Há dias falei sobre Babel, a respeito não sei de quê. Ontem escrevi sobre a ira do treinador do Porto por ter perdido, na sua própria casa, contra um adversário que ele tem por inferior. Essas duas referências levaram-me a pensar no pecado da soberba e no mal que isso nos pode trazer.
No princípio, Deus criou o Céu e a Terra. E depois disso criou os animais para a habitarem e as plantas para lhe dar beleza e com as suas raízes, folhas e frutos os alimentarem. Depois, percebendo que faltava algo à sua criação, criou o Homem para reinar sobre todos os outros animais. E mais tarde, percebendo a solidão do Homem criou a mulher para lhe fazer companhia.
A este lugar em que todos, homem, mulher, animais e plantas viviam em total harmonia foi atribuído o nome de Paraíso. E no Paraíso tudo rolava sobre esferas, ou seja, todos se sentiam felizes até ao dia em que surgiu o pecado da soberba. Deus tinha-lhes proibido comer o fruto da árvore da sabedoria e eles pensando que ao comê-la ficariam tão sábios e poderosos como o seu Criador, desobedeceram à ordem, tomaram o fruto e comeram.no. Primeiro a Eva, ansiosa pelo poder que adivinhava iria conseguir, depois, embora hesitante e temeroso, o Adão que almejou comparar-se a Deus Todo Poderoso.
Já todos sabemos como essa história acabou. Deus castigou-os retirando-lhe a imortalidade e escorraçando-os do Paraíso. Daí em diante viveram uma vida de dificuldades, lutando pela sua subsistência, sentindo a dor, sujeitos às doenças e à morte. Tal e qual como a conhecemos nós, hoje em dia.
Passaram-se muitos séculos, o mundo tinha já muitos milhares de habitantes, todos descendentes de Adão e Eva que pelo seu pecado tinham sido expulsos do Paraíso. A Civilização foi evoluindo e, em certas áreas do Planeta acumularam.se grandes riquezas provenientes do Comércio entre as pessoas. Com essas riquezas construíram-se templos e monumentos que deram aos homens uma irreal sensação de Poder.
Pela segunda vez na História da Humanidade, houve alguém que cometeu o pecado da Soberba, ao pensar na hipótese de poder equiparar-se a Deus. Muitos séculos antes de Jesus Cristo ter vindo ao mundo para remir os pecados dos homens, o da Soberba e tos os outros, a cidade de Babilónia, na Mesopotâmia, tinha-se tornado na cidade mais rica e poderosa do mundo. E homem que a governava começou a pensar na hipótese de se comparar a Deus. Se construísse uma torre tão alta, tão alta que chegasse ao Céu, poderia lá entrar, desafiar e talvez derrotar Deus nos seus domínios celestes.
Homem possuído pela Soberba, se bem o pensou melhor o fez. Mandou vir de todas as partes do reino toda a pedra que fosse necessária e encarregou os seus servos e escravos de construir a tal torre que o aproximaria de Deus. Isso era no tempo em que todos os descendentes de Adão falavam ainda a mesma Língua e se entendiam bem. O tempo foi passando e a torre crescendo, já perfurando as nuvens mais baixas.
E então, Deus, vendo que a Soberba daquele homem não se apaziguava, decidiu travar a construção daquela torre. E fez isso da maneira mais genial que se possa imaginar. Os milhares de homens e mulheres que labutavam na construção da torre eram das mais diversas raças e oriundos de várias regiões. Nesse momento, Deus decidiu atribuir a cada grupo uma Língua diferente, a partir daí mais ninguém se entendeu e a obra parou.
A derrota do Porto, ontem, no Dragão, foi a voz de Deus a recomendar ao treinador que cure o pecado da Soberba para não ter um fim triste. Se algum dos meus leitores o conhecer pessoalmente, passe-lhe este recado, vindo do Criador e transmitido por mim !