quinta-feira, 17 de março de 2022

Lá em cima - Cá em baixo!

 Não há outra hipótese a não ser criticar o que está mal, já que é raro (muito) ter motivos para dar louvores a alguém, neste país. A título de exemplo, podemos começar com o António Costa e o governo que percebem perfeitamente que o negócio dos combustíveis está a encher os bolsos de alguns, enquanto esvazia os dos seus governados, mas não fazem nada para travar essa roubalheira. E porquê? Porque também lucram com o negócio.

Mas a minha crítica, hoje, vai para os lados da comunicação social. A falta de notícias com interesse - quero dizer positivas que alegrem o sorriso dos portugueses - faz com que delirem com toda a espécie de desastres, a começar com a guerra na Ucrânia, que enche os nossos ecrans desde o dia 24 de Fevereiro. Pergunto-me como vão sobreviver, logo que o Putin enterre o machado de guerra. Com tanto jornalista deslocado para aquele canto do mundo - até a Tânia Laranjo foi também - devem estar a rezar a todos os santos, quer os canonizados ou os que ainda são apenas beatos, para que o Putin arme em forte e mantenha os lança-mísseis a funcionar. Mais umas explosões e uns edifícios a cair podem salvar-lhes o dia.

Admiro a luta de todos esses repórteres para encontrar alguém que saiba duas palavras de português para entrar em directo e contar as suas desgraças ou revelar os seus sonhos de um futuro melhor do que foi o passado. Alguns não sabem o que dizer, nem têm a mínima habilidade para o fazer - lembro de novo o exemplo da Tânia L. - mas lá continuam a martirizar-nos os ouvidos com aquilo que acham da maior importância para as nossas vidas. E a nova invenção dos ecrans tácteis, em que basta pôr o dedo para mostrar tudo e mais alguma coisa, fazer círculos á volta das cidades que estão debaixo de fogo, ou desenhar setinhas a indicar a marcha da tal coluna que vai a caminho de Kiev e nunca mais lá chega, é um verdadeiro orgasmo assistir aos nossos noticiários. Então com a nova CNN à portuguesa é mesmo um delírio

Como será a nossa vida, como tele-espectadores, quando tudo isso terminar? Haverá, com toda a certeza, outro cataclismo ou pandemia que nos entretenha. Eles, os da mídia, contam com isso. Pelo menos uma manif dos camionistas ou uma bicha enoooooooooorme para a bomba de gasolina.

Ainda me faltava falar nas vergonhas do futebol luso - a cena de pancadaria entre o pessoal do Canal 11 ou a prisão do director de comunicação do FCP, mas, como o Benfica ganhou, prefiro enaltecer aquilo que de bom tem a bola que rola sobre a relva e arrasta milhões de pessoas para os estádios e de euros para os bolsos de alguns.

Dos oito finalistas que aspiram ao título maior, há 4 da Península Ibérica, mais 3 do Reino Unido e, para terminar, um alemão, o tal de Munique que nunca falha. Ver uma fase final de Champions sem o Barcelona, o PSG ou a Juventus, para não falar no CR7 ou no Messi, é muito estranho, mas nós vivemos tempos estranhos. Assistimos ao enterro de muitos cristãos em valas comuns e damos ao culpado o direito de se sentar na assembleia da ONU e vetar as decisões que o condenam por tal crime.

Um verdadeiro mundo-cão! Ainda mais hei-de ver!

2 comentários:

  1. Desde que começou a guerra que notícias da Ocidental Praia Lusitana tem ficado sempre para os últimos 5 minutos do Jornal da Tarde. 60 minutos consecutivos com a Ucrania na tv deixa qualquer telespectador a rogar pragas ao Putin. Noticias da Ucrania aparecem em todos os canais mas na RTPi não são noticias - mas doses cavalares com efeitos premeditados - O Putin é um patife e o Zelensky um santo. Uma cópia perfeita do que a censura socialista tem feito por aqui - o Antonio Costa é um santo sempre a olhar pelo futuro dos portugueses e o André Ventura um fascista de primeira apanha que nos irá desgraçar a todos.

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  2. Estou de acordo consigo.
    Estamos num mundo muito estranho mesmo.
    Abraço e saúde

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