Este título faz-me lembrar dum episódio da «Minha Guerra», em Moçambique!
A coluna que se movia lentamente parou para passarmos a noite. O Exército estabeleceu o perímetro de segurança e os dois fuzos que seguiam à boleia, na traseira de um camião civil carregado de mercearia e bebidas para abastecer Metangula e Nova Coimbra, meteram-se debaixo do camião, abrigados pelos grossos pneus e prepararam-se para uma noite sossegada. Um dos fuzos era este rapaz que vos conta a história.
Lá pela meia-noite, alguém disparou um tiro e, como se isso fosse um sinal combinado, começou toda a gente a disparar ao mesmo tempo. Depois de uns minutos de intensa fuzilaria, aparece o Alferes Salazar, comandante da coluna, a gritar "alto fogo", "alto fogo". Como por encanto todas as armas se calaram. Depois vieram as perguntas do costume, quem foi o primeiro a disparar e porquê. Perguntas que ficaram sem resposta, como é fácil de adivinhar. Aliás a desculpa era sempre a mesma, algum sentinela vira o mato a mexer e suspeitando que poderiam ser os "turras" mandou-lhe uma rajada de balas de calibre 7.62 da nossa famosa G3.
Como não foi encontrado o culpado, o alferes regressou ao sossego da sua barraca de campanha, guardada por 4 sentinelas. Nada mais que mereça registo aconteceu naquela noite e mal o sol despontou, vindo até nós dos lados de Vila Cabral, de onde partíramos cerca de dois dias antes, a coluna pôs-se em marcha para mais um dia de viagem, rumo ao Lago Niassa.
O nosso Dia de Reis corresponde à véspera de Natal no mundo ortodoxo. E para permitir que todos tenham um natal em paz, o Putin apareceu a gritar "alto fogo", até à meia-noite de amanhã. Desconfio que ninguém o vai ouvir e talvez até os ucranianos aproveitem a ocasião para estragar a festa aos russos que tão mauzinhos têm sido para eles, destruindo tudo com repetidas cargas de artilharia e mísseis disparados de todos os lados.
Se os militares russos aproveitarem a festa para apanhar uma "bezaina" de vodka, pode ser que vão parar ao inferno sem se darem conta de como lá chegaram. Dois dias de paz seriam melhor que nada, mas nunca fiando é melhor manter as portas trancadas. Com os russos e o Putin ao comando, nunca se sabe o que aí virá. Ele até já mandou uma fragata com capacidade nuclear para o Atlântico e com destino ao Mediterrâneo e, quem sabe, talvez ao Mar Negro.
Há quem diga que ele é um doente oncológico em fase terminal e talvez planeie uma despedida em grande para se apresentar ao diabo com o currículo completo. Para o conseguir só lhe falta mesmo detonar uma bomba atómica!
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