Conseguido o empate da eliminatória, o mais difícil estava feito, bastava usar os restantes 70 minutos para procurar meter mais um golo que era o suficiente para passar. Com dois golos marcados, tanto valia ganhar como empatar, a eliminatória estava ganha. E não é que o Benfica o consegui? A ganhar por 2 bolos a 1 até eu dava a mão à palmatória, estávamos safos.
Mas o sol nasce e põe-se todos os dias e os ingleses do Arsenal também são filhos de Deus, de modo que a 10 minutos do fim, marcaram mais um golo. Nada de mais, pois ainda assim o 2 a 2 era-nos favorável. Mas tornava-se necessário não abrandar o ritmo de jogo, ou podia ser a morte do Benfica. E foi aí que jogadores e treinador falharam em toda a linha. Remeteram-se à defesa para defender o empate e entregaram o jogo ao adversário que massacrou a nossa baliza, minuto após minuto. Tal como diz o ditado, o cântaro vai tantas vezes à fonte que um dia deixa lá a asa. O espertalhão do ponta de lança inglês recebeu um passe junto ao poste e numa cabeçada bem conseguida, enfiou-a no fundo da baliza.
Só restava ao Benfica lamentar-se pela sua falta de ... - ia a escrever sorte, mas na verdade foi - táctica. Há horas para tudo, num jogo de futebol, ora se defende, ora se ataca e manter um jogo empatado é sempre um enorme risco. Principalmente se o adversário tem jogadores com grande potencial atacante, como é o caso do Arsenal. E a entrada do Willian, brasileiro ex-Chelsea treinado por Mourinho deu ainda mais acutilância ao Arsenal, fazendo com que a pressão aumentasse e o jogo se inclinasse para o seu lado. Já se adivinhava o que acabou por acontecer, meteram mais um golo e acabaram por ganhar por 3 a 2.
Este sistema de jogo, ou táctica, de circular a bola pelos centrais, tentando atrair o adversário para fora da sua área, só resulta se quem a usa tiver capacidade para, na hora cera, arrancar a toda a velocidade em direcção á baliza adversária. E o Benfica não tem essa capacidade, tirando o Rafa, mais nenhum jogador tem velocidade e habilidade para furar para a frente. O Benfica começou a jogar assim, quando o Rui Vitória tomou conta da equipa e nunca mais parou. Pensei que o Jesus mudaria a táctica, usando dois flanqueadores, como tínhamos no tempo do Gaitan, pela esquerda, e Salvio, pela direita, que levavam a bola até á linha de fundo e cruzavam para dentro da área. Assim não havia lugar a foras de jogo e os pontas de lança podiam disparar à queima-roupa sobre o gurda-redes.
O Benfica tem no seu plantel alguns jogadores, como o Grimaldo, o Cervi, o Nuno Tavares e o Diogo Gonçalves (e talvez outros) que poderiam ser treinados neste tipo de ataque pelas alas. Hoje em dia, quando o portador da bola chega ao alinhamento da grande-área, tem tendência a flectir para dentro e, quando não consegue vencer a resistência da defesa, passa a bola para trás. Esta vai até aos médios que por sua vez a passam aos centrais, quando não directamente ao guarda-redes, e recomeçam tudo de novo. Uma vez e outra e mais outra ainda, até os adversários perceberem como a equipa joga e neutralizarem todos os ataques.
Se fosse eu o «Mestre da Táctica» tudo teria que ser diferente. E por isso até me dá vómitos, quando vejo o Benfica repetir o mesmo erro, um jogo atrás do outro, sem conseguir ganhar nenhum. Abre os olhos, Jesus, isso assim não dá! E não deites a culpa à pandemia, porque o mal é outro. Cada vez que acaba um jogo, dizes sempre que o Benfica fez um grande jogo, como aconteceu ontem, e isso é a mais refinada mentira, o Benfica não fez um grande jogo e por isso perdeu. Aprende! Ou melhor ainda, vai-te embora e deixa o lugar para quem saiba mais que tu!
Boas
ResponderEliminarJá disse aqui uma vez que o amigo tem uma enorme capacidade de interpretar o que se passa dentro de campo e acabou por relatar precisamente o que se passou ontem na Grécia.
JR