sábado, 21 de abril de 2018

Os ditados e o resto !

Vocês sabem que eu sou "fissurado" em ditados populares. Ora aqui vão mais dois que se aplicam ao que vai ser o mote da minha publicação de hoje:
- Cada cavadela, cada minhoca.
- Cada tiro, cada melro.


Imagino que ao verem esta imagem já adivinharam do que vos vou falar. O Manel Pinho que fez "corninhos" no Parlamento e teve que abandonar o governo por causa dessa brincadeira, também foi apanhado na teia da Operação Marquês. As offshores por onde passou o dinheiro do Pinóquio revelaram aos procuradores do Ministério Público que também este ministro esteve na lista de pagamentos do Ricardo Salgado e recebeu um milhãozito para ajudar no negócio da EDP.
Como aconteceu aos fidalgos do tempo da monarquia, completamente falidos depois da instauração da república, que tiveram que vender tudo restando-lhe apenas os pergaminhos a atestar a antiga fidalguia, também Portugal teve que vender as melhores empresas públicas (as piores ninguém as quereria comprar) para fazer face às crescentes despesas. E foi nesse negócio que os nossos honestíssimos políticos aproveitaram para meter a faca e retirar uma comissãozinha para eles próprios. Quando essa mama acabou vieram as obras públicas com orçamentos inflacionados em 50% para continuar a garantir a tal fatia reservada aos homens do sistema. E quando já não havia mais nada, onde meter a unha, veio a crescente dívida pública que seguia aquela lógica do, não temos dinheiro pede-se emprestado.
Com uma dívida correspondente a 135% da riqueza criada no país, estaríamos bem arranjados se a crise na banca não tivesse forçado o BCE a baixar os juros. De tal modo baixaram que até passaram a negativos. Ainda esta semana  a Tesouraria da Fazenda Pública conseguiu um empréstimo com juro abaixo de zero. Se não fosse essa ajuda extra caída do céu, não ganharíamos para os juros.
E até dói, quando descobrimos onde foi parar o nosso rico dinheirinho. A lista dos beneficiários vai crescendo todos os dias, só não há quem descubra uma maneira de fazer regressar a Penates os milhões que emigraram para outras paragens e tanta falta fazem aqui. O dinheiro que os comunistas e bloquistas reclamam que falta (e vai continuar a faltar) na educação e saúde (entre outras coisas) é o mesmo que estamos a pagar em juros aos nossos credores. É que o dinheiro não pode ir para dois lados ao mesmo tempo!

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