terça-feira, 28 de novembro de 2017

Bem vindo a bordo !


No dia 7 de Março de 1962, dois dias antes de eu festejar os meus 18 anos, pisei pela primeira vez o convés de uma embarcação da Marinha de Guerra Portuguesa. A carta que tinha recebido em minha casa era bem clara - deve apresentar-se na Doca da Marinha, às 07.00 horas, do dia 7 de Março.
E lá me apresentei, atravessei o Tejo, pela primeira vez, e gastei os 6 anos seguintes ao serviço da Marinha, maioritariamente em Moçambique, participei na famosa Guerra do Ultramar sem sofrer um beliscão e aqui estou eu, fino como um alho, para vos contar essas peripécias. Alguns não tiveram a mesma sorte que eu e lá deixaram o esqueleto a apodrecer para sempre.
Uma vez que fui para Moçambique de avião, só voltei a pisar o convés de um navio (excluindo a vedeta e os cacilheiros que navegam no Tejo), quando embarquei no NRP Bartolomeu Dias para ir patrulhar a costa de Moçambique. Foi uma bela viagem, parámos em Inhambane e na Beira, fomos até à Ilha de Moçambique, uma viagem de sonho para quem nunca tinha saído de casa.
Coisa boa para recordar, aqui sentado, a olhar para a imagem da «Vedeta da Marinha».

3 comentários:

  1. Também fiz a mesma viagem, embora alguns dias depois ; isto é, para me apresentar no Corpo de Marinheiros, no dia 25 de Março de 1962 . De facto, já havia atravessado o Tejo várias vezes, mas em nenhuma delas senti tantas expectativas como as da referida data . Apesar de tudo quanto se passou, não estou minimamente arrependido e recordo com saudade todo aquele tempo . Bem sei que não foi um mar de rosas, mas, não tenho dúvidas, que muitos outros passaram bem pior e, por isso, não me lamento nem registo queixas consideráveis . Mesmo agora, é bom recuar no tempo e lembrar, especialmente, o que dá vontade de rir, relativamente aos inúmeros acontecimentos ... . Um abraço .

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  2. 7 anos mais tarde segui o mesmo caminho. Também de avião.
    Abraço

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  3. Tintinaine, diz que está fino,
    como um alho, se calhar chocho
    para a imgem olhando e sorrindp
    com uma lágrima no canto olho?

    Bem que eu o entendo,
    sem lenço para limpar a remela
    recordando aquele tempo
    que por lá andou na boa-vai-ela!

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