terça-feira, 9 de março de 2021

Em dia de aniversário ...!

 ... faz-se uma viagem ao passado, lembram-se as coisas boas que nos aconteceram e tenta-se, com muita força, esquecer os episódios menos bons, em linguagem de marujo, os escolhos que apanhámos pela proa.

Entre outras coisas, lembro-me de uma viagem de turismo que fiz, na Primavera de 1971, com a minha mulher a Amsterdão, a Veneza dos Países Baixos. Vi esta foto nas notícias de hoje, foi isso que me fez despertar as lembranças, e trouxe-a para aqui para vos dar a chance de me acompanharem na minha viagem ao passado.

Nessa altura, vivia numa pequena cidade da Renânia Vestefália, na República Federal da Alemanha, onde havia uma Associação dos Emigrantes Portugueses, fundada e frequentada por uma grande maioria de Marinhenses (da Marinha Grande) que trabalhavam num vidreira de renome que ali existia. Pois foi essa Associação que organizou a excursão até à Holanda e eu, que não sou muito amigo dessas coisas, lá alinhei para fazer o jeito à minha mulher que queria acompanhar a sua irmã mais velha que era casada com um marinhense.

Amsterdão é famosa pelos seus canais, pelos milhares de bicicletas espalhadas pela cidade, a maioria avariada, e pelo bairro da luz vermelha. Este não tivemos oportunidade de ver, pois tivemos que regressar a casa antes do anoitecer e só de noite aquilo tem a sua piada. Mas fizemos um passeio de barco até próximo do dique que suporta as águas do Atlântico e pelos canais mais emblemáticos da cidade.

Depois, as mulheres partiram à aventura das compras, em especial de roupas que eram muito mais baratas que na Alemanha e os homens foram para os copos. Alguns ainda ensaiaram umas pedaladas nas muitas bicicletas que estavam por ali encostadas às grades dos canais, às árvores e às paredes dos prédios. Aquilo era uma coisa que nos fazia arregalar os olhos de espanto, as bicicletas não tinham dono, cada um pegava na que lhe fazia mais jeito e deixava-a, quando dela já não precisava. Só tinha um inconveniente, como ninguém reparava as avarias, mais de metade das existentes já não tinha qualquer préstimo. Mas acredito que, em caso de necessidade, algum passante mais habilidoso desmontava duas velhas e fazia uma nova para entrar no circuito.

Foi um dia diferente, na Alemanha o meu tralho era muito pesado e aquilo serviu para me injectar um pouco de ânimo para aguentar mais uns meses. No dia 30 de Junho, despedi-me e regressei a Portugal para tentar encontrar um emprego mais do meu agrado. Felizmente, encontrei-o e não o larguei mais até entrar na reforma, pois o que é bom guarda-se com amor e carinho.

Se forem a Amsterdão levem uma «Chave Universal» no bolso e com uma roda de uma, uma corrente de outra e ainda um pedal de uma terceira, terão uma bicicleta para pedalar pela Veneza da Holanda.

2 comentários:

  1. Antes de mais e apesar de já lhe ter deixado os parabéns no FB, aqui os reitero. Muitos e bons pela frente.
    Quanto a Amsterdão, está fora de causa. Não fui em jovem, agora já passei da idade.
    Abraço, saúde e feliz dia.

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  2. Em dia de aniversário numa viagem ao passado. No presente ainda eu aqui estou para te dar os parabéns por mais um ano de vida e desejar-te muitos, outros, mais com saúde.
    Um abraço e continua a tua viagem!

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