Há dias, ouvi uma vizinha dizer que agora só come carne da cachena. Nunca tinha ouvido a palavra, não fazia ideia se era ela a armar em gente fina ou se era eu que não percebia a ponta de um corno de carnes. Passaram os dias e esqueci o assunto, coisa pouco habitual em mim, pois costuma correr para o Google e pedir-lhe para me tirar as dúvidas.
Ontem, ao fazer o habitual zapping pelos canais de televisão, fui dar à RTP1 que estava, "não sei onde", a fazer a festa da cachena. Como os apresentadores só se preocupam em repetir o número de telefone para onde pedem que liguemos, continuei sem saber se cachena era alguma parte de um certo animal - porco, vaca ou sabe Deus o quê - ou o próprio animal em si. Saltei, de imediato, para o meu amigo computas, pedi-lhe que me ligasse ao Google e logo que consegui a ligação fiz-lhe a pergunta:
- Google, meu amigo e companheiro das horas de dúvida, diz-me o que é cachena?
- Cachena é a raça de vacas que vive no Parque da Peneda Gerês.
Ora, foska-se, pensei eu cá para comigo, então eu nasci e fui criado no meio dessas vacas, andei em cima de carros puxados por elas, vi-as a lavrar, gradar e semear os campos da minha aldeia e não sabia que pertenciam a uma raça tão famosa? É claro que tudo tem uma explicação. E qual é então essa explicação que deixa tudo claro como água? Raça, apenas isso, raça pura.
Na minha aldeia as vacas eram chamadas de «raça galega» por tratar-se fêmeas que eram cruzadas com bois de qualquer raça (o que houvesse à mão) e iam-se afastando da raça original. Uma das características da raça é a cornadura. A vaca cachena tem cornos compridos e recurvos como se vê na imagem. As vacas que conheci na minha infância tinham cornos de todos os tamanhos e formas, o que prova a sua falta de raça.
Assim, a palavra "galega" ficou aliada à falta de raça, ou seja, filha (vaca) de pai incógnito. E, por analogia, assim chamavam também às crianças nascidas sem se saber quem era o pai. Aquele(a) é de raça galega!
Bom domingo e, se puderem, comam um pedaço de carne da cachena. Dizem que é boa! Eu estou mais habituado à «Vitela de Miranda».
Em 2014 em Miranda convidado por um Filho da Escola transmontano comi a famosa Posta à Mirandesa. Desconheço a CACHENA mas cá fica na lista de espera.
ResponderEliminarHá sete ou oito anos que deixei de comer carne, a não ser de vez em quando de aves.
ResponderEliminarTambém não sabia que havia uma raça de vacas do Gerês. Das três vezes que por lá andei só me encontrei com os garranos, nunca vi nenhuma cachena.
Abraço e bom domingo.
bom dia
ResponderEliminarquando se está com fome até um pedaço de broa nos sabe bem . pode fazer outros efeitos mas depois de passar a garganta é tudo igual.
continuação de um bom domingo.
JAFR
Vivendo e aprendendo, graças ao computador. Nunca tinha ouvido falar da vaca cachena. Mais uma que não sabia fiquei sabendo. Para todos desejo um bom dia de domingo. Com saúde, paz e amor!
ResponderEliminarPara mim e o que me foi ensinado no meu estágio profissional, há vacas mirandesas,charolesas,turinas e galegas que são essas que falas (filhas de pai incógnito, portanto essa que eu vejo na imagem é mirandesa (a que nos dá aquela posta que toda a gente gosta, a partir daqui podem chamar-lhe o que quiserem.
ResponderEliminarPS. Envia-me um comentário só para eu ver o que acontece.
A carne talvez seja como as sardinhas portuguesas. Há aqui sardinhas aos montes mas não tem gosto nenhum... De igual modo o gosto da carne argentina deixa qualquer vaca europeia (passe a expressão) no último lugar do menú.
ResponderEliminarÉ essa e a picanha brasileira.
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