sexta-feira, 5 de abril de 2019

Que Deus me acuda!


Ontem fui ao médico à procura de alívio para as minhas maleitas e regressei a casa com uma receita para 3 novos medicamentos, a acrescentar à longa lista dos que já fazem parte da minha história. Fui atendido por uma médica novinha, especialista em dor crónica, que se fartou de me fazer perguntas e escrever no seu computador. As perguntas pouco diferem daquelas que me fez o neurologista, a minha médica de família e até o meu enfermeiro da Unidade de Saúde Familiar. Eles perguntam e registam no seu computador, aquilo deve ser uma espécie de blog com um defeito enorme, ninguém lê o que os outros escreveram, senão não me faziam as mesmas perguntas.
Vejo nisto dois problemas que deviam preocupar os nossos governantes. O primeiro tem a ver com o SNS que alberga médicos aos milhares só porque eles precisam ganhar a vida como toda a gente. Não que façam uma grande falta aos doentes, mas porque faz parte do sistema e o sistema tem que continuar a funcionar, como um eterno sem-fim que foi posto em movimento por alguém sem saber porquê.
O segundo tem a ver a receita de medicamentos, o que mais que do interesse dos doentes é do interesse das farmácias e farmacêuticas. Imagine-se o prejuízo que seria se todo o mundo parasse de engolir as dezenas de comprimidos que fazem parte da sua "dieta". Ouvi dizer que os médicos recebem uma pequena percentagem dos remédios de marca que receitam. Pode ser apenas má-língua, mas também pode ser verdade e por essa razão eu só consumo genéricos. Quando me dizem que não há, cheira-me logo a esturro e já não quero nenhum, nem assim nem assado, que os tomem eles.
Disse isso à médica e ela respondeu que isso pode jogar contra mim, pois sem esse remédio posso morrer. Não faz mal, disse-lhe eu, quando morrer sou defunto e já não tenho que preocupar-me com esses pormenores.
E é verdade, ou estou errado?

5 comentários:

  1. Eu estou há duas semanas à espera do Lasix, ando a tomar o genérico mas os efeitos nem primos são! Tenho tido internamentos e acho estranho teres que repetir as tuas maleitas porque está tudo em computadores, quando chego às urgências, abrem os computadores e está lá tudo, até os medicamentos e tratamentos que ando a fazer, talvez porque sou um doente de risco elevado, será?

    BOM FIM DE SEMANA.

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  2. Acho muito estranho ter que repetir tudo. Eu fui operada pela última vez dia 19 de Fevereiro. Em Lisboa na clínica AlmOftalaser. Particular. No dia 21 fui à consulta na médica de família. Eu não lembrava do nome dos medicamentos que o médico lá me receitara. Ela foi ao computador e disse quais eram. Se têm acesso ao que acontece nas particulares, como não têm dentro do seu circuito. Vai tomar beladona?
    A minha médica receita os medicamentos pelo composto, de modo que compro sempre genéricos.
    Abraço e as melhoras

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  3. Se doentes não os houvesse. O que seria feito de tantos médicos e enfermeiros? Que passam a vida a reivindicar melhores salários e outras mordomias que lhe garantam o seu bem estar na vida. Não os critico desde que não prejudiquem os doentes, o que no caso recente não tem evitado que aconteça. Os doentes precisam deles e eles precisam dos doentes. Portanto, nem uns nem outros são indispensáveis. A saúde que em vez de ser um direito do doente, é um grande negócio para a indústria farmacêutica. Mas nesse sentido não há remédio que o consiga evitar a não ser a morte!

    Desejo as tuas melhoras. Bom fim de semana com chuva fria. Está chovendo por isso, mesmo. está um rico dia. Um abraço!

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  4. Boas
    Está a ser um pouco radical mas se calhar é por causa do GLORIOSO !!
    JAFR

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  5. Não sei se os médicos recebem uma comissão em $ mas pelo menos 'os gifts' nas Conferências não faltam… Desde copos, USB's, esferográficas e toda uma quinquilharia com o nome bem estampado 'do Remédio-Santo' há com fartura. E depois temos ainda as tais Conferências em Hóteis de 5* e restaurantes de luxo pagos pelos mesmos.

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