sábado, 18 de dezembro de 2021

Mudança de planos!

 Hoje, tinha decidido escrever um conto que se intitulava «Apaixonei-me por um par de ... sobrancelhas», mas mudei de planos ao saber que faz hoje 60 anos que Nehru mandou invadir Goa, cansado que estava de tentar convencer Salazar a negociar com a Índia a saída dos portugueses que por ali andavam, há 400 anos.


Mais de duas gerações se passaram, entretanto, e já poucos se lembram de Goa e do resto das nossas possessões na Índia. Goa, Damão e Diu papagueávamos nós nas aulas de Geografia, sem ter a menor ideia do que isso era ou onde ficava. Depois da independência, esse tipo de ensinamentos foi retirado das nossas escolas e, em especial, depois do 25 de Abril ficou quase proibido falar nisso. Esquecer a Colonização, apagá-la da nossa História, um erro crasso, a História nunca pode ser esquecida ou alterada, há que suportar o peso dela, quer seja boa ou má.

Nehru era um discípulo aplicado de Ganhdi e contrário à utilização da força, mas tudo tem os seus limites, Salazar não quis negociar e o remédio foi correr com ele. Em 18 de Dezembro de 1961, lembro-me como se fosse hoje, estava eu no posto médico da minha companhia de seguros a fazer um curativo ao dedo indicador direito que tinha esmagado numa máquina da fábrica de tecidos, onde arranjei o meu primeiro emprego, quando ouvi a notícia pela rádio, Goa invadida pela Índia.

O Nehru já estava velhote e não se gozou da nossa Índia por muito tempo. Em Maio de 1964, já eu estava em Moçambique e quase a terminar a primeira comissão que lá fiz, quando ele bateu as botas. Seis anos depois seguia-o Salazar e imagino que devem ter travado acesas discussões sobre a libertação da Índia dos seus colonizadores, Inglaterra e Portugal que tantas dores de cabeça lhe tinham dado.

Depois do 25 de Abril, só os alunos muito aplicados sabem o que foi o Império Português e poucos param para pensar o porquê do nosso Primeiro Ministro ter aquele tom de pele. Há que ser muito estudioso, bisbilhoteiro ou curioso para estar por dentro desses detalhes, mas ... eu ainda sou do tempo antigo!

6 comentários:

  1. Ainda há missa em português na Catedral e no Bairro das Fontainhas em Pangim pode-se escutar português em casas senhoriais e para os mais atentos o rezar do terço ao luz-fusco deixa qualquer português que se preze - orgulhoso. Uma Casa Portuguesa Concerteza que saindo de Pangim/Margão não passa de uma terra adulterada e hindú salpicada de hippies, drogas e festas duvidosas.

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  2. E gritava Salazar : levem Goa e Dio e deixem-me Damao !
    Tempos em que era-mos considerados e temidos , hoje somos desprezados e fodidos e justamente por canalha de la bas !

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  3. Ainda hoje continuamos a ser vítimas dos erros cometidos por Salazar. Se Salazar tivesse sido um governante inteligente nunca a Revolução dos Cravos teria acontecido?

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  4. Há pouca gente que conhece a história da Velha Goa. Em 1543 a população era de cerca de 200.000 até que as epidemias de malária e cólera devastaram a cidade e foi largamente abandonada tendo o vice-rei feito as malas e mudando-se para Panjim. Hoje é uma cidade de Igrejas a apodrecer com caruncho e falta de capital. Entretanto o Santo Francisco Xavier continua intacto e continuamente visitado. Boas Festas e lembrem-se que se não fosse o Salazar nem Hospitais tinhamos.

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  5. Bom dia
    Não saiu o conto, mas ficamos a saber mais um pedaço da história de Portugal.
    Até mais logo depois das 19h.

    JR

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  6. Salazar foi tão mau governante, em vez de criar melhores condições de vida para os portugueses, envolveu-os numa guerra que poderia ter sido evitada se ele Salazar fosse inteligente...

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