quarta-feira, 2 de março de 2022

O mal de ser velho!

Portugal é o segundo país do mundo com média de idade mais elevada e por isso deve preparar-se para os desafios do envelhecimento. Melhorar a saúde ocular no contexto de uma população envelhecida deve ser uma prioridade das principais entidades de saúde e decisores políticos.



Morrer novo é coisa que ninguém quer, mas quando se chega a velho há que aguentar as consequências de lá ter chegado. E a maior parte delas não são pera doce, mas a vontade de viver continua a marcar o rumo da grande maioria. Só em casos extremos de grande sofrimento as pessoas começar a ansiar pela morte.
Encontrei aquele parágrafo com que iniciei esta publicação num blog amigo e isso fez-me recordar os últimos anos de vida do meu pai. Ele sempre afirmava que chegaria aos 100, mas um inesperado AVC levou-o aos 90. Mas, nessa altura, já ouvia muito mal e, praticamente, não via. Já tinha sido operado às cataratas, mas ao fim de meia dúzia de anos estava muito pior que antes de ser operado. Nada consegue parar a evolução da velhice, começa quando abrimos os olhos para o mundo e vai por aí fora, enquanto Deus quiser.
Eu ainda não cheguei aos 80, mas os meus olhos estão a seguir os passos dos do meu pai, as cataratas começam a esconder-me as pupilas e sinto bastante dificuldade para ler (aliás, esse é um hábito que aos poucos estou a pôr de lado), mas não me sinto inclinado para a operação. Aceito tudo que tenha um carácter definitivo, mas custa-me entrar por caminhos que apenas são garantia de algo provisório. Há dias disse à minha médica de família, uma rapariga nova em princípio de vida, que não vale a pena tomar decisões precipitadas, pois a vida, muitas vezes, se encarrega de nos oferecer solução para os problemas com que vivemos, sendo a morte, sempre inesperada, a primeira de todas.
Nestes dois anos de pandemia, muitos idosos partiram deste vale de lágrimas, graças à Covid-19, que os veio livrar de uma velhice miserável, escravizados por doenças crónicas e, não poucas vezes, maus tratos da família. A vida moderna é uma boa merda, os pais têm que trabalhar para sustentar os filhos e não vêem outra solução que não seja abandonar os avós. A sociedade de consumo é assim mesmo e acaba por consumir as próprias pessoas que nela vivem. Todos querem ter uma casa e um carro e vivem uma vida de escravidão à conta desse desejo. Por vezes penso que mergulhar na natureza, construir uma cabana e recusar a utilização do dinheiro seria a melhor solução. Abdicar de tudo em troca da felicidade.



E por aqui me fico, pensem naquilo que escrevi, pois foi com boa intenção. Cada um terá que viver com os seus males e aprender a suportá-los (até que chegue a libertação)!

1 comentário:

  1. Bom dia
    Uma publicação que por muito que não queiramos temos de ter em conta.

    JR

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