segunda-feira, 23 de março de 2020

Tirar partido da situação!

Cada desastre que acontece no nosso planeta abre novas oportunidades de negócio e dá-nos a possibilidade de reorientar algumas das nossas opções de vida. Por exemplo, todos reconhecem que o excessivo número de aviões que cruzam os céus a cada minuto do dia e bem poderiam os decisores políticos proibir que voltem a levantar voo. Sabe-se já que a qualidade do ar melhorou muitos por cento em todo o mundo e especialmente na China. Com o reatar da actividade, no próximo mês de Maio (todos esperamos isso), tudo voltará ao mesmo, a menos que os governantes tenham aprendido a lição e ponham a saúde em primeiro lugar.


Como eu gosto muito de dar conselhos, aqui fica mais um. As companhias aéreas teriam que deixar em terra metade dos aviões, investindo na ferrovia o suficiente para transportar a outra metade dos passageiros que perderam o direito a voar. Um investimento é um investimento, tanto vale ser em aviões como em comboios. Entre as várias capitais europeias gastam-se 2 a 3 horas de voo. Num comboio rápido fazem-se 3.000 Kms em 10 horas. Tendo em conta o tempo que se perde nos aeroportos, média de 2 horas, na partida e chegada, fica-se apenas pelo dobro se optarmos pelo comboio.


Nada proíbe que circulem, na mesma linha e no mesmo sentido, 4 ou 5 comboios carregando milhares de passageiros. Os homens de negócios poderiam optar pelo avião, uma vez que o tempo é dinheiro, mas teriam que pagar um acréscimo de 20% para compensar a poluição que causam. Turistas só de comboio, sem hipótese de escolha.
Sei que isso iria reduzir o número de trabalhadores que enchem as fábricas da Boeing e da Airbus, mas resolver-se-ia o problema usando-os para construir os muitos comboios que seriam necessários. E nada proíbe que a mesma companhia opere com aviões e comboios, rodando os seus trabalhadores, tanto na produção como na operação. E fazem falta novas linha - só em Portugal faltam meia dúzia - e postos de produção de energia limpa ao longo das linhas. É aqui que reside a nova e grande oportunidade de negócio de que falava atrás.

Seja no mar

Ou em terra

Isto é na Europa, mas o mesmo se aplica a todos os continentes e se houvesse uma autoridade mundial responsável pelo licenciamento dos transportes colectivos, de maneira a proibir o uso excessivo dos combustíveis fósseis, outro galo cantaria. O carvão já foi o maior combustível nos transportes e já passou à História, está na altura de acontecer o mesmo ao petróleo.
Há muito a fazer e a altua certa é agora !!!

4 comentários:

  1. 'Turistas só de comboio' não se pode aplicar a quem vive nas Antípodas… mas fica a ideia!

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  2. Proibir os aviões de voar, com o mundo tão acelerado, isso seria diminuir a velocidade do progresso. A ganância, do homem, pelo dinheiro impede que tal possa acontecer. Só mesmo uma catástrofe poderá fazer com que isso, alguma vez, seja possível?

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  3. As ideias são ótimas mas até serem implantadas teria que haver muito investimento e pouco retorno enquanto continuarem como até aqui o investimento é muito menor e o lucro instantâneo, uma vez que as infraestruturas já estão todas no terreno. Adivinhe o que vai acontecer.
    Abraço e saúde.

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  4. Ai meus amigos, o progresso atingiu um nível tal, no mundo em que estamos inseridos, que não se compadece com eventual retrocesso e, regra-geral, não olha a meios para consumar objectivos ; embora, em aspectos que vão sendo contestados, se vá tentando recorrer ao mal menor, desde que não afecte interesses de maior . Por muito que nos custe, não podemos fugir a determinadas consequências, incluindo efeitos provocados pela actividade global . É assim a vida, hoje em dia, as dependências são cada vez mais prementes, mesmo que a proveniência possa ser posta em causa e, se assim é, só temos que nos adaptar e tentar minimizar o indesejado . Não é por mero acaso que há confronto de opiniões/ideias que, ao fim e ao cabo, devem ser respeitadas, sem que isso implique que cada um deixe de defender o que julgar mais adequado e justo, face à visão que tem da sociedade e do modo como se deve afirmar . Sou um defensor da expansão do comboio e reconheço as suas vantagens aos vários níveis da sociedade, mas não posso deixar de reconhecer que o avião se tornou um meio de transporte indispensável e que, certamente, não tem os dias contados ou sequer grande diminuição de tráfego, salvo se uma crise mundial se instalar com substancial diminuição de movimentação de pessoas . Um abraço .

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