terça-feira, 14 de setembro de 2021

Mistura de raças!

 O «Crioulo» do Brasil ou o «Mulato» africano são invenções portuguesas. O português nunca foi segregacionista e houve até períodos da História em que o estado promoveu a miscigenação, como meio de integração das comunidades das nossas colónias, um pouco por todo o mundo.


A mistura de raças pode acontecer por mero acaso ou ter um propósito definido. No mundo dos escravos juntavam-se os homens seleccionados como reprodutores com as mulheres mais fortes e saudáveis para obter filhos corpulentos, ou seja, bons para o trabalho. No caso das nossas colónias, um pouco por todo o mundo, era para promover a aproximação e/ou aceitação junto das populações locais.


Mas não era bem nisto que eu queria falar. Passei a noite a sonhar com cavalos, burros e mulas e acordei a pensar que devia escrever algo a esse respeito. O problema é que não sei grande coisa sobre este assunto. É possível que na natureza ocorra o cruzamento entre equinos e asininos, mas a grande questão é o cruzamento feito em fazendas para obtenção de um animal melhorado, com mais valor económico.

Mas então, um animal híbrido, como o macho ou mula, pode valer mais que um cavalo ou burro? A resposta é sim, pois se procura e docilidade do burro e a força de trabalho do cavalo, coisas que se obtêm de facto com o cruzamento destas raças. Um cavalo com cabeça e orelhas de burro é conhecido entre nós como macho, besta ou mula e muito apreciado no mundo agrícola como animal de trabalho ou tracção.

No passado, antes do advento das grandes máquinas, machos e mulas eram usados, tanto no meio civil como no militar, para deslocação de grandes cargas, especialmente em terrenos acidentados, como agora se diz, em gíria moderna, off-road. Nas guerras eram eles que puxavam as peças de artilharia monte acima para procurar um local ideal para serem instaladas. Também os minérios retirados das entranhas da terra eram carregados até aos caminhos de ferro, ou portos de mar, por estes incansáveis animais que comiam pouco e trabalhavam muito.

Aqui, no norte de Portugal, há alguns burros e cavalos, mas o animal predominante é o boi. Os burricos pouco fazem pelos seus donos, devido ao seu pequeno porte, e os cavalos não são fáceis de habituar a puxar alfaias agrícolas e são mais usados como montaria ou animal de tracção. Já o boi, talvez mais as vacas, é usado em tudo e mais alguma coisa. Antes de haver tractores era com eles que se amanhava a terra e faziam as sementeiras. Os primeiros machos e mulas que vi na minha vida foi no Ribatejo, quando por lá comecei a cirandar nos tempos de tropa.

E por aqui me fico, logo à noite joga o Benfica e vou propor uma par de orelhas de burro para o JJ se não regressar da Ucrânia com uma vitória!

2 comentários:

  1. Feliz homem que tal coisa come !
    Obrigado meu Deus por estas Criaçoes que nos Das !

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  2. Misturar raças é coisa já antiga do tempo 'dos casados da Taprobana'... Pessoalmente tive azar: nem terras, nem vacas e nem cavalos.

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