Andei por aí às voltas para ver se encontrava as 100 perguntas enviadas ao Primeiro Ministro, sobre o Processo de Tancos, mas esbarrei com a nova moda dos conteúdos pagos, em tudo que é jornal ou site de notícias, e tudo que consegui foi isto:
»»» O juiz Carlos Alexandre aceitou que o depoimento de António Costa fosse prestado por escrito, tal como tinha sido autorizado pelo Conselho de Estado, depois de ter insistido na importância em ouvir presencialmente o primeiro-ministro.
O juiz pergunta ao primeiro-ministro quando e através de quem teve conhecimento do assalto e questiona-o se o assalto aos Paióis Nacionais de Tancos (PNT) foi tema de conversa com Marcelo Rebelo de Sousa.
Carlos Alexandre quer saber quando foi a primeira vez que o primeiro-ministro falou com Azeredo Lopes e com o então chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (Rovisco Duarte) sobre o furto do armamento e se o assunto também foi abordado em conversas tidas com o, à data, director da Polícia Judiciária Militar (PJM) e arguido Luís Vieira, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e com a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda.
No início de Janeiro, o magistrado mostrou o seu desagrado por António Costa ter pedido ao Conselho de Estado para depor por escrito como testemunha do seu ex-ministro da Defesa, alegando dificuldades em "formular questões, sobre hipóteses, explicações e intróitos". «««
Não é muito, mas dá para perceber que a «arraia graúda» da nossa política e altas chefias militares sentem o cu encostado às calças e não sabem onde se hão-de meter. O juiz Carlos Alexandre gosta de escarafunchar na coisa, quando o assunto mete políticos e eu acho muito bem que o faça, pois de outro modo o nosso país (e a sua Justiça) seria transformado numa palhaçada muito maior do que já é. Só tenho pena que ele não escolha como alvos os advogados da nossa praça e os encoste à parede, pois são eles os pais e padrinhos de toda a aldrabice e sujeira, ou seja, o lamaçal em que vivemos actualmente. Basta ver o que foi divulgado pelo «Luanda Leaks» sobre o papel dos escritórios de advogados no encobrimento e lavandaria de dinheiro vindo de Angola.
Em face do que tem vindo a público, somos levados a crer que todo o bicho careta, desde o Presidente da República até ao mais ínfimo representante das Forças Armadas Portuguesas, sabia ou soube do que estava a passar, mas como se trata de defender o tacho ... todos se fecharam em copas. E pelos vistos, o nosso Primeiro Ministro pediu para responder por escrito para não correr o risco de meter os pés pelas mãos e deixar alguém ficar mal. Assim terá tempo de passar as respostas para as mãos do advogado que defende o Azeredo Lopes e ver se tudo está nos conformes.
O famoso «Fechaduras» que passou de arguido a testemunha do caso veio pôr ainda mais pressão no assunto com o seu depoimento recente. Esse não tem muito a esconder, ofereceram-lhe 50 notas das grandes para abrir as portas e, se calhar, nunca as recebeu, ou recebeu apenas uma parte e não deve fidelidade a nenhum dos caretas militares (com muitos galões nos ombros) que se viram envolvidos nesta trama.
Vamos esperar com calma e ver como tudo isto acaba!