segunda-feira, 15 de abril de 2024

Os aceleras!

 

O automóvel da moda, quando eu era rapaz solteiro

Av. Mouzinho de Albuquerque, na mesma altura

Comecei a publicação com as fotos de um Mini e da velha Avenida Mouzinho que já não existe, pois foi sacrificada em favor de um parque de estacionamento subterrâneo para arrumar o excesso de carros que entram na cidade, diariamente. Nas faixas laterais da avenida podia estacionar-se à-vontade e a minha história começa, precisamente aí.

A meio da avenida, numa rua lateral, havia um cinema que eu costumava frequentar. Por volta da meia noite terminava a soiré e todos saiam para rumar as suas casas. Quem morava longe, como eu, vinha de carro e, se houvesse um lugar livre, estacionava na avenida, com a frente virada para o nascente de modo a sair logo na direcção certa.

Uma bela noite, ia eu a caminho do meu carrinho que me levaria a casa e na minha frente iam dois jovens em passo acelerado. Uns 100 metros à minha frente, abriram a porta de um mini que estava estacionado do lado esquerdo (conforme a imagem acima). Bateram com a porta e uns poucos segundos depois, o carro arrancou a toda a velocidade, galgou o passeio central e foi enfaixar-se na parede do prédio em frente. Felizmente, não havia carro estacionado no sítio onde ele se enfiou e assim o prejuízo foi menor.

Fiquei a pensar como foi possível uma coisa daquelas. Ou o condutor era um novato, ou estava com os copos para fazer uma coisa daquelas. Quando rodou a chave para pôr o motor em marcha, deve tê-lo feito com o carro engatado em primeira e o pé em cima do acelerador. Se o carro tivesse a direcção alinhada daria uma tremenda marrada no carro da frente e talvez tivesse partido os dentes. Por sorte, ou azar, tinha deixado a direcção toda torcida, com os pneus virados para fora, tal e qual como estavam quando terminou a manobra de estacionamento.

Ontem, ao ouvir a notícia daquela senhora que arrancou de marcha-atrás, a toda a velocidade, atropelando um "pelotão" de escuteiros que estavam em formatura. lembrei-me desta ocorrência. Uma criança morreu e outras 4 ou 5 ficaram feridas. E, tal como naquele dia, na Avenida Mouzinho, eu pergunto-me como é possível uma coisa destas acontecer. A não ser que a condutora tenha sofrido algum percalço de saúde, quem lhe deu a carta de condução merecia ser responsabilizado por este crime.

Para se conduzir uma máquina que pode matar pessoas há que estar preparado, física e mentalmente, para o fazer. E eu não acredito que aquela senhora, pelo menos naquela altura em que atropelou as crianças, o estivesse. Vou ficar atento ao seguimento deste caso, no Tribunal de Barcelos.

A título de curiosidade, isto passou-se no adro da igreja de Lijó, freguesia onde mora o camarada Barbosa (NMA 18221, escola de Março de 1963) que esteve comigo, em Moçambique, na CF2. Desde que saiu da Marinha não teve uma vida fácil. Emigrou para o Luxemburgo e casou-se com uma mulher com a doença dos pezinhos que lhe morreu nova e o deixou com alguns filhos, todos padecendo da mesma doença da mãe. Depois dos muitos trabalhos que passou com os filhos, acabou por sofrer um AVC que o deixou meio incapacitado. Voltou à terra que o viu nascer, arranjou uma companheira para o ajudar a carregar a sua cruz, sofreu um novo AVC e nunca mais deu um passo sem ajuda de terceiros.

Há meia dúzia de anos que o não visito, nem sei se ainda é vivo, mas tudo isto me passou pela cabeça, ontem, ao assistir à reportagem passada na TV. E fiquei com vontade de ir até Lijó e verificar de o fuzileiro Barbosa continua a resistir à adversidade, ou já partiu para o descanso eterno.

2 comentários:

  1. O Mini foi foi sem dúvida nos 60's o carro da moda. Havia depois o potente Cooper S que era a versão mais cara e foi por algum tempo o carro preferido para as gincanas do Estoril. Entretanto um passeio a Alijó e visitar um camarada que não se vê há anos... só trás saúde!

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    1. Não é Alijó, no Douro, é Lijó, em Barcelos, ou seja, muito mais perto. De minha casa até à dele serão, no máximo, 35 Kms.

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