quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Ala ... que se faz tarde!

ALA - É uma palavra pequenina que se escreve com três letras apenas.
Mas pouca gente imagina aquilo que existe por trás dela, os significados que tem, a sua importância na vida de muita gente. Vou consumir alguns minutos do muito tempo que me sobra para tentar explicar-vos o que penso sobre o assunto.
Eu sei que há milhões de pessoas que nem a palavra conhecem e vivem felizes da vida, ela não lhes faz a mínima falta. Mas eu não sou assim, eu preocupo-me com os pormenores, com coisas que escapam ao comum dos mortais. E isso é bom ou mau, podem vocês perguntar? Palavra de honra que não vos sei responder.
Bom (como diz o nosso presidente da república, enquanto pensa no que dizer a seguir), deixemos-nos de conversa e vamos ao que interessa, ala que se faz tarde. Nesta expressão o "ala" significa "vamos" e não é forma do verbo ir. Lembro-me de quando era estudante de inglês que costumava usar a expressão "let's go, vamos indo" e que tinha o mesmo significado da tal palavrinha de três letras de que vos estou a falar.
Para os estudantes (e apreciadores) da História de Portugal, ala faz-lhes lembrar a Batalha de Aljubarrota, a padeira, o Santo Condestável e a sua "Ala dos Namorados", combatentes das guerras contra os Castelhanos - que nos amargaram a vida durante séculos - que passavam a vida de espada em punho e quanto a namorar ... nada.
Para os que combateram a Guerra do Ultramar, em especial os que passaram por Angola, ALA é a junção das três iniciais do nome do famoso escritor português, António Lobo Antunes, o qual escreveu coisas sobre o que se passou em Angola que eles não aprovam, ou seja, Ala igual a trafulha, aldrabão, mentiroso e outros adjectivos que podem imaginar.


E, finalmente (pois não quero tornar-me cansativo), ala faz parte integrante da vida das gentes poveiras, em que me incluo. Ala, ala, ala arriba, cantavam assim os pescadores e as suas gentes, enquanto varavam na areia da praia os barcos, após o regresso da faina da pesca. "Ala Arriba" transformou-se em nome de tudo que há na Póvoa, de associações, de escolas, de ruas, de canções, de filmes e aparece na azulejaria que enfeita a cidade, um pouco por todo o lado.
Ala Arriba pela Póvoa é o grito que se ouve em muitas ocasiões solenes, no fim de discursos e outras manifestações de cariz político ou cultural.
Que tal? Gostaram?
Ala, vão cuidar da vossa vida que isto aqui é só conversa!

4 comentários:

  1. Ala que se faz tarde. Essa para é mais velha do que eu. No Alentejo onde nasci e fui criado muitas vezes a ouvi dizer. Ala daqui vai trabalhar não sejas preguiçoso. Má fama porque nenhum alentejano é!
    Quanto ao escritor António Lobo Antunes, já li no Site dos combatentes da guerra do Ultramar, em que ele escreveu entre outras coisas mais, que não vale mais a pena relembrar. Quando o Benfica jogava, os guerrilheiros que lutavam contra a presença das nossas tropas em Angola, paravam a guerra para ouvirem o relato?

    Tenhas um bom dia. Sem ala daí onde gastas de estar!

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    1. Essa de parar a guerra para ouvir o relato de futebol,só contaram pra você....!!!!,
      O aramista ALA (especialista em FAKE NEWS) sobre a Guerra do Ultramar,é grande fã do Raul Solnado,embora não tenha arcaboiço para lhe chegar aos calcanhares,na arte do humor....!!!!!

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  2. Se lhe puser um assento põe os muçulmanos todos de joelhos.
    Gostei de ler apesar de conhecer os diversos significados da palavra.
    Abraço

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  3. Ia dizer o mesmo… mas Elvira Carvalho antecipou-se

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