Portugal está uma vergonha total, na Justiça, claro!
A entrevista da CNN ao João Rendeiro, refugiado não se sabe onde, é um atentado à Justiça, à Democracia (assim, escrito com maiúscula) e uma prova do jornalismo (assim, com letra minúscula) que se vai praticando por cá.
O entrevistador era o "colega" do conhecido comentador Marcelo Rebelo de Sousa nos seus tempos de TVI. Quase 10 anos passaram, ao serviço de Pinto da Costa e cansados um do outro separaram-se.
No verão passado começou a falar-se na hipótese de ele, o Júlio, regressar à TVI. Afinal não foi à TVI, mas sim ao novo canal da Media Capital dedicado ao jornalismo de grande impacto.
Eu não faço ideia que planos ele, o Júlio, tinha para o seu futuro, quando abandonou o Porto Canal. É ainda muito novo para se reformar e não acredito que tenha ganho dinheiro suficiente, na TV do FCP, para ficar a viver de rendimentos.
Por influência e decisão, sabe Deus de quem, ele aí está de novo nas altas esferas da comunicação social e deram-lhe de prenda de boas-vindas um dossier de arromba, entrevistar o fugitivo Rendeiro para servir de prato forte no dia da inauguração do canal. Agora, anda a Judiciária a ver se descobre indícios de como isto tudo aconteceu e como o Júlio chegou onde eles não foram capazes.
Chegado a este ponto e ao ver que qualquer bicho careta se pode rir das nossas autoridades, vou contar-vos a história do Sr. Campos. Ele era o «Alveitar» de uma freguesia rural, onde nasci, em meados do Século XX. Não era doutorado por nenhuma faculdade de Veterinária, não usava bata branca nem estetoscópio, mas fazia, exactamente, o que os veterinários modernos fazem, assistia vacas, cavalos e burros em todas as circunstâncias que os afligiam. Era um homem forte, deitava as mãos aos cornos de uma vaca e segurava nela para a poder "atender".
Além deste emprego, o Sr. Campos era também o regedor da nossa freguesia. Debaixo da autoridade do Governador Civil de Braga, cabia-lhe a ele garantir a justiça e a ordem na sua freguesia. Quando alguém apresentava queixa de roubo, agressão ou outra malfeitoria, ele chamava lá o acusado, ouvia as suas declarações, dizia da sua justiça e aplicava a pena que achasse mais justa. Pena que, na maioria das vezes, constava de umas quantas vergastadas no lombo e assunto arrumado.
Mas quando o "malfeitor" se armava em esperto e não reconhecia a autoridade do regedor, aí tínhamos o caldo entornado, o homem não era de se encolher nem admitia ser desautorizado. Sabem o que é um cavalo marinho? Não o pequeno animal aquático com o rabo retorcido, mas antes uma tira de cabedal, borracha ou outro material similar que é usado como um chicote. Pois ele sacava do cavalo marinho e aquecia as costas ao transgressor até o fazer cantar como um passarinho. Não havia melhor remédio para soltar a língua a qualquer tipo que se fazia de mudo, quando as perguntas não lhe agradavam.
Se o Sr. Campos ainda fosse vivo e continuasse ao serviço das autoridades deste país, eu mandava-o fazer uma visita ao Júlio e perguntar-lhe onde está o Rendeiro!
Muito bom, Amigo.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom domingo