“Não é possível antecipar o cenário daqui a 14 anos. Estamos otimistas com o futuro da fábrica de Cacia do Grupo Renault”, comenta Joana Cardoso, diretora de comunicação e transformação do grupo francês.
Como refere o mesmo jornal, os OEM (Original Equipment Manufacturers) com presença em Portugal prometeram, nos últimos meses, um grande esforço financeiro de curto e médio prazo para entrarem no roteiro elétrico. Volkswagen: 35 mil milhões de euros. Renault: 10 mil milhões de euros. Stellantis (PSA-FCA): 30 mil milhões.
Porém, “as fábricas portuguesas ficaram à margem. A grande aposta da Renault é França. Já a Volkswagen (VW) escolheu Espanha para “pilar estratégico” no sudoeste da Europa”.
Pensando no tamanho da Auto-Europa 14 anos não é muito tempo para se fazer uma mudança livre do perigo de muitos despedimentos. Lendo a notícia acima e percebendo que as marcas não estão a pensar em Portugal como beneficiário dos grandes investimentos previstos para o mudança inevitável, é tempo de o nosso governo começar a preocupar-se com questão que se levanta. O que vai fazer a Auto-Europa depois da proibição de fabrico de automóveis com motores de explosão. As autoridades europeias estão decididas a ir para a frente com a proibição, em defesa do Planeta e contra as emissões de CO2.
Portugal já é pobre que chegue na situação actual, imagine-se o que seria encerrar a fábrica de Palmela, em 2035, e mandar para o desemprego milhares de trabalhadores que ali ganham o sustento para as suas famílias. Já para não falar na mama que aquilo é para a Autoridade Tributária, pois estamos a falar do maior exportador nacional, o que paga melhores salários e que ao fim de cada mês transfere para as Finanças muitos milhares de euros, correspondentes à retenção na fonte do IRS dos seus muitos trabalhadores.
Convencer os alemães que continuará a ser compensador manter aquela fábrica em actividade tem que ser o papel do Estado, pois será o primeiro grande prejudicado se isso não acontecer. Perder aquela monumental receita e ter que pagar subsídios de desemprego a tanta gente, ainda por cima, será uma situação que qualquer ministro das finanças quererá evitar. Mas para isso acontecer é preciso começar a trabalhar hoje, amanhã será tarde. E não se trata apenas da Auto-Europa, pois há mil e uma pequenas empresas que funcionam ao lado como fornecedoras de componentes para os automóveis que ali são montados. Tudo tem que ser reconvertido e a Bazuca que aí vem para a modernização do país não se voltará a repetir. É preciso planear agora e usar parte desse dinheiro para ajudar na mudança, coisa que terá que acontecer até 2030.
Montar carros é sempre a mesma coisa, tanto vale que sejam eléctricos ou não, os componentes é que serão diferentes. Quem vai fabricar os motores eléctricos? E as baterias? Podemos ser nós, não tem que vir tudo de fora. Se não existem ainda unidades industriais capazes de fazer isso, em Portugal, será melhor criá.las de imediato, com condições para crescer no futuro, usando parte desse dinheiro que vai ser posto à nossa disposição com intuito de transformar o país para melhor, no que se refere à protecção do clima. Lutar contra as alterações climáticas tem que estar na origem de todos os investimentos e a troca dos motores de explosão por motores eléctricos á o primeiro grande passo.
O «Grande-Acelera» e ministro do ambiente, Matos Fernandes, é o actual responsável pela pasta do ambiente no governo de António Costa. Será que ele está consciente da responsabilidade que lhe cabe neste assunto? Andar a mais de 200 Kms/Hora significa que tem pressa, mas será que essa pressa é para resolver este assunto? É que circular a essa velocidade aumenta a emissão de CO2, não a reduz, compreende, Sr. Ministro?
Impossível não é, mas atingir metas como esta seria um desastre económico. A industria automóvel, a petrolifera e todas as de componentes para montar um veículo emprega milhões em todo o mundo e francamente não vejo os países pobres da Asia fazerem a troca em 9 anos.
ResponderEliminarBem complicado.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Os carros elétricos são caros. Cujo o seu fabrico faz aumentar, descontroladamente, o preço dos combustíveis. Para não dizer, muitas, asneiras. Em vez de se construírem fábricas de automóveis. Devem em defesa do planeta ser construídas oficinas de carpintaria para se construírem carretas, como antigamente, puxadas por juntas de bois e parelhas de bestas!
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