Flandres, La Lys, dia 9 de Abril de 1918.
Este dia pode ser visto de duas maneiras totalmente opostas. Um dia de glória para os heróis que caíram debaixo da metralha alemã, em defesa da posição mais avançada das forças aliadas. Ou um dia de vergonha pelo comportamento dos políticos e altos cargos militares que deixaram milhares de soldados entregues à sua sorte.
Ouvi as palavras emocionadas do Presidente da Liga dos Combatentes e percebi que ele quis evidenciar o que de positivo se pode tirar desse episódio da nossa história militar e esquecer tudo o que de mau aconteceu. Mas a memória daqueles que pagaram com a vida o desleixo a que forram votados por quem os comandava, obriga os historiadores a apontar o dedo a quem teve culpas no enorme desastre que foi a nossa participação na I Grande Guerra.
Parece que o grande culpado foi o Sidónio Pais e a sua revolução de 1917, mas esse já cá não está para pagar pelo mal que fez. O remédio que temos é descarregar as culpas nos políticos que agora estão no poleiro e herdaram todo o mal que os outros fizeram. Tal como o Salazar fez, em relação à Guerra do Ultramar e os políticos do pós-25 de Abril que levaram Portugal à ruína em que se encontra mergulhado.
A História lhes fará a justiça devida, mas mais nada que isso lucraremos, o que é, de facto, muito pouco. Mais uma vez seremos os perdedores, quem fica a ganhar são os Salgados, os Sócrates, os Pinhos, OLiveiras e Ferreiras do Amaral e muitos outros que se têm abotoado com os milhões, porque eles não arderam em nenhum incêndio, estão nos bolsos bem fundos, onde ninguém os vê.
Há quem tenha ventilado a hipótese de fazer deste dia o «Dia do Combatente», pois não há outro de maior significado. Se quiserem o meu voto, podem contar com ele. Aos milhares de mortos da campanha da Flandres, somam-se os milhares caídos na Guerra Colonial que foram nossos contemporâneos e não podemos esquecer. Alguns deles conheci-os pessoalmente e dói recordar o que lhes aconteceu. Fizemos a recruta juntos, na Escola de Fuzileiros, jurámos bandeira juntos e depois deixaram a vida em África.
A Pátria honrai que a Pátria (sem vergonha) vos contempla!
Heróis já restam poucos! Agora os novos heróis são os corruptos, que quanto mais roubam aos contribuintes, mais recebem de vencimento e mais condecorações recebem quando deixam os cargos que nunca souberam executar para beneficiar a sua pátria ou o seu povo, nós não merecíamos ter tanto ladrão num país tão pequeno que pacificamente vai pagando as favas.
ResponderEliminarNos 100 anos dos mortos,
ResponderEliminarMarcelo, presente estar
em França com os outros
sem vida lhes poder dar!
O centenário de uma carnificina perpetrada mais pelos políticos que os mandaram para a morte do que propriamente pelos inimigos.
ResponderEliminarAbraço