Comentador crítico !

À falta de melhor assunto e porque não me parece oportuno voltar ao tema da meteorologia, vou comentar a capa do jornal Correio da Manhã que põe em destaque dois temas considerados quentes.

O primeiro deles tem a ver com o jogo da Selecção Nacional, disputado contra a Laranja Mecânica, ontem à noite, em Genebra. Que foi uma vergonha, dizem alguns, que foi mais daquilo a que já estamos habituados, dizem outros. Estes últimos não se conseguem esquecer do caminho atribulado que a nossa Selecção teve que percorrer para chegar ao fim do Euro 2016 e, mais ainda, que a vitória na final se deveu, apenas e somente, a um golo de Santo Eder que ninguém, racionalmente, consegue explicar.

Os emigrantes portugueses invadiram a cidade, onde se realizou o jogo e fizeram uma festa a lembrar a dos Santos Populares, em Lisboa. E a festa não foi maior, porque faltou a vitória para aquecer os ânimos e inchar o peito com o orgulho nacional. Mais que isso, a inexplicável derrota por 3 golos sem resposta, fez murchar o entusiasmo da maior parte dos presentes que já davam o Campeonato do Mundo como ganho

Mas houve, entre os muitos comentadores, um que disse que talvez isto seja bom sinal. A exemplo do que aconteceu no Euro 2016, começa mal para acabar bem. Usa dizer-se que é com os erros que a gente aprende, pois que o Fernando Santos tenha aprendido alguma coisa com a derrota de ontem é o que eu desejo.

E sobre o futebol ficamos por aqui. O assunto voltará no próximo sábado em que o Benfica terá que dar o seu melhor para trepar mais um degrau na escalada para o Penta.

O segundo tema é mais "pesado" que o futebol, pois um mexe com o nosso coração, enquanto que este mexe com o nosso bolso. Ontem foi dia de divulgação, pelo INE, dos números das contas públicas, o famoso défice apresentado em Bruxelas. O espantoso défice de apenas 0.92% ficaria na história da nossa democracia como o mais baixo de sempre e o Mário Centeno seria o seu obreiro. Mas apareceu a esmola que tivemos que dar à CGD, para pagar os milionários ordenados dos seus administradores e cobrir outros erros do passado e lá foi o défice por aí acima, quase até aos 3%.

E depois, o jornalista que escreveu aquilo que aparece na capa do Correio da Manhã, não deve ter feito bem as contas. Ele deve ter dividido a dívida pública por 10 milhões de habitantes, mas considerando que metade não foram afectados por isto, pois não têm rendimentos suficientes, quer dizer que a metade sobrante pagou a dobrar, o que é o meu caso.

Isso faz com que me sinta triste e contente ao mesmo tempo. Triste por me terem "rapado" mais de 15.000€, desde que a troika cá apareceu, e muito contente por não fazer parte da metade mais pobre de Portugal.

Bom dia para todos e viva o Benfica!