por baixo da velha Ponte D'Ave, na freguesia de Bagunte, juntou-se um bando de patos e há-os de vários tamanhos e cores. No parque da cidade, aquela onde moro, há um bando de patos e também há cisnes. As crianças vão até lá atirar pão aos patos, mas se andar um cisne por perto os patos não têm direito a nada, o cisne estica o pescoço e lá vai o bocado pela goela abaixo.

Mas não foi destes patos que eu vim aqui falar hoje. Depois do Jantar, fui até ao Café da esquina assistir ao jogo entre o Braga e o Boavista. O Braga que já tinha perdido o jogo anterior, queria ganhar a todo o risco para não se atrasar na corrida, Mas, de facto, não ganhou, houve um penalty a castigar uma falta do Esgaio, dentro da sua área, e daí surgiu o golo solitário que deu a vitória ao Boavista. Foi um penalty um tanto forçado, mas o árbitro achou por bem marcá-lo e quem sou eu para discordar?

Ontem jogou o Sporting e, sem ter jogado muito bem, ganhou o jogo. Muita transpiração e pouca inspiração foi o que se viu em campo. O Rúben Amorim chegou para pôr em ordem as tropas sportinguistas, mas ele não tem uma varinha mágica que faça as coisas acontecerem só porque sim. Organizou a equipa à sua moda, meteu uns que ninguém esperava, deixou de fora outros que se esperava jogassem e acabou por ganhar o jogo num golpe de sorte, quando o jovem Jovane atirou um tiro à trava, na marcação de um livre, e a bola ressaltou para dentro da baliza.

Era de 3 pontos a diferença entre o Braga e o Sporting que tentava apanhá-lo na classificação geral. Com essa sofrida vitória somada à derrota do Braga, hoje, na pedreira, ambos somam 46 pontos, estão, por conseguinte, patos !!!

A pecadora!

Santo António 2020!

Todos os anos, neste dia, é grande a festa, em Lisboa. Mas neste ano, bissexto e com Covid-19, tem que ser completamente diferente. Os lisboetas e alguns turistas acidentais que possam andar pela capital têm que abdicar da pândega, da comezaina, da bebedeira e do bailarico de anos anteriores. Neste ano não pode ser, pois o risco é muito grande e as pessoas com um copo a mais perdem por completo o controlo. Para evitar o perigo, mais vale proibir a coisa por completo.

Se as pessoas tiverem em mente imagens, como as que mostro abaixo, com milhares de mortos e um sofrimento sem fim para tanta gente, não terão disposição para festejos. Mas, como em Lisboa não se viveu esse cenário de terror (como em Espanha, Itália, Reino Unido, Estados Unidos e Brasil), acredito que as pessoas depressa esqueceriam o risco e emborcariam uns copos para esquecer os tempos menos bons que acabámos de viver, desde meados do mês de Março.

Tenham lá paciência, este ano não pode ser. As sardinhitas assadas, vá que não vá, mas só em família e nada de misturar os mais velhotes com a canalhada jovem que pensa pouco no que faz e põe as mãos em tudo que não deve. Se correr tudo bem, faremos uma festa a dobrar no próximo ano.

Às vossas ordens!

Querem que vos fale do tempo, ou do vírus?

Por aqui, hoje, amanheceu a chover, embora não passe de umas gotas para fazer assentar a poeira das obras que continuam a evoluir muito lentamente, no meu bairro. A minha rua está fechada ao trânsito desde Setembro passado e não sei quando abrirá. Muitos milhões gastos em granitos que deverão estar a render chorudas gorjetas aos projectistas e fiscais da obra. Isto sou eu a falar com os meus botões, está claro.

O vírus continua a espalhar-se pelo mundo, quanto mais testes fazem mais doentes encontram, mas felizmente já não mata ao ritmo dos primeiros dias.

No gráfico da esquerda a evolução dos casos detectados, no da direita os casos mortais. Nota-se bem que um vai subindo, enquanto o outro vai descendo. Sinal que o serviço de saúde está a dar conta do recado.

Ontem foi feriado, hoje é dia santo de guarda e amanhã é véspera de Santo António. Imagino que os lisboetas já fugiram todos para o Algarve e aquilo, por lá, deve estar uma barafunda, nem sei como as autoridades vão conseguir manter as regras estabelecidas pela DGS. Terão que andar de fita métrica na mão e passar o dia a dizer:

- Afaste-se, afaste-se, se faz favor! Só mais um pouquinho, isso, assim está bem!

Desisto!

Para um






Para o outro

Dois pontos a voar

Dois pontos atrás do primeiro

A maldição do 2, no Dia de Camões !!!

O Camões!

Metade dos portugueses aprendeu a odiar o nosso maior poeta por ter sido obrigado a estudar a sua obra literária mais conhecida, «Os Lusíadas». A outra metade nunca estudou e não fazia a menor ideia de quem era o homem da pala num olho. Não deve ser muito diferente, agora, pois a disciplina de Português não agrada aos estudantes e muitos se vêem "gregos" para terminar os seus estudos por causa disso.

Hoje, comemora-se a data do seu nascimento, há 496 anos. Penso que a festa maior será em 2024, ano em que faria 500 anos. Se vivêssemos em tempos de mais fartura, haveria festa rija, seriam inaugurados mais uma dúzia de monumentos pelo país fora e, certamente, seria lançada uma série de selos do correio com a sua imagem.

Aqui na Póvoa, a Praça Luis de Camões tem uma estátua do Sá Carneiro. Não tenho nada contra esse senhor da política, mas o lugar dessa estátua devia ser em Barcelos, de onde procede a sua família. Uma estátua, em ponto grande, seria o mais indicado, em pé e com o rolo de pergaminhos que eram a sua obra erguido ao alto na sua mão direita. Isto para evitar que o mar lhos levasse, visto que vivemos numa terra à beira-mar e a não mais que meia dúzia de metros de altura acima do nível deste. Como se fartam de nos avisar que o mar vai subir e roubar às lusas gentes o que estas lhe roubaram nos últimos séculos, há que ter algumas cautelas.

Quanto aos selos comemorativos do nascimento de Camões, em 1524, não me parece que faça qualquer sentido, pois além de os Correios estarem mais que falidos - actualmente é o «electronic mail» que está a dar - e as poucas cartas que circulam por aí são apenas franquiadas, já se perdeu o velho hábito de lamber o selo.

Outra efeméride que foi anexada a esta data é o «Dia do Combatente», pensando nos muitos mortos da Guerra do Ultramar, os quais, tal como o nosso poeta, saíram de Lisboa a caminho de uma guerra que não era a sua, em defesa da Pátria e da sua bandeira. Hoje, ás 12.00 horas, haverá uma espécie de minuto de silêncio que deverá ser respeitado por todos os combatentes ainda vivos, em memória dos seus camaradas que deixaram a vida na Guerra Colonial.

Para a nossa juventude, principalmente, os que nasceram já neste século, este dia é só um feriado em que não se trabalha nem vai à escola. Para eles é bom e basta !!!

Beleza como ganha-pão!

Quando uma pessoa tem sorte, ou faz uma carreira de sucesso, diz-se que nasceu com o cu virado para a Lua. Não sei quem foi o inventor deste adágio, mas sei que há pessoas que nasceram com esse dom. Umas com habilidades manuais que mexem e dão cartas com qualquer ferramenta, outras com o intelecto muito acima da média e tratam as ciências por tu.

E, entre todo esse mundo de gente que povoa o nosso Planeta há Cristianos Ronaldos que aliam a habilidade à figura física e atulham as redes sociais com fotos, mais ou menos bem conseguidas, que lhes rendem milhões. É também o caso desta menina americana que domina o mundo do golfe e tem milhões de seguidores no Instagram (ou outra rede social semelhante). Ela é linda, tem um corpo escultural e é fotogénica, atributos que lhe garantem a fama (e o proveito) no mundo da publicidade. Quantos mais seguidores maior é o cachet, portanto há que trabalhar o físico e arranjar bons fotógrafos que a ajudem a mostrá-lo aos muitos fans.

Que rica maneira de ganhar dinheiro! Um trabalhador de pá e pica sua as estopinhas 8 horas por dia para levar um salário mínimo para casa, enquanto que as estrelas do Instagram, como esta e outras se limitam a mostrar o físico que Deus lhes deu.

Oh, mundo ingrato, quem menos trabalha mais ganha!