Na próxima terça-feira comemora-se um aniversário da morte do poeta popular António Aleixo. Antecipo-me um bocado ao falar disto, mas assim dou às pessoas mais distraídas o tempo necessário para preparar a sua homenagem.
Ele fez poemas para todos os gostos, mas desancar na política e nos políticos era o seu desporto favorito. Não sei se teve problemas com a PIDE, ou se morreu antes de a política do Salazar precisar de se proteger da crítica do Povo Português. Eu diria que até às eleições de 1958, em que apareceu o "General sem Medo" como candidato, a polícia política não tinha muito que fazer. A informação era pouca e não chegava à maior parte do país em que o Povo carpia as suas misérias. A maior parte dos problemas que afligia as lusas gentes era ainda atribuída à Monarquia, deposta em 1910. O António Aleixo viveu, por conseguinte, uma grande parte da sua vida, os primeiros 30 anos, no período turbulento da Primeira República e assistiu na primeira fila à chegada de Salazar ao poder, à sua afirmação na década de 30 e ouvir falar dele, como o salvador da Pátria, durante a II Guerra Mundial e nos anos difíceis que se seguiram.
Confesso que não conheço a obra que nos deixou, mas tenho ouvido tantos elogios ao que escreveu que, um dia destes, vou dar uma volta pelos alfarrabistas a ver o que encontro.
E se um dia, dos poucos que me restam, voltar a passar por Loulé, vou sentar-me um pouco ao pé dele e pedir-lhe que me inspire para eu tecer alguns "elogios" aos políticos de agora, como ele fez no seu tempo.
Se o Aleixo ainda fosse vivo tinha agora muita matéria-prima para se inspirar. Exactamente como o Luíz Vaz: Se a Bic existisse / No tempo do Camões / Seria uma chatice / Com poesia aos montões.
ResponderEliminarBoa tirada!!!
EliminarNão estão em extinção,
ResponderEliminarcada vez há mais burros
arruinando esta Nação
são muitos os corruptos!