domingo, 15 de janeiro de 2023

Saúde e Educação!

 Ontem, foi dia de trazer o meu neto para a ribalta, fez 26 anos, está um homem, entrou este mês no mundo do trabalho, está que nem um caça-bombardeiro a largar da pista do porta-aviões, à sua frente um futuro desconhecido.

Hoje, é dia de falar na mãe dele, a minha filha mais velha. Quando ela estava a acabar o secundário, tentei convencê-la a cursar Saúde, mas ela foi, redondamente, contra. Gostava de desporto e teimou em fazer um curso nessa área, o que acabou por conseguir. Findo o curso, andou por Lisboa, Oeiras e outras bandas até chegar à conclusão que não teria futuro naquilo. Por sote, quando entrou ns Escola Superior, obrigaram-na a fazer Magistério Primário, como complemento do curso de desporto. Isso deu-lhe a possibilidade de arranjar uma colocação mais aceitável. Ensinar alunos da 1ª Classe nunca foi o seu sonho, mas acabou por aceitar o facto e não se tem dado mal, já anda nisso há 30 anos.

Ontem, foi para Lisboa gritar com o Costa & Costa - um é António e chefe do outro que é João - ver se as coisas mudam para melhor, pois para pior vão elas todos os dias. Não há nada neste país de que não tenhamos que nos queixar. Além da Justiça que é a vergonha que todos sabemos, são a Saúde e a Educação que mais recursos consomem e mais mal funcionam. Não sei se a minha filha estria melhor, hoje, se tivesse seguido os meus conselhos. Eu queria fazer dela uma enfermeira-parteira, sabendo que partos é coisa garantida para sempre e em todo o mundo. Freguesia não lhe deveria faltar, como é fácil de verificar pela situação que vivemos em Portugal.

Não gosto dos dois ministros que, actualmente, tutelam estas áreas, o Pizarro na saúde e o Costa na educação. Se estávamos mal com os seus antecessores, pior ficamos com estes. Não os vejo capazes de impor a sua vontade ao António Costa e mudar aquilo que está mal (e há muita coisa a mudar). Eles são apenas "Boys" do PS e são forçados a seguir o seu destino de "Yes-Men", não têm, ou não podem ter, vontade própria.


Entretanto, a minha filha já vai fazendo contas aos anos que lhe faltam para a reforma e eu não gosto nada disso. Quando as pessoas começam a não gostar do que fazem, ou não se sentirem motivadas para o fazer, trabalhar torna-se um inferno. Que poderei eu fazer para mudar este estado de coisas?

5 comentários:

  1. Se a pergunta que faz diz respeito ao caso da filha, penso que não pode fazer nada. Se a não influenciou em tempo oportuno, muito menos o fará agora. Depois, é compreensível este anseio de se livrar desta vida docente, instável e mal remunerada. Se tem optado pela escolha do pai e fosse para Saúde, também não estaria melhor. Pelo menos cá pelo nosso burgo...É deixar que a filha desabafe, pois acredito que isso do anseio pela reforma seja apenas, mais um grito (calado) de revolta..enquanto gritam:
    Quem trabalha e mata a fome,
    Não come o pão de ninguém.
    Quem ganha mais do que come,
    Sempre come o pão de alguém.

    Quem não luta pelo que come,
    Merece o salário que tem.


    Bom domingo!

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  2. Óbviamente que quem escolhe uma profissão é porque gosta. A enfermagem em Portugal é mal paga e talvez por isso que a maioria emigra. Dos lugares que conheço talvez os USA seja dos países onde a profissão ganhe mais. Porém em questão de regalias socias a Australia deve ser o único país onde uma enfermeira tem direito a 6 semanas de ferias/anuais + 10 dias de baixa/anuais (sem direito a ser perseguida) e + 5 semanas de férias por cada 5 anos (com direito a acumula-las). Por outro lado quem não se importe de trabalhar onde 'o diabo perdeu os pantalones' com nativos bêbados pode auferir $100 ou + hora.

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  3. Acabando o internato as coisas melhoram, pois não será obrigada a viver nessa confusão e poderá optar por uma coisa mais sossegada do que os hospitais públicos.

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  4. E com ela. Um ano tem que aguentar e depois da especialidade seguirá o seu percurso como entender. Um abraço.

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