sexta-feira, 20 de outubro de 2017

O mundo da alta tecnologia!

O robot sobe e desce pela coluna preta que se vê ao centro,
gira a 360 graus e estende um braço mecânico que recolhe
o carro que lhe interessa.

Para não vos falar de incêndios, de política ou futebol, vou contar-vos um episódio que me aconteceu aqui há uns bons anos atrás, altura em que a informática ainda era tocada a caroços de azeitona.
Estava em Basileia (terra de má sina para o Benfica, onde apanhou 5 na peida) de visita a uma grande empresa têxtil que era fornecedora daquela para quem eu trabalhava. Ainda há relativamente pouco tempo, tinha sido instalado um sistema computarizado de armazenamento que quiseram mostrar-me.
O sistema era igualzinho ao que vêem na imagem acima, só que se tratava de paletes de tecido, em vez de automóveis. O tecido de uma certa encomenda era colocado numa palete, davam-se os dados da encomenda e do cliente ao computador e logo que se carregava no "enter" punha-se um robot em movimento que pegava na palete e ia armazená-la num espaço que estivesse vazio, registando as coordenadas do local onde a deixara.
Enquanto decorria a visita e me explicavam as particularidades daquele modernismo que fazia tudo sozinho sem precisar da intervenção de qualquer trabalhador, aproximou-se um empregado do armazém pedindo ao engenheiro (informático) para o ajudar a resolver um problema com o robot.
- Então o que se passa, perguntou o engenheiro.
- Mandei o robot buscar uma encomenda ao silo, pois está na hora da entrega ao cliente, e ele voltou de lá vazio.
- Vazio como? O tecido em causa não estava na palete?
- Não é isso, ele regressou sem a palete.
- Isso não pode ser. Vamos lá ver isso.
Os dois desandaram dali e eu regressei ao escritório na companhia da secretária da área comercial que me tinha levado a fazer a visita guiada pela fábrica. Da encomenda, do engenheiro e do robot super moderno não ouvi falar durante uns tempos. Um dia, estava ao telefone com a dita secretária que me acompanhou naquele dia e aproveitei para perguntar-lhe se tinham conseguido localizar a encomenda perdida.
Respondeu-me que não. Por mais voltas (instruções) que dessem ao robot ele voltava sempre de mãos a abanar. E como o silo não possibilitava intervenção humana - tinha 36 andares de altura, 18 abaixo e outros 18 acima do solo - e só o robot lá podia entrar. Tiveram que dar o tecido como perdido e fabricar outro para entregar ao cliente.
Lembrei-me desta história ao ver esta fotografia ligada ao mundo automóvel.

3 comentários:

  1. bom dia
    se o homem erra a tecnologia só pode errar !!!
    um bom fim de semana e até amanhã ás 18 horas para sofrer mais um pouco em terras do Ave.
    JAFR

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  2. As tecnologias para bem funcionarem. Pelos homens são programadas. Falham se os homens falharem. Nas universidades formam-se engenheiros de tudo e nada. Alguns sem capacidade de pegar numa vassoura para varrer a pocilga dos porcos. Mas, o que tem valor é o canudo e não a sabedoria. O resto são cantigas. Desenrasque-se quem puder. Quem vier atrás que fecha a porta. Amanhã é preciso que o Benfica ganho o jogo sem batota!

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