O adeus ao cimento!

Milton Friedman nos anos 80: "Se botar o governo pra cuidar do deserto, em cinco anos acaba a areia kkkkkkkkkk".

Quarenta anos de neoliberalismo depois: falta areia no mundo e já tem máfia dominando o comércio ilegal do produto.

Ora aí está, sem areia o cimento não serve para nada e vai acabar. Já há cientistas a estudar um substituto para esse material que faz falta para construir os arranha-céus. Sim, porque a areia é indispensável para outros fins, por exemplo, a fabricação do vidro.

Em Portugal já se usa granito moído nas britadeiras, em vez da tradicional areia retirada do leito dos rios. Dizem que a areia do mar não presta porque tem salitre e a do deserto também não por ser demasiado redonda. Pouca sorte para os árabes que além do petróleo bombado do subsolo dos grandes desertos do Médio Oriente, ainda esperavam vender a areia a bom preço.

O rio Tejo, entre Constância e Vila Franca, está totalmente assoreado pelas areias arrastadas desde o paredão da Barragem do Fratel. Já estou a ver o governo a abrir um concurso para a exploração desse filão. Ainda ninguém soprou essa ideia na orelha do Costa, senão já tinha acontecido.

Talvez seja boa ideia aconselhar os mineiros do lítio, em Trás-os-Montes, para montarem uma britadeira ao lado das minas e transformar em areia todo o cascalho que vai sobrar das minas. Já que o mal está feito, há que aproveitar tudo até ao último cêntimo.

Primeiro foi o ouro, depois o petróleo (ouro negro), o urânio, o lítio, o que virá a seguir? Talvez a simples água potável ou a areia, bens indispensáveis que ninguém pensaria poderem esgotar-se, há umas dezenas de anos Será que vale a pena encher uns sacos de areia e deixá-los de herança aos meus netos? Ou encher uns garrafões de água?

Não se fiquem a rir que o assunto é sério !!!