quinta-feira, 14 de março de 2024

Malfadado clima!

 


O "Clima" ou aquilo que ele nos oferece não tem sido muito amigo dos portugueses. Chove no norte, onde não falta a água e faz sol no Algarve, onde preferiríamos que chovesse. Algum dia voltaremos a ver as albufeiras algarvias repletas de água? Duvido, mais fácil será esperar vê-las secas e áridas como o norte de África. Simples buracos na Terra que só abrigam formigas e lacraus!

Estamos a uma semana do início da Primavera e o que temos é chuva e frio. Nada para além dos pessegueiros ou ameixieiras começou a florir. Há quem diga que a floração mais tardia é bom sinal, pois evitará uma série de riscos para as fruteiras, mas não sei se isso será verdade. Eu gosto de ver a natureza a ressurgir, depois das chuvas de inverno, pelo fim de Fevereiro, este ano será pelo fim de Março.

Estou aqui a ouvir um discurso da política em que o orador começa com um "Boa noite a todas e a todos" que eu considero um dos erros graves cometido por quem não passou no exame de português. Assim como a palavra "criança" ou "crianças" cobre os dois sexos, também a palavra "todos", usada neste contexto, é dirigida a homens e mulheres (por esta ou por outra ordem).

No dia 1 de Dezembro de 1969, cheguei a Bruxelas, desembarcando na Gare du Midi, de um comboio que, algumas horas antes, tinha saído da Gare du Nord, em Paris. Achei piada a estes termos "saí do norte e cheguei ao sul", ou seja, usei o menor número de quilómetros possível para saltar da capital de França para a da Bélgica.

Desculpem-me o devaneio, do que eu queria mesmo falar é do termo «Mes dames et messieurs» que comecei a ouvir, em Bruxelas, a cada passo. Ido de um país de severos costumes, por natureza machista, e pouco dado a modernismos, aquilo soava-me estranho. Nada parecido com o "Meus Senhores" e "Minhas Senhoras" que o Marcelo Caetano usava para iniciar as suas famosas "Conversas em Família".

Só depois do 25 de Abril e do Francisco Louça chegar à Assembleia da República, é que se começou a ouvir falar de todos e todas, ou de portugueses e portuguesas. Antes disso, nem os portugueses tinham direito a férias anuais, nem as portuguesas tinham direito ao voto. Eram as senhoras "Donas de Casa" e basta. Mas, neste ano, há pouco iniciado, de 2024, pôr as portuguesas à frente dos portugueses, já me soa um pouco excessivo. Então elas lutam pela igualdade - de tudo e mais alguma coisa - e roubam-nos o direito (adquirido) de aparecer em primeiro lugar? Isso eu que sou muito senhor do meu nariz, não posso aceitar.

Lembrem-se que os habitantes deste planeta, ou os homens que o povoaram, desde há cerca de 70 milhões de anos, foram sempre acompanhados pelas suas mulheres e sem que isso tenha que aparecer nos livros. Onde há um homem, está uma mulher também e isso me basta!

1 comentário:

  1. A cultura woke provoca dores de cabeça em todo o lado... As caminhadas entre a Gare de l'Est e a Gare du Nord nos anos 70's fizeram com que conheça a area. Hoje imigrantes ilegais, venda de tabaco pelos mesmos e sujeira fizeram do lugar pouco 'parisienne'. Ao virar da esquina na Rue la Fayette um Café Créme avec un croissant é um must.

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