Em 1978, após um segundo golpe de estado, o Afeganistão se tornou um Estado socialista, que levou a nação a passar boa parte da década de 1980 envolvido na Guerra Afegã-Soviética contra os rebeldes “mujahidins”.
Em 1996, a maior parte do país havia sido tomado por fundamentalistas do grupo Talibã, que estabeleceram um regime totalitarista radical; eles foram derrubados do poder na invasão dos Estados Unidos em 2001, mas mantiveram controlo e influência sob boa parte do país, especialmente nas zonas rurais e montanhosas.
A guerra civil no país continuou entre o novo governo afegão e os insurgentes talibãs, que resultou em mais de 150 mil mortos, atrocidades, atentados terroristas, torturas, sequestros e assassinatos. Como a nova república afegã dependia imensamente da ajuda económica e militar dos americanos, quando os Estados Unidos começaram a se retirar, em 2020, o exército afegão entrou em colapso e o governo central começou a ruir.
Em Maio de 2021, o Talibã iniciou uma grande ofensiva generalizada e em poucos meses dominou a maioria dos distritos do país. Em agosto daquele ano, eles entraram na capital Cabul, completando o colapso da república afegã.
O texto acima que copiei da Wikipédia dá uma ideia da História do Afeganistão das últimas quatro décadas. É bom não esquecer que este país está no centro da maior rota de comércio e migrações entre o Médio e o Extremo Oriente e já era habitado, há muitos anos, quando por ali andou o Marco Polo nas suas viagens, a partir de Veneza, que ficaram famosas, nos séculos XIII e XIV. Muito antes de a Raça Humana ter chegado à Europa, já o Afeganistão era habitado. Foi dali que o Homo Sapiens iniciou a sua marcha em direcção à Turquia e daí passou à Europa e rumando ao sul chegou à Península Ibérica.
Os afegãos têm, como acabei de escrever, uma longa História e a maior parte do tempo passaram-no em guerra com uns e outros. Estes outros foram os russos, nos últimos 20 anos do Século XX, e os americanos, nos primeiros 20 deste século.
Como se pode ler no último parágrafo do texto que copiei, em Agosto de 2021 (mais actual não poderia ser) os americanos abandonaram o país e deixaram os afegãos por conta própria. Como eles sempre viveram num regime tribal, o mais certo será que não se vão entender e a guerra continuará a nível interno. Demais a mais com a porcaria da religião muçulmana pelo meio. Eles dizem que não, mas basta ser muçulmano para estar disposto a andar em guerra com todos que pensem diferente deles, como acontece em meio mundo. Veja-se o caso de Cabo Delgado, em Moçambique, embora eu pense que aí o Islamismo serve apenas de desculpa para combater os comunistas da Frelimo. Eles dizem que não são comunistas, mas são amigos de russos e chineses e para mim isso vale o mesmo.
O dia 15 de Agosto deste ano marca a entrada dos talibans em Cabul e o início de uma nova era. Uma era que eles prometem ser de liberdade, mas apenas para aqueles que aceitarem viver segundo as suas regras. E todos sabemos como as regras deles são erradas, especialmente no que refere à ostracização da mulher. O Islão é só para homens e eles não admitem sequer a discussão desse assunto. Mulher é igual a escrava e não tem direito a nada, nem sequer mostrar a cara.
Custa-me acreditar que o mundo fique a assistir de cátedra a uma aberração dessas, quando por todo o lado se pregam os direitos humanos e a igualdade de género. Mas não tenho outro remédio senão esperar para ver o que acontece naquela parte do mundo, onde abunda o ópio que adormece a mente dos homens. Pobres afegãos, pobres mulheres, pobres crianças!