Sou um velho sortalhudo
Que um poema vai fazer
Tenho um pino rombudo
Não sei por onde o meter
*
Por cima, por baixo, de lado
Fazendo força para ele entrar
Já suo, estou muito cansado
E sem forças para continuar
*
Ser velho não é pera doce
Já andou, não tem p'ra andar
Ter força, por pouca que fosse
Faria qualquer velho sonhar
*
Sonhar com o que já viveu
E que nunca mais vai viver
Recordar os pinos que meteu
E que nunca mais vai meter
Mas que grande poeta que eu sou!
Se não são do Bocage andaste lá perto
ResponderEliminarMas continua com essa disposição
Falas bem e de peito aberto
Com a nossa idade, já não dança o varão.
Desafias, agora aguenta-te com o poeta Eduardo.
Sem duvidas de sobra,
ResponderEliminartenho de o reconhecer
só cheguei aqui agora
para esse teu poema ler.
Sendo hoje dia da poesia,
não sei onde pára o tema
para comentar como devia
esse teu cómico poema!
Não se pode ter tudo,
quem tudo tem não invejo
bem tu falas do sortalhodo
sem te esqueceres do velho
que tudo vê mais confuso!
Dessa é que eu mais me ri,
sonhas com o que já viveste
tens saudades onde meteste
porque o fazes eu já descobri
ao ler o poema que escreveste!
Parabéns grande poeta,
quando ouvires bater à porta
vai abrir a porta à Berta?
Sortalhudo!
ResponderEliminarGostei de ver assinalado o dia, num blog cujo autor diz que não liga à poesia.
ResponderEliminarAbraço