quinta-feira, 28 de maio de 2020

Hoje, sinto-me cipriota!

A Ilha de Chipre fica ali entalada entre países que se dão mal uns com os outros, entre muçulmanos, otomanos, gregos e cristãos de confissões diferentes e quis a História que acabasse grega, contra a vontade da Turquia que, em meados do Século XX, entrou por ali adentro e não mais de lá saiu. Depois dos Romanos, no início da nossa Era, quem mais influência exerceu foram os britânicos. Começou com o rei Ricardo Coração de Leão, no tempo das Cruzadas, pois lhe dava jeito atracar ali as naus com as suas tropas, antes de se atirar aos sarracenos na Terra Santa. E esta ligação continuou até ao Século XX, como entreposto importante na carreira da Índia, através do Canal de Suez. E ainda hoje lá tem umas bases militares com a desculpa que está a fiscalizar a Rússia, em favor do Ocidente que não é vermelho nem socialista.


Nunca lá fui, mas poderia ter ido, pois houve um tempo em que passei um fim de semana bem chatinho, na cidade turca de Mersin que lhe fica mesmo em frente. Esqueci-me de perguntar, mas deve haver por ali uns barcos a fazer a ligação para a ilha, por ser um dos pontos civilizados mais próximos. Nunca fui um grande turista, nem o dinheiro abundava nos meus bolsos, por isso só hoje fiz esta visita e, mesmo assim, teve que ser virtual.


Nos tempos em que andei pela Guerra em África, lembro-me de ter ouvido falar no Arcebispo Macário e na sua vontade de entregar a ilha aos gregos, mas os turcos não estiveram pelos ajustes e, mesmo a vinda da União Europeia não conseguiu resolver a situação que se vive em Chipre, onde metade é grego, metade é turco e tem uma enorme faixa, ao meio, que é Terra de Ninguém e onde manda a ONU. Enfim, não é o único canto do mundo onde impera a discórdia. Pensaram que era só em Hong Kong ou Taiwan? Não, é um pouco por todo o lado. A foto abaixo faz-me lembrar de Metangula, com o lago, a planície por onde se estende a povoação e a cordilheira montanhosa do Tchifuli. Mas não é, trata-se de uma vista de Chipre.


Voltando à costa da Turquia e à cidade de Mersin, aquilo é uma espécie de Póvoa de Varzim à beira do Mediterrâneo. Muito mar, muita praia, muito calçadão para as gentes se passearem, além de muito sol e um clima fantástico.


Dizem as notícias que aquilo, agora, está muito estragado pelo excesso de construção e de turismo. Mas onde é que eu já ouvi isto?

1 comentário:

  1. Voltamos às viagens virtuais. Muito bem. Gostei de conhecer a ilha de Chipre.
    Abraço e saúde

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