terça-feira, 3 de agosto de 2021

Não sabem do que falam, só dizem asneiras!

Marisa Tavares em acção

 Passei o dia a ouvir notícias sobre a Dielmar e asneiras debitadas pelo pessoal dos sindicatos que quer mostrar serviço. Que o interior é um deserto, que os postos de trabalho são importantes para a região, que as famílias dependem daqueles salários e vai ser uma miséria, etc., etc., etc.

Aquela gente esquece-se que o que faz andar uma fábrica são as encomendas e ao pedir a insolvência a empresa reconhece que não tem encomendas suficientes para continuar a laborar. Ter algumas encomendas não chega, é preciso ter, no mínimo, 90 dias de laboração garantidos para poder planear tudo como deve ser e não perder um minuto que seja. O preço das confecções é estabelecido em minutos e o preço do minuto é o segredo do negócio.

Um fato de homem, se não tiver grandes pormenores, leva 135 minutos a produzir. Com 300 trabalhadores, em que 80% são directamente envolvidos na produção, a trabalhar 7 horas por dia, corresponde a uma produção diária de aproximadamente 100 mil minutos, ou seja, aprox. 750 fatos. Cada fato que façam a menos representa um prejuízo que alguém tem que pagar. E o patrão não pode, pois já está falido, deve aos bancos e à Segurança Social. E não havendo encomendas com fartura que permitam um planeamento eficaz, o desastre está à vista.

Sem conhecer a situação em pormenor, eu acredito que a primeira razão do pedido de insolvência é a falta de encomendas, ou a falta de regularidade das mesmas. Começando a trabalhar a feitio para terceiros, coisa que a Dielmar já estava a fazer, é o princípio do fim. A firma que dá o serviço, só dá o que lhe convém, quando lhe convém e a preços que não admitem discussão. Não lhes importa que o "desgraçado" tenho o dobro do trabalho que consegue fazer, em certa altura, e apenas metade logo a seguir. Alinhando nesse esquema o confeccionador começa a perder minutos todos os dias que nunca mais consegue recuperar, mas ao fim do mês tem que pagar o salário na íntegra.

Que sabem os sindicatos destas questões? Limitam-se a berrar as frases do costume que não geram qualquer resultado. Gritam contra o governo, contra a Câmara Municipal, chamam fachos aos patrões e depois vão felizes para casa, pois têm o seu salário garantido ao fim do mês. Vivi essas situações, durante muitos anos, desde o 25 de Abril até à falência da minha empresa, já nos primeiros anos deste século.

3 comentários:

  1. Infelizmente sempre tivemos tendência para comprar 'o made in somewhere' em vez do Made in Portugal ignorando a qualidade do producto nacional. Pessoalmente só não compro mais productos nacionais porque não os encontro à venda. Recentemente descobri que a Herdmar Cutlery - uma Fábrica de talheres em Braga é a preferida para petiscar na Casa Branca. E esta hein?!

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