sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

兔年

 Há cada vez mais chineses, em Portugal. Por essa razão somos obrigados a aceitar e aprender a viver com eles. Vila do Conde já é considerada a "Chinatown" portuguesa e o porto de Leixões uma espécie de Xangai, porta de entrada de (quase) todas as importações vindas da China.

Depois de amanhã, comemora-se o Ano Novo chinês, ano do coelho (como podem ler no título desta publicação). Se não os podes vencer, junta-te a eles, lá diz o ditado. Os comerciantes portugueses desapareceram do mapa com a abertura dos hipermercados, por um lado, e a vinda dos chineses, por outro. A primeira tentativa que eles fizeram foi na restauração, mas cedo se mudaram para o bric-a-brac e depois para o têxtil.

Fico a pensar se eles vão recorrer à nossa restauração para festejar o seu réveillon, ou se comem nos restaurantes chineses. Talvez até façam como nós na noite de consoada, fiquem em casa e juntem a família à volta da mesa. Além do arroz que mais será que eles comem? Cobra frita? Gafanhotos grelhados? Se calhar vai sair "Flango Flito" para todos! E para beber --- chá ou vinho de arroz!

Tive duas experiências em restaurantes chineses que me fizeram esquecer deles para sempre. A primeira foi na inauguração de um novo restaurante, o segundo, na cidade da Póvoa. Carne de porco e galinha foi a minha escola para tentar não comer nada esquisito. O tempero adocicado não me agradou nem um pouco e os legumes que acompanhavam o petisco eram algas, como me contaram mais tarde. Fiquei nauseado para a vida e aquele gosto na minha boca demorou dias a desaparecer.

A segunda experiência foi em Colónia, na Alemanha, num restaurante muito conhecido que ficava a dois passos de um hotel, onde eu costumava ficar nas minhas viagens de negócios. Depois de um dia cansativo, chegar ao hotel, pousar a pasta e ir à procura de um restaurante para jantar não era coisa que me agradasse muito. Por uma questão lógica, os hoteis ficam longe do centro da cidade, enquanto que os restaurantes ficam todos num raio de 500 metros em volta da Catedral. Por essa razão a minha opção de ir ao chinês, ali ao lado, sem precisar de tirar o carro do parque. Mal me sentei, apareceu uma chinesinha saltitante que me recomendou prato do dia que era uma mistura de tudo e mais alguma coisa e sem custar muito dinheiro. A minha empresa é que pagava as contas, mas eu estabeleci um tecto para as minhas refeições (25€ = a 50DM) como máximo. Aquele jantar não chegou aos 40DM - antes do euro e correspondia a cerca de 4 contos de rei - mas saí de lá tão enjoado, por causa dos mesmos legumes adocicados que me tinham saído na rifa no restaurante poveiro, que nunca mais entrei em nenhum.

Recentemente, abriu, aqui perto de minha casa, uma espécie de take away chinês e já lá fui uma vez. Como ali se pega naquilo que agrada aos nossos olhos e nunca arrisco a pegar no que não conheço, a coisa correu pelo melhor. E até cozinham na hora pratos que a gente pode escolher a partir da vitrine, em que estão expostos o peixe, a carne e outras viandas menos comuns. Entre comer aquilo ou uma diária num restaurante rasca que venha o diabo e escolha!

Portanto, já sabem, este fim de semana é dos chineses e se não quiserem misturar-se com eles ... fiquem em casa. E para o almoço de domingo podem escolher um coelho estufado ou assado no forno para fazer pirraça aos chinesinhos da vossa área!

Bom Ano Novo!

N.B. - Podem usar o tradutor da Google, disponível neste blog, para ver como se diz isso em chinês, mandarim, ou lá o que é que eles falam. Eles são tantos milhões que o mais provável é que falem uma série de línguas!

3 comentários:

  1. Bom dia!
    Afinal, com tanta informação sobre a China e os chineses em Putugal, qual é a Etiqueta (inexistente) para este post?
    Eu chamar-lhe-ia "CHINESICES". Acha bem?
    😋

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  2. Há uns anos ia morrendo com uma kaganeira em Xangai que desisti da comida chinóka. De toda a Asia - a Malásia - é sem dúvida o único país da região que podemos espetar 'o garfu' sem medo. Com um sabor talvez importado da cristianizada Kerala, os sabores dão a impressão que houve aqui herança portuguesa. A seguir talvez a Tailândia e o Vietname com variadas sopas de legumes e por último as Filipinas que decidiram utilizar as receitas deixadas pelos espanhóis mas como o azeite é caro vai de cozinhar com molho de soja... e estragaram tudo!

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