Cerca de 4 quilómetros separam as cidades da Póvoa e de Vila do Conde. Não é uma grande distância e muita gente a fazia a pé, nos velhos tempos, mas havia sempre alguém que não o queria, ou podia, fazer e lá apareceram os transportes públicos.
O primeiro carro a fazer este serviço de ligação foi o «Americano», um carro que andava sobre carris e era puxado por uma parelha de mulas. Não chegou aos meus dias, quando aterrei na Póvoa, em 1960, já não havia vestígios dele, embora os carris s´tenham sido arrancados do chão, por aquilo que ouvi contar, poucos anos antes de eu chegar. Começou a usar-se a bicicleta em grande escala e os carris provocavam quedas com muita frequência, o que levou as autarquias a tomar a decisão de retirar os carris e ajustar a via para os transportes mais modernos.
O que veio a seguir não era o supra-sumo da modernidade, mas era muito mais confortável. E funcionava em pleno quando eu cheguei à Póvoa. Se bem me lembro, o bilhete custava 1$50, o que parece pouco, mas considerando os ordenados da época já pesava no bolso de quem pagava. Ir à feira da Vila custava aos poveiros desse tempo 3$00 (ida e volta), à sexta-feira e era um pandemónio para arranjar lugar nas horas de ponta.
Bons velhos tempos!
Recordar é viver!
ResponderEliminarOs autocarros do Barreiro quando apareceram o bilhete custava $20. No ano seguinte foi para $50 e no outro $80.
Abraço e bom domingo
Já não se anda a pé, como se andava nesse tempo. 4, 10, 20 ou mais quilómetros. "Bons velhos tempos", Bons e modernos tempos são agora. Serão poucas as pessoas que andam mais de 200 metros sem ser de carro?
ResponderEliminarBom dia também não me lembro de outro transporte para ir a feira a espinho a não ser o autocarro. Mas fui muitas vezes a pé que sao cerca de cinco kms para poupar o dinheiro para as tripas a egundas feira.
ResponderEliminarHoje em dia, naturalmente, reclama-se por tudo e por nada, sempre com o desejo de satisfazer o presente e de alcançar melhores dias, o que se compreende perfeitamente, atendendo à evolução dos tempos e a exigências que podem fazer sentido, bem como em relação a necessidades indispensáveis de cada um . Seria bom, ter-se um país com recursos naturais de elevado valor e desenvolvimento sustentado, mas, infelizmente, tal não acontece ; pior, agravado por politicas de governação desastrosas ou de fraca capacidade que, frequentemente, deixam muito a desejar, graças à incompetência ou desonestidade de alguns dos governantes que temos tido . Como se isto não bastasse, existem uns quantos que nada produzem, nem se esforçam para isso, apenas sentindo direitos e esquecendo-se dos deveres, pensando/exigindo que o Estado os deve sustentar com a Segurança Social a dar-lhes a devida protecção ! Depois, corruptos e da roubalheira descarada, vão-se apoderando/comendo grande parte do que resta, ficando muito pouco para os honestos e que trabalham ou querem trabalhar dignamente . Seja como for, uma coisa parece certa, os meios de transporte acima identificados, assim como os recursos económicos da maioria que os utilizava, não deixam saudades ; portanto, e apesar de carências que existem na actualidade, tudo é bem melhor e mais digno, o mesmo será dizer que nem tudo é tão mau como, por vezes, se faz crer . Fico estupefacto, quando vejo pessoas a tentar comparar o que não pode ser comparável e a defender um passado negro da nossa História e a aplaudir/apreciar responsáveis pelo nosso atraso e obscurantismo e que, por ignorância/incompetência ou ideologia desprovida de valores humanos, impuseram sacrifícios terríveis à maioria dos portugueses e condicionantes de liberdade e pensamento ! É fácil, muito fácil, recorrer a um meio de comunicação ou qualquer outro e poder dizer o que se quer, mesmo que se trate de irrealidades, ofensas ou disparates ; agora, o que não se compreende, é que alguém possa advogar como bom aquilo que não lhe seria permitido/consentido . Um abraço .
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