Eleições, cá e lá!

 A Alemanha, ainda desunida, foi o segundo país onde residi e trabalhei por algum (pouco) tempo. Por isso não me desligo dele a 100%, muito embora pouco tenha a ver com a Alemanha, além da filha que lá deixei que fez 50 anos, em Agosto passado.

Emigrantes devem pronunciar-se nas eleições

Com mais ou menos regularidade vou lendo os jornais e acompanhando as notícias, até porque quero evitar esquecer o pouco alemão que aprendi. Desde sempre acreditei que a melhor maneira de aprender uma Língua é arranjar uma namorada que a fale bem. Assim fiz, em Moçambique, para treinar o Inglês que aprendi no Liceu e fiz o mesmo, logo que cheguei à Alemanha, e não me dei mal. Ela ensinou-me algum alemão (não teve tempo para mais, pois apareceu por lá a minha cara metade para estragar o estrugido) e eu ofereci-lhe a primeira filha que teve. Hoje já está lá em cima que os anjos a guardem.

Até à vista!

Aufwiedersehen, parece dizer a bundeskanzlerin com o braço no ar! Os alemães têm a mania de escrever tudo junto e dificultam, desse modo, o nosso entendimento da sua Língua. Se escrevessem Auf wieder sehen (até à vista) seriam 3 vocábulos, como em português, e talvez alguns mais afoitos adivinhassem o seu significado, mesmo sem perceber nada de alemão. Em teoria, o seu mandato termina com as eleições do próximo domingo, na prática terá que manter-se em funções até ser empossado o novo governo e não vai ser nada fácil encontrá-lo, segundo prevêem os analistas políticos.

Em Portugal, também haverá eleições, no próximo domingo, mas serão apenas autárquicas e pouco significado terão no âmbito do governo. Num sistema político ideal deveriam dividir-se os votos em 3 terços, um para a esquerda, outro para o centro e mais um para a direita, isto para evitar maiorias de qualquer espécie e obrigar sempre à negociação de qualquer lei ou medida que se queira implementar.

Mas, na prática isso é impossível, pois o Povo não pensa todo da mesma maneira (como eu penso) e os políticos aproveitam-se disso para levar a água ao seu moinho. E ao nível das autarquias é ainda pior, pois juntam-se as pessoas à volta de alguém que conhecem e votam sem pensar no real interesse da sua comunidade. E assim não vamos lá, nem nestas eleições nem nunca!