Hoje, último dia do mês de Julho, pode ser um dia marcante na vida de muitos portugueses. Na minha não, porque vivo retirado num canto, onde nem a Covid nem muitas outras coisas cabem. O Professor Marcelo, na sua qualidade de mais alto magistrado da nação, disse ao nosso Primeiro Ministro que está na hora de dar passo à economia e ele assim fez. A partir de amanhã, Portugal tem que contar com o livre arbítrio dos seus cidadãos, em vez de ser o governo a estabelecer regras, como se todos nós fôssemos uma cambada de infantis que não sabemos ainda reconhecer o que é bom ou mau para nós.
Acho muito bem, viva o Marcelo que decidiu tratar-nos como seres adultos providos de inteligência. Eu cá falo por mim, se me dizem que o concelho da Póvoa de Varzim está em risco muito elevado, fico em casa e quando ponho o nariz fora da porta cubro-o com a máscara para evitar o risco de ser contaminado. Eu já estou vacinado, embora não tenha pedido o certificado digital, mas sei que em casa estou mais seguro.
Os concelhos de Póvoa e Vila do Conde são vizinhos e misturam-se de tal maneira que ninguém sabe onde acaba um e começa o outro. A fronteira entre os dois concelhos fica a menos de 500 metros da minha porta das traseiras. A DGS não sabe como nos mexemos aqui na terra, nem que os Shoppings, os Super e Hiper Mercados são compartilhados por todos, poveiros, vileiros e visitantes (que são aos milhares neste tempo de praia), mas mesmo assim, sem perceber patavina do assunto, devo repetir, decidiu que o meu é um concelho de risco muito elevado e o vizinho apenas elevado.
Enfim, a DGS lá saberá as linhas com que se cose, o Marcelo e o Costa não podem condenar o país a morrer da cura, enquanto tratam da doença, mas eu posso, quero e vou tratar da minha protecção individual seguindo o que manda a minha cabeça. E cada um que faça o mesmo e não ande depois a deitar culpas do que acontecer a terceiros que não têm nada a ver com o assunto. De amanhã em diante é cada um por si!
Os que escolherem ir para o interior e deitar-se ao sol ou à sombra, de papo para o ar, como está a senhora da imagem que escolhi para ilustrar esta minha publicação, correrão menos riscos do que aqueles que se forem esticar em cima de uma toalha, entre centenas de outros, numa qualquer praia perto de si (como agora parece ser moda dizer)!