Felizmente, está a chegar ao fim! Campanhas, sejam elas internas ou externas, são sempre uma tremenda seca! E nós somos envolvidos em cada vez mais campanhas, as presidenciais, as legislativas, as autárquicas, as europeias, as da Madeira, as dos Açores, as do Benfica, etc., etc. e até as do condomínio lá do prédio em que eu moro. Não há quem aguente isto!
Desta vez, até a grande chefe da Europa veio cá dar uma mãozinha aos representantes do seu partido que ela vê, e eu também, a soçobrar na luta com os socialistas que não pertencem ao seu grupo europeu de pressão política. Andou, ontem, aqui pelo norte e parece-me que o que ela cá veio fazer, mais que apoiar o rapazito Bugalho, foi gozar um pouco do nosso clima ensolarado e provar os nossos pitéus e vinhos que continuam a subir no conceito europeu. Viver, comer e beber em Portugal é um luxo e quem quer luxos paga-os. E nós andamos tão necessitados de dinheiro que eu só posso dizer, "Willkommen Ursula"!
Na Europa da UE cada milhão de habitantes tem direito a 2 deputados, Portugal tem um pouco mais de 10 milhões de habitantes e, por conseguinte, direito a 21 deputados. A Alemanha, país de origem da D. Ursula, tem mais de 80 milhões de habitantes e, portanto direito a mais de 160 deputados, uma enormidade. Pergunto-me porque não terá ela ido até lá para apoiar os seus pares? Se calhar já está farta deles até ao cotulo ( não conhecem esta palavra? significa até à pontinha dos cabelos!), mas teria toda a lógica que estivessem à frente do Bugalho nas suas prioridades!
Bem, o que eu tenho a dizer é que não se aprende nada nestas campanhas, cada um vende o seu peixe, o melhor que pode, e só está interessado no tachinho que representa uma melhoria de vida significativa para os que ganharem. Já há quem defenda uma diminuição das contribuições para o orçamento da UE, pois pagam demais aos deputados e outros funcionários, sem falar nas reformas milionárias que auferem quando se retiram da vida activa. Um pouco à imagem do que se passa, em Portugal, com os reformados do Banco de Portugal.
Essa coisa das direitas e esquerdas sempre me fez muitas cócegas, pois do que se trata, afinal, é do estatuto das pessoas, das suas posses e do seu bem-estar. Ou seja, os muito ricos bem à direita e os muito pobres perdidos lá na esquerda, quase a atingir o zero absoluto na linha de riqueza do tal gráfico que a todos representa.
Se ordenar os principais partidos portugueses da direita para a esquerda, teremos: Chega, CDS, PSD, IL, Pan, PS, Livre, BE e PCP. Gostaria de ter acesso às suas contas bancárias para ver se estão, de facto, no sítio certo. E se não estiverem, o que motivará a sua adesão, ou permanência, nesse partido? Eu acho que a resposta a esta questão é muito simples. Eles não têm a riqueza ou estatuto da gente que compõe esse universo de pessoas, mas gostariam de ter, é o seu sonho, a sua ambição de subir na escala social.
Assim sendo, não podemos acreditar nas palavras que vão usando ao longo da campanha, temos que as descodificar primeiro e entendê-las depois á luz do estatuto da pessoa que as deitou pela boca fora. Um pouco complicado para muitas pessoas que não se perdem nestas minudências e levam à letra tudo o que ouvem.
A D. Ursula, por exemplo, é uma senhora rica que tem uma quinta, na zona sudeste da Alemanha. Quinta onde ela mantinha um pony que os lobos atacaram e mataram. À conta disso, ela é 100% contra qualquer lei que queiram aprovar para preservação desse animal. A isto chama-se "realpolitik"!