domingo, 5 de abril de 2020

Estamos em guerra!

O inimigo todos sabem quem é, o Corona que já tem uma família respeitável, a qual nos vem chateando desde os fins do século passado. Cada guerra tem a sua História, as suas causas e consequências. Bem me lembro, quando era estudante, o que tinha que memorizar a respeito dessa matéria para poder contar com uma nota acima de 15 (esse era o objectivo).
Daqui a uns bons 50 anos, nas escolas de todo o mundo, há-de estudar-se esta guerra global que estamos a travar contra o último descendente da família Corona. E o professor perguntará aos alunos se conhecem as causas próximas e remotas desta guerra que causou tantos milhares de vítimas. Num mundo moderno e tão desenvolvido como aquele em que vivemos isto não poderia ter acontecido. Mas aconteceu e daí o sítio que tal acontecimento ocupará na História Mundial.
Vou tentar pôr-me na pele de um desses alunos e tentar adivinhar qual a resposta que ele daria ao professor. E começaria assim:


O mundo, nos princípios do Século XXI, tinha dois players principais que disputavam o primeiro lugar no pódio da economia mundial. Em primeiro lugar, os Estados Unidos que desde o fim da II Guerra Mundial tomaram a dianteira e não mais a largaram. Em segundo lugar, a China, o maior país do mundo, em termos populacionais, que desde o início deste século tentava por todos os meios atingir o primeiro lugar no pódio. As grandes diferenças entre eles eram a ideologia política, a religião e a cultura. De um lado o país mais velho do mundo com uma filosofia e cultura a toda a prova e do outro um país novo, moderno e usando o petróleo como grande trunfo para manter o mundo na sua dependência. Eu diria que essas foram as causas remotas desta guerra, em que os dois adversários principais são os dois players acima referidos. A China, onde a guerra foi declarada e os Estados Unidos, país que sofreu o maior impacto da guerra e teve o maior número de vítimas.
Como causas próximas, aquelas que ajudariam a China a conseguir os seu intentos, a guerra de «Taxas Aduaneiras» travada entre Xi Jimping e Donald Trump, desde que este foi eleito para ocupar a Casa Branca. A China vinha conquistando, pouco a pouco, uma grande parcela do comércio mundial, tendo como base a capacidade de trabalho dos chineses e uma política de preços baixos que o regime dictatorial do país permitia. Tendo-se tornado o maior fornecedor mundial, a China tinha o seu adversário (não quis chamar-lhe inimigo, por enquanto) encostado às cordas. Donald Trump entendeu que só com medidas drásticas conseguiria reverter a situação e daí a aplicação de taxas aduaneiras sobre as importações vindas da China. A China foi fazendo o mesmo pelo seu lado e com taxas de um lado e do outro atingiu-se uma situação de impasse.
Qual dos dois daria o primeiro passo para desempatar o jogo que assim não podia continuar? Os adversários estudavam-se mutuamente, mediam todas as possibilidades tentando adivinhar qual seria o ponto mais fraco do adversário. Num jogo desta importância todos os trunfos eram da maior importância e a China tinha as melhores cartas na mão, a começar pelo dinheiro que lhe sobrava na medida em que faltava ao seu opositor. Diz-se por aí (e eu acredito) que a China é o maior credor dos Estados Unidos e se exigisse o pagamento dos seus créditos causaria uma catástrofe de efeito impossível de calcular. Mas o presidente chinês não achou ser a altura própria para usar esse trunfo, guardando-o para um eventual xeque-mate futuro.
De repente, começa a falar-se numa epidemia galopante que grassa no interior norte da China, provocada por um novo vírus de origem desconhecida. Os mortos contam-se às centenas e todos começam a pensar se não teriam sido os cientistas americanos a criá-lo e soltá-lo na China para enfraquecer o seu adversário na guerra comercial que vinham travando. Mas logo que o surto da doença começa a ser controlado na China, esta aparece em grande força na Europa, em primeiro lugar, e nos Estados Unidos, logo de seguida, e com tamanha virulência que parece impossível de conter. Neste ponto da História, a teoria de que teriam sido os americanos a criar o vírus cai por terra. Se o tivessem feito, com certeza teriam também desenvolvido o antídoto para aquela doença.
E ganha força uma nova teoria que coloca os chineses como criadores do "bichinho" que soltaram no seu próprio país, de forma controlada, para criar o necessário alibi que os livrasse da acusação de terem começado uma guerra biológica, a qual atingiu 90% dos países da Terra e com um número de vítimas mortais que nunca foi muito bem contabilizado.
P.S. - Uma teoria mais rebuscada afirma que foi um consórcio mundial a ordenar a criação do último Corona para os livrar da chamada «peste grisalha» que vem ameaçando as Finanças de todos os Estados, os quais se vêem incapazes de suportar a despesa que ela causa, mas não existem provas para tal.

2 comentários:

  1. Poderá ums dessas hipóteses ser a causa. Nada acontece por acaso. Tudo tem um princípio e uma origem.

    Bom Domingo.

    ResponderEliminar
  2. Em princípio, a resposta do aluno ao professor e sem deixar de se considerar certa ficção, bem como previsões susceptíveis de suceder, parece merecer nota positiva . A especulação que se faz, ainda que retirado algum imaginativo, não é de todo para desacreditar e o realismo presente, certamente, ficará para História e digno de ser contado, a fim de integrar um passado de sacrifício . No que respeita à corrida para atingir o primeiro lugar, também não causa surpresa de maior e, porque assim é, ela vai continuar imparável, independentemente de benefícios ou custos a suportar por terceiros . Os senhores do mundo que já se conhecem e outros que pretendem sê-lo, só não acabam com os demais porque sabem não poder prescindir dos que dominam para manter a sua grandeza . Um abraço .

    ResponderEliminar