Tenho vindo a assistir a esta «barracada à moda da casa» que se passou com o Curso de Comandos 2016 e que custou a vida a dois dos instruendos e mandou uns quantos mais para o hospital.
Retomadas as actividades normais do curso, no dia de ontem, houve uma série de candidatos que pediram para abandonar o referido curso. Fiquei a pensar se continuam no Exército, em qualquer outra especialidade, ou se vão para casa, pura e simplesmente. Como as coisas estão hoje, ao nível da vida militar, tudo é possível, mas não havia nada que esclarecesse isso na notícia que li.
Isso fez-me recuar no tempo e regressar à Escola de Fuzileiros, na Primavera de 1962. Enquanto eu ia aprendendo a marchar e marcar passo, sob as ordens do Sargento Bicho, havia um curso de «fuzileiros especiais» que se preparava a passos largos para ir combater na Guiné. Uma das provas que eles costumavam fazer era correr 11 Kms com uma mochila às costas carregada com 15 kilos de areia (mais coisa menos coisa). Um dos grumetes que fez a prova apresentou-se na Enfermaria, logo que chegou à Escola e tirou a mochila das costas.
Desde o pescoço até quase à cintura, tinha desaparecido toda a pele que cobria os elos da coluna vertebral, estava tudo em carne viva. O médico que tratou este doente achou por bem reportar ao Comandante da Unidade, dizendo-lhe que aquilo não estava certo e se opunha a que continuasse. Foi o suficiente para que aquela estupidez parasse e não se falou mais nisso.
Não sei com exactidão o que se terá passado no treino a que os "Comandos", mas desconfio que houve falta de atenção dos oficiais responsáveis para os exageros a que estavam a submeter os instruendos. E o médico responsável devia andar a dormir.
Os instrutores, lá sabem ou talvez não saibam, de que os homens não são máquinas? Com habilidade, o homem inventou a máquina, sem ser necessário a utilização do esforço excessivo. Resistente, em conformidade ao fim a que se destina. Sem que às vezes a consiga dominar. No entanto, também não resistirá ao excesso da sua capacidade, para a qual foi programada!
ResponderEliminarEu poderia falar dos fuzileiros, mas não arrisco falar dos comandos por desconhecimento da sua preparação física nos cursos, mas pergunto-me para que serve levar o esforço humano para lá do seu limite máximo, numa guerra ou em situações extremas é matar,ou morrer, num exercício a coisa é diferente e aí acho que a responsabilidade é toda dos comandos superiores e por aqui me fico.
ResponderEliminarO teu blogue , "O pensador",
ResponderEliminardá mesmo que pensar,
ele diz agora não senhor
quando nele quero comentar!
O TintaNaine é que anda a dormir, e a debitar verborreia, (como é sua imagem de marca).
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