O ‘ouro branco’ volta a estar na ordem do dia em Portugal, num momento em que se aproxima a data-limite estipulada pelo Governo, o final deste ano, para lançar um concurso internacional de concessões para a exploração de lítio em larga escala em Portugal.
A liderar a lista de reservas mundiais está o Chile (oito milhões de toneladas), cujo lítio é de elevada qualidade e barato de produzir. Segue-se a Austrália (2,7 milhões) e a Argentina (2 milhões). Portugal surge na sexta posição, com 60 mil toneladas.
Há já algum tempo que pensava abordar este assunto que não é consensual entre as nossas gentes, uns querem-no, pois precisam dele, outros odeiam-no por ser ao pé da sua residência que pode ser explorado. Podemos sempre esperar que o lítio que nos faz falta venha do Chile, onde existe a maior reserva mundial conhecida. Mas, deixem-me começar a minha crónica pela outra ponta do problema.
As baterias têm que ser cada vez mais leves, mais pequenas e armazenar mais energia. Se têm um telemóvel de boa qualidade que vos garante umas boas 8 horas de autonomia, reparem no tamanho da sua bateria. É pequena, mas os produtores desses aparelhos.
Agora, passemos para um aparelho um bocadinho maior, um automóvel. Todos os dias ouvimos alguém a tentar convencer-nos que comprar um carro eléctrico é a melhor solução, a mais económica e mais amiga do ambiente. Mais económico no consumo, porque na compra custa mais 50% que um carro a gasolina. Ainda não ouvi ninguém explicar qual o tempo de duração das baterias de um automóvel, nem quanto custa substituí-las todas (digo todas porque são muitas).
E falando de ambiente, também não ouvi ninguém pronunciar-se sobre como pensam em reciclar tanta bateria, num futuro que se aproxima a grande velocidade. É um pouco como a energia nuclear, cujos resíduos vem sendo acumulados há anos e não se sabe que destino dar-lhe. Encher bidões, forrados a chumbo, e despejá-los na «Fossa Atlântica», a uns bons 4.000 metros de profundidade, não é solução, serve apenas para esconder o assunto longe das vistas do povo. Depositá-lo num qualquer deserto norte-africano, a troco de um chorudo aluguer pago ao governo do país que aceite fazê-lo, também não pode ser opção. Com as baterias vai acontecer algo de semelhante, podem ter a certeza.
A ideia do Sócrates, quando era Primeiro Ministro, era construir uma grande fábrica, em Ovar, para produzir as baterias de todos os carros eléctricos que ele sonhava Portugal viria a possuir num futuro não muito longínquo. Nunca mais ouvi falar no assunto, mas na cabeça de quem quer explorar o lítio, em Montalegre, a ideia deve fervilhar ainda. Não faltariam interessados, entre os construtores de carros eléctricos, para essas baterias, pois não estão nada interessados em produzi-las eles próprios. Esses negócios "de merda" ficam sempre reservados para os países pobres, como o nosso.
A grande questão é se queremos continuar por esse caminho - usar telemóvel, computador, carro eléctrico e outros aparatos que usam pilhas e baterias - ou voltar ao velho planeta, onde éramos tão felizes antes de inventarem as pilhas. Não é fácil a resposta, mas se não pensarmos nisso com a cabeça fria, ainda acabamos com este planeta que nos dá guarida.
Explorar o lítio, ou comprá-lo ao Chile? Dê a sua opinião.
A minha opinião ê cá nã sê! Mas se a gente tem cá esse lítio e, se queremos utilizar, telemóveis e carros movidos a baterias. Em vez de o comprar ao Chile, talvez fosse melhor proceder à sua exploração? Mal por mal, sempre se criavam alguns postos de trabalho. Queremos ter eletricidade em nossas casas, mas não queremos que se construam barragem.
ResponderEliminarQueremos ter boas autoestradas, mas não queremos pagar portagens. Seria muito bom se pudéssemos ter tudo isso de borla. Resumindo e concluindo, o que eu penso é que ninguém ao certo, não sabe bem o que quer...
Um bom dia de S. Martinho, com castanhas, pão e vinho!
Seria bom que os portugueses soubessem dos impactos na população/paisagem e por outro lado saber exactamente para onde vão os lucros do lítio. Duas coisas já eu sei de certeza absoluta: Qualquer que seja a companhia estrangeira que faça a exploração irá ter apenas uma (1) preocupação - satisfazer os investidores com dividendos - A seguir temos um governo socialista altamente corrupto que se irá aproveitar da oportunidade para encher os bolsos e ganhar politicamente ainda mais terreno. Na minha opinião e dentro destas circunstâncias a população local será sempre uma victima. Não esquecer que as pedreiras de Vila Viçosa continuam como estavam e houve até recentemente + 1 morte...
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