Várias vezes ouvi falar na Quinta do Tamariz, mas nunca me deu a curiosidade de saber onde fica. Talvez porque não sou grande bebedor de vinho verde seja a razão de tal desinteresse. Uma reportagem que vi na TV chamou-me a atenção e ao ouvir falar de Barcelos quis ir saber, exactamente, onde fica isso. A meio caminho, entre Famalicão e Barcelos, uma zona por onde passo milhentas vezes por razões que faço questão de vos explicar.
O meu bisavô materno era da freguesia da Várzea, casou com uma rapariga de Airó e foi viver para Rio Covo (Santa Eulália). Ora, estas três freguesias são vizinhas da freguesia, onde fica sedeada a Quinta do Tamariz que produz alguns vinhos de reconhecida fama. As memórias do passado levam-me para aquela zona muitas vezes, por lá almoço e gasto as horas a tentar adivinhar como seria a vida do meu bisavô e dos muitos filhos que criou, entre eles o meu avô António de Sousa. Nos finais do Século XIX e primeira metade do Século XX toda a gente vivia da agricultura. O comércio era coisa de pouca monta e a indústria ainda cá não tinha chegado. O concelho de Barcelos é uma sucessão de campos e pinhais e a zona entre Famalicão e Barcelos, por ser bastante plana, é ideal para instalar vinhas como a da Quinta do Tamariz. Acredito que os meus ancestrais eram bons a plantar, enxertar e podar videiras. E a vindimar, fazer o vinho e ajudar a bebê-lo, claro.
A quinta fica a meia dúzia de quilómetros da estrada nacional 204 e estou a pensar fazer lá uma visita, na próxima vez que por ali passar. Talvez haja lá uma lojinha a vender vinhos e traga de lá alguma recordação, embora as recordações que se bebem durem pouco na minha casa!
A identidade é algo sem a qual quase nunca poderemos viver em paz. Principalmente para os que estão longe da Pátria saber as origens é importante... O meu bisavô não era da Varzea mas segundo documentos sei que foi várias ao centeio a Espanha. Um Natal Feliz para todos!
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