Qualquer bom português sabe que foi em 1917, no mês de Maio, que começaram as aparições da Virgem Maria, em Fátima. E aqueles que são mais atentos a essas coisas da religião católica também sabem que o primeiro pedido de N. Senhora foi para rezar pelo fim da guerra (Grande Guerra 1914-1918) e pela conversão da Rússia. E porque seria isso? Por serem uns anjinhos, os russos, não foi com certeza.
Vamos, então, dar um passo em frente na nossa narrativa histórica. A Rússia envolvera-se também na Grande Guerra que pôs a Europa a ferro e fogo e sofreu pesadas baixas nas batalhas contra o exército alemão. Os políticos russos que desde há perto de duas dezenas de anos tentavam acabar com o regime czarista, aproveitaram o descontentamento do povo e depuseram o czar Nicolau II.
O seu reinado terminou com a Revolução Russa de 1917, quando, tentando retornar do quartel-general para a capital, seu trem foi detido em Pskov e ele foi obrigado a abdicar. A partir daí, o czar e sua família foram aprisionados, primeiro no Palácio de Alexandre em Tsarskoye Selo, depois na Casa do Governador em Tobolsk e finalmente na Casa Ipatiev em Ecaterimburgo. Nicolau II, sua mulher, seu filho, suas quatro filhas, o médico da família imperial, um servo pessoal, a camareira da imperatriz e o cozinheiro da família foram executados no porão da casa pelos bolcheviques na madrugada de 16 para 17 de julho de 1918. É conhecido que esse evento foi ordenado de Moscou por Lenin e pelo também líder bolchevique Yakov Sverdlov. Mais tarde Nicolau II, sua mulher e seus filhos foram canonizados como neomártires por grupos ligados à Igreja Ortodoxa Russa no exílio.
E começou assim a «Revolução Russa» que comemora hoje 100 anos. O nosso contemporâneo comunista-mor, Jerónimo de Sousa, está hoje em festa. Só não consegui descobrir ainda se ele devia comemorar com risos ou com lágrimas. E ele também não.
Em novembro de 1917, o governo publicou a Declaração dos Direitos dos Povos da Rússia, que declarava que os grupos étnicos não-russos que viviam dentro da República tinham o direito de ceder da autoridade russa e estabelecer seus próprios Estados-nação independentes. Citando isso como justificação legal, muitas nações declararam independência: Finlândia e Lituânia em dezembro de 1917, Letônia e Ucrânia em janeiro de 1918, Estônia em fevereiro de 1918, Transcaucásia em abril de 1918 e Polônia em novembro de 1918. Logo, os bolcheviques incentivaram ativamente os partidos comunistas nesses estados agora independentes, enquanto em julho de 1918, no V Congresso dos Sovietes de Toda a Rússia, foi aprovada uma constituição que reformou a República Russa na República Socialista Federativa Soviética da Rússia.
Além do czar, sua família e empregados que foram fuzilados uns meses depois, poucos russos sofreram na pele as consequências imediatas da revolução. Mas foi sol de pouca dura, pois anos depois começaram as viagens sem retorno para a Sibéria. Quem não acatava as directrizes do partido no poder era posto de lado imediatamente.
Uma das figuras da revolução e chefe do primeiro governo estável, criado depois da revolução foi este senhor que vêem aqui à esquerda, Vladimir Lenine, que morreu cedo, mas continua presente na vida do povo russo, embalsamado e depositado no «Mausoléu de Lenine», no centro da Praça Vermelha, em Moscovo.
Passados que são 100 anos, muita gente se pergunta o que ganhou o povo russo com a revolução. No tempo dos czares eram pobres e viviam mal, faltava-lhes tudo e mais alguma coisa. E depois da revolução? Continuaram na mesma ou pior e sempre com a ameaça de serem deportados para os campos de concentração, na Sibéria, pendente sobre as suas cabeças. Foi assim até à chegada da perestroika, em 1989 e mudou um pouco desde então. A mudança tem acelerado nos últimos anos, pois a tecnologia e a facilidade comunicação não têm fronteiras e, embora contra a vontade de quem manda, têm penetrado as fronteiras russas e feito o seu trabalho.
E, ao fim de tantos anos, os czares voltaram a reinar na Rússia. Diferente do passado, não é apenas um, mas sim vários. Eles são os donos do petróleo, do gás e das grandes empresas russas. Têm milhões, fazem o que querem e sobra-lhes tempo.
E o grande chefe deles também se chama Vladimir ... Putin !
Uma excelente lição de história. E não há dúvida que 1917 foi um grande ano. Nele a Piedade ficou grávida. Viria a ter um bebé em Abril de 1918 , que seria o Manel da Lenha meu pai. Ou seja as minhas raízes vêm desse ano.
ResponderEliminarUm abraço
Aparições ou visões? As crianças não mentem. Todavia, isso é matéria que só os entendidos da religião católica poderão falar mais concretamente, sobre o que aconteceu. Quantos às guerras elas aconteceram no passado, estão acontecendo no presente e continuarão no futuro. Só terão fim, quando no mundo só houver um homem, porque não tem com quem mais lutar. De certeza não haveriam guerras.Se os homens estivesse sossegados nos seus países. Não ocupassem, ilegalmente, outros países e não explorasse outros homens?
ResponderEliminarPara mim foi um ano histórico, não só pelas aparições de Fátima, como pelo nascimento de meu pai, se não tivesse nascido em Agosto de 1917, eu hoje não estaria aqui falando convosco! DEIXO O MEU ABRAÇO.
ResponderEliminarReligião e politica é um nunca mais acabar, quando se procura encontrar as verdadeiras causas e, naturalmente, as opiniões são, quase sempre, discutíveis . Importa, isso sim, considerar aquilo em que se acredita e respeitar divergências, mesmo quando surgem de modo inconveniente ; tanto mais que, tolerância e capacidade de discernimento fazem parte da formação de cada um . Um abraço .
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