quinta-feira, 22 de junho de 2023

E Deus criou a mulher!

 Enquanto a guerra continua na Ucrânia (e noutros lugares menos falados) e os americanos continuam à procura do Titan, o pequeno submarino construído de propósito para espiolhar o que resta do Titanic, eu vou concentrar os meus esforços em falar-vos da mulher que nasceu de uma costela do homem. O Adão foi o primeiro, mas cada um de nós, homens casados, ficámos sem uma costela para ter direito a uma companhia feminina. Diz-se por aí que a mulher é complicada, porque Deus escolheu o osso mais curvo e mais duro que temos no esqueleto. São opiniões e cada um tem a sua!


A mulher, aos 15 anos, é como um botão de rosa que todo o mundo acha formosa e uma autêntica gracinha. Depois começa a corrida de fundo que é a nossa (de todo o homem e mulher) vida e as transformações começam a aparecer. Na mulher os primeiros anos são um abrir das pétalas e aumentar ainda mais a beleza que o botão tinha e todos amam essa fase da vida. Elas incham de vaidade e rompem os espelhos da casa de tanto se olharem neles. Eles arregalam os olhos e sonham em colher essa rosa que a todos agrada, mas que só um colherá.

Agora nem tanto, mas nos velhos tempos a mulher queria casar aos 18 anos e libertar-se da disciplina familiar - entenda-se, ser independente, ser livre e responsável pelas suas decisões - e viver a sua vida junto do seu amado. E com essa decisão começava o desfolhar dessa bela rosa. Engravidar, dar à luz e amamentar os seus filhos fará cair algumas das pétalas e pisando outras que por vezes é preciso arrancar para preservar a beleza do conjunto.

A mulher de cinquenta anos já é uma rosa meio depenada que precisa de muitos cuidados para justificar a sua permanência na jarra lá de casa. Será muito bom que a mulher tenha aprendido alguns truques para manter a união da família, senão, a partir dessa altura, a vida tornar-se-á um inferno. O homem com quem partilharam metade da sua vida começa a deitar os olhos aos jardins da vizinhança e admirar as rosas e os botões que lá existem. E os ciúmes começam a roer a alma dessa mulher que agora já não se olha ao espelho com tanta frequência.

Ser homem nessa altura da vida também não é fácil. Tanta rosa linda ao alcance da nossa mão e a nossa rosa toda murcha na jarra lá de casa. Alguns, aqueles não aprenderam a amar outros aspectos da relação matrimonial, tendem a pegar na rosa e, simplesmente, deitá-la no lixo. Os outros, como eu, penduram-se nos filhos e nos netos que a mulher lhes deu de presente para encontrar uma nova razão de viver.

É quinta feira, abram os olhos e admirem a vossa rosa, quer ela esteja ainda em botão ou já meio desfolhada. Há feira em Barcelos e eu talvez vá até lá para visitar as minhas raízes!

5 comentários:

  1. Bom dia
    Mais um trabalho extraordinário com as características muito próprias a que nos habituou .
    ò Rosa tu não consintas
    Que o cravo te ponha a mão
    Uma rosa desfolhada
    Já não tem aceitação

    JR

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  2. Jesus, Maria, José!
    Este homem está semre a dar uma no cravo e outra na ferradura...Se até aos cinquenta tudo ia tão bem, tão bonito, tão poético, porque carga de água se lembraria de depenar uma flor que tem pétalas e não penas?

    Sei que tudo é escrito com o louvável intuito de nos fazer sorrir.
    Eu sorri. Muito...Agradeço-lhe por isso.
    Só por isso, não só mas também, irei consigo à Feira de Barcelos. :)
    Em pensamento, do mesmo jeito que o Tintaine lá vai...

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  3. Voltei para lhe roubar esses três botões-de-rosa.
    Num dia em que a minha inspiração poética estiver ao rubro, tentarei escrever um belo poema. Se Eu achar que ficou bem a meu gosto, dedicar-lho-ei. Aceita a troca?

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