domingo, 25 de fevereiro de 2024

Fernando Pessoa e seus heterónimos!

Alberto Caeiro
Alexander Search
Álvaro de Campos
António Mora
António Seabra
Barão de Teive
Bernardo Soares
Carlos Otto
Charles James Search
Charles Robert Anon
Coelho Pacheco
Faustino Antunes
Frederick Wyatt
Frederico Reis
Henry More
I. I. Crosse
Jean Seul
Joaquim Moura Costa
Maria José
Pantaleão
Pêro Botelho
Raphael Baldaya
Ricardo Reis
Thomas Crosse
Vicente Guedes"


Eu também estudei um pouco, muito pouco, a História da Literatura Portuguesa, mas não me lembro de lá aparecer o Fernando Pessoa. A Florbela Espanca sim, mas o Pessoa não. Ou a minha memória não registou esse nome, ou a dita História era de uma edição muito antiga. Digo isto porque é mais ou menos usual começar a mencionar aqueles que se destacaram de algum modo, 50 anos após a sua morte.

Os cinco livros mencionados abaixo, são os mais conhecidos, ou reconhecidos por quem regista estas coisas. A esse respeito nada posso acrescentar, pois nunca li nenhum, nem destes cinco, nem de nenhuns outros

Livro do desassossego;
Ficções do interlúdio: para além do outro oceano;
O banqueiro anarquista;
O marinheiro;
Por ele mesmo

E estas, listadas abaixo, são também eleitas como as melhores poesias de Pessoa. Tenho que ir por aí procurar e ver se encontro alguma para ler e me castigar por só agora perceber que ser português sem conhecer o melhor que há, em Portugal, é um erro imperdoável. Nem que seja para, no fim, dizer, como o fiz a respeito de José Saramago: - ele pode ter recebido um Prémio Nobel, mas eu não gosto da forma como ele escreve.

A barca;
Liberdade;
Autopsicografia;
Mar português;
Mensagem;
Presságio;
Primeiro Fausto;
Solenemente;
O guardador de rebanhos;
Ode marítima;
Todas as cartas de amor…

Ele parece ter uma certa ligação ao mar, basta olhar para os títulos acima. A "Barca" talvez tenha sido para homenagear Gil Vicente pelo «Auto da Barca do Inferno». "Mar Português" e "Ode Marítima" são as outras obras que o parecem ligar ao mar. Por outro lado, o "Guardador de Rebanhos" é o único que faz soar uma campainha no meu cérebro. Talvez alguma crítica, ou referência que tenha lido, ou ouvido, sobre essa obra. Abaixo, um troço dessa obra "pessoana"!

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

No entanto, o grande poeta de começos do século é Fernando Pessoa, que não atingiu um grande sucesso em vida, mas que, depois de sua morte, tem passado a ser considerado (a par de Camões) como o melhor poeta português de todos os tempos. Sua obra poética baseia-se na invenção de diferentes vozes poéticas ou heterónimos (Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis ou Bernardo Soares, entre outros), cada um deles com uma personalidade e um estilo poético próprios. Outro poeta desta época, que compartilhou páginas com Pessoa na revista modernista Orpheu foi Mário de Sá-Carneiro, poeta que se suicidou em Paris em 1916. Também José Régio sobressaiu como poeta e dramaturgo.

5 comentários:

  1. Isso é que foi fazer trabalho de pesquisa!! Valente!!
    Está aqui um 'Ensaio' sobre Pessoa digno de ser lido, analisado e repassado.
    Sim senhor, a minha alma está parva!
    Muitos parabéns... ou se fazemos uma coisa de jeito, ou ficamos quietos!

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  2. Viveu na Africa do Sul precisamente onde o Rendeiro esticou o pernil. O Pessoa foi mais um génio num país de analfabrutus numa época em que nem dinheiro para carapaus havia quanto mais para ler poesia. Acho at;e que o talento nacionalista do Pessoa só foi descoberto quando o Salazar entrou em cena... Se fosse hoje era logo banido pela esquerda.

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    1. O que se passa por aqui? Deram pela minha falta? Andei à procura de «O Marinheiro» de Fernando Pessoa, para saber se havia, no princípio do Século XX, um marinheiro mais famoso que o Tintinaine!

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  3. Just one question, can you read portugueses?

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