quinta-feira, 2 de abril de 2020

Crónica de um jogo que não aconteceu!

As altas instâncias do futebol reuniram-se hoje e decidiram que até ao dia 3 de Agosto todas as competições relativas à época 2019/2020 tem que estar terminadas.
Depois começaram as discussões sobre o modo de realizar os jogos, como, quando, com assistência ou sem ela, etc.. De repente fiquei a pensar que esta gente se esqueceu de que o futebol só tem sentido com assistência sentada nas bancadas e a pagar o respectivo bilhete para entrar. O futebol é um negócio de milhões, a maior parte pagos pelos patrocinadores e pelas televisões, que vive do entusiasmo dos adeptos, das muitas cervejas que bebem e da pancadaria que organizam antes, durante e depois de cada jogo. Sem isso o futebol não vale nada, ninguém pagará para o ver e acabará por morrer.
Montar um espectáculo televisionado para vermos sentadinhos no sofá é outro tipo de espectáculo e até pode dar certo, mas temos que lhe dar tempo para se ajustar à nova realidade. E como ninguém garante que o vírus se vá embora a tempo de começarmos a nova época, lá para fins de Agosto, talvez valha a pena pensar nisso a sério. E como as receitas serão muito diferentes, há que reajustar tudo, a começar pelos salários milionários dos "artistas", e ver se os clubes têm condições para continuar.
As finanças do Benfica, do Gil Vicente ou do Belenenses são muito diferentes e sem receitas de bilheteira e, possivelmente, sem cotização dos sócios os mais pequenos não vão a lado nenhum. A solução seria a Liga negociar todos os patrocínios e depois dividir o dinheiro pelos clubes, pois agora só os grandes recebem a fatia de leão correspondente à TV Cabo.
Sem assistência também não serão necessários os grandes estádios que custam milhões. Mais vale montar um relvado em qualquer lado, como se fosse um estúdio de televisão, para gravação dos jogos que podem ser a qualquer hora de qualquer dia. É só gravar e guardar para futura emissão. Só tem um problema, saber o resultado antes de a emissão ir para o ar.
Como vêem por estas minhas palavras a coisa não está fácil. Vai ser preciso pôr as cabecinhas pensadoras a trabalhar para encontrar uma solução que agrade aos gregos e não desagrade aos troianos. Cá estarei para ver (se o vírus deixar)! 

6 comentários:

  1. A industria do futebol parece grande de mais para se condicionar à tua ideia ; pois, construir mais espaços para tal actividade, mesmo que restritos ao que mencionas, afigura-se não se justificar, na medida em que temos estádios de futebol que chega e sobra e, para além dos fins para que foram criados, pouco ou nada podem acrescentar . Actualmente, e contrário ao que muitos pensam, o futebol passou a ser secundário e é tempo de se cair na realidade, uma vez haver necessidades mais importantes a ter em conta . Depois, em matéria de desporto, importa acautelar a actividade desportiva como um todo e extensiva ao maior número e não a uma minoria privilegiada e a vive na opulência, sem rei nem roque . Ainda, acerca de dividir dinheiro dos grandes pelos mais pequenos, no País que temos e com a gente que se conhece, não passa me miragem e totalmente impraticável . Eu não duvido de quanto valem boas intenções, mas também sei qual a mentalidade das respectivas chefias e, ainda, duma rapaziada que anda por aí a apregoar, por onde pode e lhe é consentido, todo o tipo de veneno e de reaccionarismo primário, destituído de sentimentos louváveis e possíveis de concretizar qualquer tipo de distribuição, salvo se for para a corja que defendem . Um abraço .

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  2. Corrijo : e a viver e não e a vive ; assim como : não passa de miragem e não passa me miragem .

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  3. Nesta altura do campeonato, quem ditas as regras é o Coronavirus. Contra a força não há resistência. Nem tão poucos aqueles que se julgam ser mais inteligentes o conseguem vencer. Chapéus há muitos como dizia Vasco Santana!

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  4. Desculpem lá, isto é mau sinal . Corrijo : impossíveis de ... e não possíveis de ...

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  5. Boa tarde
    Confesso que já tenho saudades das suas cronicas .

    JAFR

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  6. Na minha opinião, acho que faz sentido porque estamos a falar de algo temporário. Além disso e por muito que me custe dizer isto precisamos de nos entreter, ter assuntos para falar e as televisões precisam urgentemente (para a sanidade mental de todos nós) de diversificar o seu conteúdo.
    Nestes tempos, os próprios canais e a anunciantes do futebol precisam tbm da sua visibilidade.
    Acho que em Ptg se fala excessivamente de futebol onde qq um é comentador, mas nestes dias faz falta esse "entertainment".

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