segunda-feira, 31 de julho de 2017

Presidentes da República - Bernardino Machado!

Bernardino Machado (1915 - 1917) - Depois de dois açoreanos tinha que vir um brasileiro para compor o ramalhete. Estive a estudar a sua biografia, de modo a trazer aqui algum facto relevante, algo que fosse realmente interessante, mas parei um tanto desanimado. Se vos contasse que aquilo a que achei mais piada foi ele ter nascido no mesmo mês que eu, em Março, e ter morrido no ano em que eu nasci, em 1944, chamar-me-iam maluco, mas a vida é mesmo assim, cada um é como é.
Para além de ter sido "chefe de loja" da Maçonaria e de lhe ter calhado a sorte de estar à frente do governo quando foi preciso decidir se Portugal devia ou não participar na I Grande Guerra, nada mais vi que me interessasse muito. Homem bem sucedido nos estudos, não o foi assim tanto na política. Andou sempre dentro e fora de tudo que era governo, movimento ou partido, foi presidente duas vezes e viveu metade da sua vida exilado em Espanha e França.
Foi Sidónio Pais que, em 1917, lhe impôs a demissão da Presidência da República e o primeiro exílio em França. Por lá continuou a sua luta política, entre escritos e conferências, tendo como principal alvo Sidónio Pais e a sua política. Quando este foi assassinado, em 1918, teve esperanças de regressar a Portugal e cumprir o resto do mandato para que tinha sido eleito, mas isso não aconteceu. Outros, tão ambiciosos como ele, lhe ficaram com o tacho.
Voltaria ainda a ser eleito, para um segundo mandato, em 1925, mas a revolução vinda de Braga com o General Gomes da Costa, em 1926, acabou-lhe rapidamente com o sonho e obrigou-o a partir de novo para o exílio, em França, de onde só voltou quando os alemães ocuparam Paris, no decurso da II Grande Guerra. Ao chegar a Lisboa encontrou Salazar no governo e recebeu ordem para fixar residência a norte do rio Douro e não se aproximar da capital.

domingo, 30 de julho de 2017

Acabou-se a brincadeira!

A partir de hoje, a desculpa que o Rui Vitória nos tem dado não pega mais. Até agora foi uma brincadeira em que todos puderam participar para lhe mostrar, a ele que é quem tem a última palavra neste assunto, quem merece ficar no plantel e quem tem que rumar a outras paragens. Amanhã, de manhã, começa uma nova vida e cada vez que entrarem em campo é, como ele se farta de repetir, para ganhar.
Os muitos golos sofridos nos jogos de preparação têm que servir de aviso para o problema da defesa e da baliza. No ano passado tivemos uma grande guarda-redes e uma defesa meio perneta. Este ano começamos com um guarda-redes meio perneta e uma defesa muito discutível. Veremos se o Rui Vitória tem valor suficiente para resolver esse problema.
No jogo de hoje, contra o Red Bull Leipzig deveríamos ter entrado em campo com a equipa que vai defrontar o Guimarães, no próximo sábado, mas desconfio muito que tenha sido esse o pensamento do treinador. Talvez seja uma táctica para despistar o treinador do Guimarães, nunca se sabe o que vai na cabeça dos outros. Se foi para tirar as últimas dúvidas sobre algum jogador, não me parece nada bem, mal dele se não tirou ainda as últimas conclusões sobre os artistas que tem á sua disposição.
Resta-me pôr para trás das costas todas estas desilusões da pré-temporada e esperar que ele saiba o que anda a fazer. Os dois campeonatos que já ganhou deram-lhe um crédito valioso, mas os adeptos tendem a esquecer-se disso com alguma facilidade, quando os resultados demoram a aparecer.
Corações ao alto!

El Conejo!

"Julgo que o país tem uma situação política de estabilidade, o Governo goza de maioria no parlamento, só alguém muito desatento é que consideraria que faltam condições ao Governo de apoio parlamentar que pudesse deixar antever qualquer cenário de crise política", afirmou.
Falando aos jornalistas em Barcelos, à margem de uma reunião com candidatos da coligação PSD-CDS às juntas de freguesia daquele concelho, Passos Coelho reagia assim à entrevista do Presidente da República ao “Diário de Notícias”, em que Marcelo dá conta de que não gostaria de ser obrigado a utilizar a chamada “bomba atómica”, ou seja, dissolver a Assembleia da República.


Por mais que espreite não vejo uma oportunidade para mim na política deste país. Que hei-de fazer à minha vida, parece estar ele a pensar. E nós que já estamos fartos desta figura que não deixou saudades a ninguém, enquanto esteve no poder (com o seu amigo Cavaco), dizemos a uma só voz:
- Deita-te ao mar, Pedro!

sábado, 29 de julho de 2017

Beba água do mar!


Ontem, sem mais nem menos, apareceu no meu televisor o Dr. Manuel Pinto Coelho dizendo que as estatinas (remédios que metade dos portugueses tomam para reduzir o colesterol no sangue) são um veneno que nos vai matar a todos e que mais vale beber água do mar. Há um ou dois meses atrás saiu uma grande reportagem no Expresso sobre este assunto, ilustrada com a fotografia que vêem acima.
Não é o primeiro que garante que as estatinas fazem muito mais mal que bem e deu-me logo vontade de ir ao meu armário dos medicamentos e deitá-las ao lixo, pois sou um dos que as toma regularmente. Aliás, na última consulta pus essa questão à minha médica de família e ela respondeu-me que não há outra alternativa. Tomar este medicamento ou não é uma escolha nossa, sabendo o risco que corremos. Cada vez há mais AVC's e os médicos estão convencidos que o colesterol é o culpado disso.
Não li a entrevista do Dr. Pinto Coelho, nem o livro que publicou sobre este assunto (em que defende que quem seguir os seus conselhos pode viver até aos 120 anos) e não sei quais os benefícios de beber água do mar. Mas li outro trabalho de um médico e investigador da Universidade do Porto que garante que o Dr. Pinto Coelho não sabe o que diz, nem tem maneira de o provar cientificamente. E mostra-nos a imagem de uma gota de água vista ao microscópio.


Os microorganismos e bactérias, contidos numa simples gota de água do mar, são tantos que qualquer cristão fica arrepiado só de pensar em engolir aquilo.
E esta, hein!

O «Bem-Bom»!

Aproxima-se a hora da verdade. Este fim de semana o Benfica joga duas vezes e com equipas um pouco mais a sério do que aquelas que defrontou até hoje, nesta pré-época que amanhã termina. Hoje será o dia de medir forças com o Arsenal de Arsene Wenger (o treinador mais longevo da Primier League) e amanhã com os rapazes de Leipzig, aqueles que bebem Red Bull e ninguém segura neles.
Depois, é regressar a casa para preparar o jogo da Supertaça com o Guimarães, no próximo fim de semana. Para nós começa o bem-bom, pois vamos ter a bola a rolar, enquanto que para os jogadores termina o mesmo bem-bom, é hora de mostrar o que valem.


Também já era tempo de acabar com as guerras de palavras e passar a vias de facto para ver quem mostra ter unhas para tocar a guitarra. O Sporting parece-me cada vez mais atrapalhado, com jogadores que não se definem e treinador perdido no meio de tácticas novas que não há maneira de provar que servem para alguma coisa. O Porto está muito fanfarrão por causa dos golos que os novos avançados - os matulões - e o habilidoso Brahimi conseguiram marcar durante a pré-época, além do treinador que não há quem o cale. Estou mortinho por ver como se vai portar ele, quando sofrer o primeiro desgosto.
O nosso Benfica ainda não mostrou nada e também não espero que seja hoje ou amanhã que o vá fazer, mas na próxima semana quero ver aquele troféu a caminho da Luz, logo que o jogo termine. A meio da semana seguinte teremos que nos amanhar com o Braga que nos calhou em sorte para a primeira jornada. Ultrapassados esses dois primeiros obstáculos, estou convencido que podemos começar a cantar o velho hino da Mocidade Portuguesa - Lá vamos, cantando e rindo, levados, levados sim ... -, enquanto nos divertimos a ver como os nossos adversários se amanham com as dificuldades que lhe surgirem pela proa.
Fim de papo, como diz o brasileiro!

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Presidentes da República - Manuel de Arriaga!

Havia um bêbado na minha terra que ia à serra quando alguém gritava "Viva o Manuel de Arriaga". No fim do horário de trabalho era cliente fiel na taberna lá da aldeia. E quando os seus colegas sentiam que ele já estava mais p'ra lá que p'ra cá, começavam com os vivas e a taberna transformava-se num circo.
Manuel de Arriaga (1911 - 1915) - Foi o primeiro presidente da nossa república eleito segundo as regras e substituiu o anterior que tinha sido escolhido pelo governo provisório saído da revolta que abateu a Monarquia.
Não conseguiu completar o mandato. Em Maio de 1915 meteu-se em aventuras com alguns amigos e preparou um golpe de estado que tinha por fim instalar uma pequena ditadura que pusesse ordem na anarquia geral que se vivia na época. Dissolveu o Congresso da República e acabou por pôr toda a gente contra ele tendo que demitir-se. Acabou por ser demitido do cargo e os restantes cinco meses do seu mandato foram cumpridos pelo seu antecessor, Teófilo Braga.
Tal como o primeiro presidente, era também açoreano, nascido na cidade da Horta, em 1840. Estudou na Universidade de Lisboa, onde se formou como advogado. Grande orador foi parlamentar ainda nos tempos da monarquia e depois como membro do Partido Republicano. Antes de ser presidente da república foi ainda vereador da Câmara Municipal de Lisboa.
Depois da implantação da república foi nomeado reitor da Universidade de Coimbra e um mês mais tarde Procurador Geral da República, cargo que ocupou até à sua eleição para presidente da república, em 1911.
Morreu em 1917, depois de uma vida inteira dedicada à política.

Toma e embrulha!


Entre os tripeiros e os alfacinhas, o Douro e o Tejo, a Ribeira e Alfama, as praias, o Vinho do Porto e a Ginginha, as melhores vistas e os cafés, para a CNN, o Porto ganha em tudo.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Presidentes da República - Teófilo Braga!

Estava aqui a matutar no que poderia escrever e lembrei-me que, na época em que fui estudante, dei muito pouca matéria sobre o tempo da república e nem os nomes dos presidentes consegui fixar. Na Escola Primária só se tratava da monarquia, era preciso decorar os nomes dos reis, das suas mulheres e dos seus filhos, das guerras em que andaram metidos, do que conquistaram, do que descobriram, dos palácios onde viviam à grande, sem esquecer as amantes e os filhos bastardos. Era ainda uma coisa muito fresca a república e não havia ainda grandes compêndios sobre a matéria. Decidi fazer uma revisão dessa matéria e convido-vos para me acompanharem.
Em 5 de Outubro de 1910 foi-se a monarquia, com D. Manuel II a fugir para Inglaterra. Os primeiros tempos foram complicados e imagino que com tanto político à procura de tacho e a procurar meter a sua colherada em todos os assuntos da governação, não seria nada fácil aceitar o cargo e desempenhar as funções de presidente.
Teófilo Braga, foi o primeiro a receber o mandato das mãos dos revoltosos que puseram o último rei a correr daqui para fora. O seu primeiro trabalho foi limpar a casa de toda a tralha de partidos e políticos dos tempos de Suas Majestades. Depois, pôr a funcionar uma Assembleia Constituinte que redigisse a primeira Constituição da República Portuguesa e no seguimento da aprovação dessa constituição convocar eleições para eleger um novo presidente, segundo as regras estabelecidas pela nova constituição. Já não foi coisa pouca para um mandato que durou apenas até ao dia 3 de Setembro de 1911, menos de um ano.
Nasceu em Ponta Delgada, no ano de 1843, e foi grande interessado pelas coisas das Letras. Dos Açores veio para Coimbra, onde tirou o Curso de Direito. Anos depois mudou-se para Lisboa e continuou a estudar tirando um Curso de Letras. Poeta e ensaísta chegou a publicar alguns trabalhos antes de se meter na política. Depois, imagino que nunca mais teve tempo nem disposição para isso, pois a política é coisa que nos ocupa a 100% e dá cabo dos miolos a um santo.
Ainda voltou à presidência, em 1915, onde permaneceu 5 meses, para substituir o demitido Manuel de Arriaga e até è eleição de um novo presidente. Morreu viúvo, triste e sozinho, sentado na sua biblioteca onde se refugiava com os seus pensamentos por companhia, no princípio do ano de 1924.

Hospitais portugueses!

São bons?
São maus?
Ou assim assim?
Só pode responder quem anda por lá muitas vezes. E eu estou a tornar-me um cliente habitual. Fui lá na semana passada, acabo de chegar a casa vindo de lá outra vez e, amanhã, logo que o galo acabe de cantar a alvorada, terei que lá estar de novo.


Dos outros não posso contar grande coisa, pois tenho tido a sorte de não ter sido um grande frequentador, mas do Hospital Pedro Hispano que agora é o que cobre a minha área de residência, já posso ir dizendo alguma coisa.
Acho-o limpinho, organizadinho e não tenho queixas do pessoal. Descontando as «Urgências» que parece um matadouro com portas de correr sempre as oscilar, abrindo e fechando à passagem dos muitos frequentadores, onde a corrente de ar frio, mesmo no verão, se sente a perfurar os ossos, com doentes, acompanhantes, bombeiros e seguranças num corre-corre que nunca tem descanso, posso dizer que me calhou o hospital certo. Nas urgências passei apenas um quarto de hora e espero nunca mais ter que lá voltar. Assim Deus me ajude!
Bem gostaria de afirmar o contrário, mas já vi que o resto da vida que ainda me falta viver vai ser dividida entre a minha casa e este hospital que podem apreciar na imagem que junto. O remédio é ir-me habituando, passei a ser um freguês habitual e já devem contar com a minha contribuição para as contas do défice. Pago a taxa moderadora, os exames que me mandam fazer, sem perguntar se estou interessado ou não, e o parque de estacionamento, antes de sair, e que é caro p'ra burro.
Toma, embrulha e aguenta que é serviço. Há muita gente que está pior que tu!

quarta-feira, 26 de julho de 2017

China - Portugal!

Hoje é um dia especial para a China e, de certo modo, também para Portugal. Por volta das 07.30 horas era esperado no aeroporto da Portela o primeiro avião "carregadinho" de chineses, depois de um voo de 13 horas, para dar cumprimento à profecia do Paulo Futre que, aqui há uns anos, disse que viriam charters carregados de chineses que fariam funcionar a economia de Portugal. O caminho que ele preconizava era contratar jogadores de futebol para o Sporting e os voos charters trariam milhares de chineses para assistir aos jogos, representando o início de uma grande ligação comercial com a China.
Assim vamos ter o Paulo Futre inserido na História de Portugal por ter sido aquele que anteviu a enorme importância dos turistas chineses, que se contam por muitos milhões, na economia do nosso país. Jorge Alvares e Peres de Andrade foram outros portugueses que tiveram grande importância na ligação de Portugal à China, nos princípios do Século XVI. Nessa altura não se falava em turismo, mas sim em comércio que Portugal queria incrementar entre os países do Oriente e a Europa, para ver se ganhava uns trocos e fazia frente à grave crise que assolava o país. Crise devida em parte à peste que se espalhara em Portugal no reinado de D. Manuel (como pode ver-se pela notícia abaixo).

" (...) De vez em quando terríveis epidemias de peste assolavam o território, determinando a mudança da côrte para logares não contagiados. No reinado de D. Manuel foram quatro as arremetidas, em 1502, 1506, 1513 e 1521. A epidemia de 1491 foi notável, e ficaram em lembrança os estragos nas maiorias cidades. Da peste tinha morrido a raínha, mulher de D. João I, e morrera também D. Duarte. Com certeza a repetição do flagelo seria considerável obstáculo ao crescimento da população."

Bem, não tinha planeado falar de desgraças quando comecei a escrever estas linhas e por isso vamos apontar a agulha para outro lado. Falemos do Jorge Alvares que foi o primeiro português encarregado pelo nosso rei de entrar em contacto com os chineses. Por se chamar Alvares sabemos que o seu pai devia chamar-se Álvaro, pois era assim que funcionavam as coisas nesse tempo. Nasceu em Freixo da Espada à Cinta, não se sabe quando, e morreu em 1821 sem ter sucesso na empresa ordenada por El-Rei D. Manuel I. Sabemos ainda que batalhou na conquista de Malaca, às ordens de D. Francisco de Almeida, o grande capitão da Marinha que muitos anos depois daria o nome a uma fragata em que naveguei, nas costas de Moçambique.


O insucesso do homem de "espada à cinta" fez com que alguns anos depois se seguisse outra expedição, capitaneada por Fernão Peres de Andrade que ficaria na História de Portugal e da China, como aquele que abriu o caminho para as trocas comerciais que ainda hoje perduram (veja-se, como exemplo disso, a "chinatown" de Vila do Conde). Há quem se refira a ele como Pires de Andrade, mas acredito que Peres, filho de Pero, estará mais correcto.
Portanto já sabem, o Paulo Futre foi o Jorge Alvares dos tempos modernos. Vaticinou a vinda de muitos turistas chineses e eles vieram. Compraram parte do capital da TAP - entre outras "pequenas" coisas - e assim têm garantida a possibilidade de fretar muitos charters e enchê-los de turistas para cá vir gastar os dólares que os americanos imprimem ás toneladas e enviam para lá para depois os pedirem emprestados.


Só voos regulares haverá três por semana, às quartas, sextas e domingos, portanto os interessados em viajar até Macau para tentar a sua sorte num dos muitos casinos, ou experimentar uma massagem especial dada por duas chinocas todas descascadas podem começar a fazer a sua reserva.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Cabecinha pensadora!


Ao ver esta imagem ligada à notícia das tentativas de captação de investimento para a zona do Alqueva, só uma coisa me veio á cabeça. O mais alto e mais magrinho foi escolhido para atravessar a barragem a pé. É tão alto que ficará sempre com a cabeça fora de água.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Eles comem tudo!

Os administradores da CGD têm ordenados gigantescos. Não consigo perceber como conseguem os ordenados dessa gente subir na mesma proporção que têm subido os prejuízos do banco que é de nós todos. Agora chega o Paulo Macedo e diz que só há uma maneira de endireitar as coisas, fazer-nos pagar por tudo e mais alguma coisa.
Não seria melhor reduzir os ordenados dessa cambada toda?
E não vale a pena mudar de banco, pois todos estão a fazer o mesmo.
Pagas e não bufas!!!

O Javali encalorado!

Aqui no Minho e Douro Litoral nem por isso, mas há lugares, em Portugal, onde está muito calor. Basta olhar para os incêndios que continuam a lavrar um pouco por todo o lado. E quanto a calor, o sítio mais quente do nosso país é aquele que está mais próximo de África, o Algarve.
O calor excessivo faz as pessoas procurar a água, ou as suas proximidades, na ânsia de encontrar algum alívio para o corpo que sentem a ferver. E quando digo pessoas, poderia também dizer animais, pois tanto os racionais como os irracionais sentem as mesmas necessidades. Talvez até os irracionais vão à frente nesse capítulo, pois o instinto de defesa e sobrevivência faz deles grandes mestres.


Se não fosse por isso, que outra razão levaria um javali a andar a nadar a cerca de 300 metros da costa, na praia do Garrão? Bom trabalho deu ao nadador-salvador que o avistou e decidiu rebocá-lo para terra com a sua mota de água. Mas primeiro passou-lhe um laço à volta do nariz para evitar alguma ferradela que lhe podia custar caro. É assim mesmo, homem prevenido vale por dois.
Depois veio a Polícia Marítima, carregou o animal no seu jeep de alta cilindrada e foi soltá-lo no mato, lugar (disseram eles) onde o bicho pertence. Chegado a esta parte da notícia pergunto-me se não seria mais sensato meter-lhe a faca e organizar um churrasco. Dá tanto trabalho e despesa caçá-los e esta malta, depois de ter o bicho preso e seguro, vai soltá-lo no mato! Já não percebo nada do que vai na cachimónia das pessoas de agora!

domingo, 23 de julho de 2017

Melhor que os adversários!


Como todos puderam testemunhar, os acontecimentos da semana passada puseram em cheque os presidentes dos nossos mais directos adversários. E quando a tormenta faz abanar a casa dos outros, podemos nós recolher as nossas velas e descansar um pouco.
Para os lados de Alvalade a guerra é psicológica e andam as mentes afectadas. Fala-se de "passarinhos" e "papagaios" e já se recomenda o internamento em unidades de saúde mental para aqueles que, quando abrem a boca, só entra mosca ou sai asneira. Não poderia estar mais de acordo, pois há anos que venho dizendo a mesma coisa. E a "aliança" que fizeram com o "clube do norte" para fazer frente ao Benfica, é mais uma prova dessa insanidade. Deixá-los mergulhados na sua loucura, a nós só nos dá vantagem.
No reino do dragão anda muito melhor a saúde mental, parece que a chegada de Sérgio Conceição foi o remédio certo, mas anda pior a coisa do lado físico. O Papa do futebol luso - dos velhos tempos - caiu e lesionou-se com alguma gravidade. Caiu pelas escadas abaixo, bateu com a tola nuns quantos degraus - o que lhe pode baralhar as ideias - e escaqueirou algumas costelas. Não faço a menor ideia como vai dar assistência à sua jovem companheira, de hoje em diante, e também isso não me dá grande preocupação. Quanto às ideias baralhadas, espero que continuem por muito tempo, pelo menos o suficiente para o Benfica averbar o seu penta-campeonato.
Espero que o LFV tenha um bom seguro de saúde - ou pague ao bruxo para o proteger - pois a ele não pode acontecer nada de semelhante.
Xô, xô, vai-te, sorte ruim,
marcha para o reino do Dragão
ou para os lados de Alvalade
não te quero perto de mim!

Táctica errada!

O jogo de ontem fez-me lembrar aquela passagem da bíblia que se refere às bodas de Canã. Com o milagre de transformar a água em vinho, Jesus fez abrir de espanto a boca dos convidados. Então, agora que a festa está quase no fim é que tu serves o melhor vinho?
O Rui Vitória, mui apreciado treinador do meu Glorioso clube, foi o Jesus (o verdadeiro, não o de Alvalade) no jogo de ontem, serviu-nos primeiro toda a "tralha" que tem no plantel e só a meia hora do fim fez entrar os craques para dar um baile ao adversário. E deram, mas não serviu para evitar a derrota que os milhares de adeptos que acorreram ao Algarve para verem os ídolos em acção, não esperavam nem desejavam.


O Hull City está uns quantos furos abaixo do Arsenal, no que ao futebol britânico concerne, e este é o nosso próximo adversário. Ponho-me a pensar que figura faremos, perante as estrelas treinadas pelo Arsene Wenger, treinador que já orienta aquela equipa há mais de vinte anos. A equipa que alinhou durante os últimos vinte minutos, no jogo de ontem, talvez tenha alguma hipótese de defender a honra do Benfica, porque se o Rui repetir a táctica usada no Algarve vai levar tantas que nem saberá de que terra é.
Alguns dos novos jogadores agradaram-me e alguns dos velhos provaram mais uma vez que não têm grandes hipóteses de continuar no Benfica. Sei que são decisões difíceis de tomar, mas espero que a estrutura directiva do Benfica tenha os pés bem assentes no solo e seja capaz de formar uma equipa capaz de lutar pelo «Penta». Há quase dez jogadores que têm que ser postos de lado e não pode ser pelo sistema do "pim-pam-pum", não temos tempo para hesitações nem falhanços se queremos arrancar bem na época que está prestes a começar.
Benfica, sempre!

sábado, 22 de julho de 2017

Tudo tem um fim!


O presidente de Angola voltou esta semana de Barcelona, onde foi ver se lhe revalidavam o certificado de vida. As eleições para a sua substituição estão apenas a um mês de distância, mas quem quem receie que ele não chegue lá.
Não se perderá grande coisa, dizem uns.
Já vai tarde, dizem outros.
E há tanta gente a rezar para ele ir depressa!
Mas ao certo ninguém sabe quando soará o gong a anunciar a sua partida deste mundo. O remédio é esperar com calma.

Segunda do dia!

Não há nada que me proíba de escrever duas mensagens no mesmo dia, pois não? Mas fica aqui o aviso (que já não é a primeira vez que faço) para aqueles leitores que, em vez de carregar no título do blog, carregam no título da mensagem e ficam fechados dentro dela. Um blog deve ler-se de cima para baixo, até encontrar uma mensagem que se reconhece como já lida. Não o fazendo assim, podem ficar imensas coisas para trás.


O que me levou a voltar aqui e publicar mais uma mensagem foi esta bela foto da ponte de D. Luís I, que une o Porto a Gaia que acompanhava uma notícia sobre a Metro do Porto, cujos resultados têm vindo a melhorar.
Hoje ninguém pára para pensar nisso, mas no dia 7 de Março de 1962 era a única ponte que ligava as duas margens do Douro e tive que a atravessar para me apresentar na Doca da Marinha, em Lisboa, às 07.00 horas da manhã do dia seguinte, para me sujeitar à inspecção médica e demais procedimentos que permitiram que entrasse na Marinha de Guerra Portuguesa.
É, por conseguinte, uma ponte que faz parte da História, pelo menos da história da minha vida.

Ai a música!

Não percebo nada de música e de Pop ainda menos. Pop, para quem não entende nada destas modernices, poderia ser a abreviatura de "popular", ou seja, estaríamos a falar de música popular, como aquela que cantam os Minhotos Marotos. A música e a dança mudaram muito desde a minha juventude, eu nunca fui um grande fã de ambas as coisas e agora ainda sou menos.
Música e dança talvez tenham para mim um significado muito diferente daquele que têm para outras pessoas. Sempre vi a dança como a desculpa mais plausível para abordar uma rapariga e com ela roçar o "touchinho". Roçar o toucinho é bom, mas logo que o pessoal deixou de dançar agarradinho e começou aos saltos no meio da pista, a música perdeu a piada toda. Já não serve para nada a não ser para queimar calorias, o que é o mesmo que dizer que se transformou numa aula de ginástica.
A música já é uma coisa diferente, tal como na dança há uma parte que me atrai e outra que repudio por não passar de ruído, por vezes uma verdadeira cacofonia, que me atrapalha a vida. Para ler, pensar ou ter uma conversa com os amigos (aqui, por amigos entenda-se familiares, vizinhos, colegas, camaradas, etc. etc.) eu preciso de silêncio. Alguém consegue imaginar um grupo de pessoas que se reúne uma vez por ano, para pôr a conversa em dia, e na mesma sala meter um grupo musical a azucrinar a cabeça de toda a gente o tempo todo? E ainda por cima pagar-lhe para fazer isso? Aconteceu-me a mim, ainda não há muito tempo.
Há horas para tudo, costuma dizer-se e é verdade. Mas hora do barulho não posso aceitar que haja, ou então terá que ser em lugar próprio para isso e só para quem quiser sujeitar-se a esse martírio. Ouvir uma guitarra portuguesa, bem trinada por quem o sabe fazer, ou um fado cantado com alma e uma voz a preceito é coisa que não desdenho. Além disso pouco mais aproveito.


Vem isto a propósito de uma crítica que li sobre o último trabalho de Lana del Rey que, por aquilo que percebi, não agradou muito a quem fez a crítica. A miúda até tem uma cara gira e desde que não desate aos saltos e aos gritos tem a minha aprovação. Pode ser que me leve de volta a esses tempos em que eu não pensava noutra coisa a não ser roçar o toucinho. E era bom!

sexta-feira, 21 de julho de 2017

S.O.S. !

Também aprendi isso, quando cheguei à Marinha. São as iniciais de «Save our souls», palavras inglesas que em português se traduzem por "salvem as nossas almas", mas que quem lança este apelo está mais interessado que lhe salvem o corpo que a alma.
Lembrei-me disto, porque não sabia que assunto abordar nesta manhã de sexta-feira, cheia de sol e algum vento que os meteorologistas prometeram que vai parar para o fim de semana. O envio de um SOS serve para vos avisar que estou à rasca e preciso de ajuda. Não ajuda financeira, que dinheiro é o que menos me preocupa, pois na prática não preciso dele para nada de especial, para além da comida e comprimidos para travar as doenças todas que os médicos me anunciam que vão acabar com a minha vida.
Por falar nisso, esta semana fui ao Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, fazer o checkup ao pacemaker e a minha que me fez o implante disse-me, meio a sério meio a brincar:
- O pacemaker está em ordem.
- Ainda bem doutora.
- Já o mesmo não se pode dizer do seu coração.
- Porquê?
- Continua aos soluços, num pára-arranca constante e isso não é nada bom.
- Porquê?
- Porque vai criando coágulos nas veias e às tantas temos aí um avc.
- Oh, diabo, isso não é lá um grande prognóstico para o que me resta da caminhada neste mundo.
- Pois não, mas vamos tentar atalhar esse problema com mais um comprimidinho para tornar o sangue mais fininho, mais fluido e ver se diminuimos o risco.
E lá vim eu embora do Pedro Hispano com mais uma receita na mão para juntar a uma gaveta cheia que já tenho em casa. Quem se fica a rir é a minha farmácia que se vem queixando que o negócio anda mau para o lado dela. Agora já percebi que o meu mal é o bem dela. Porca miséria franciscana!
Bem, meti aqui um parentesis para mencionar algo completamente diferente, quando o que eu queria era dizer que preciso de inspiração. O assunto principal, desde que me tornei bloguista (ou blogueiro, como vos aprouver) era a Marinha, os Fuzileiros, a Guerra do Ultramar, Moçambique e o Niassa, mas todos esses assuntos estão mais que esgotados. Já mudei de assunto várias vezes, falei de mulheres, de religião e de futebol. E agora? A última coisa que quero é tornar isto num rol diário de queixas de saúde que é o mais provável em que se vai transformar o meu dia-a-dia.
Não, doença não!
Por vezes lembro-me que poderia ser uma boa ideia meter uns milhares de euros na carteira, atestar o depósito do carro e partir por aí, sem destino até se acabar o gasóleo e o dinheiro. E aí queimar os documentos, atirar o carro por uma ribanceira abaixo e ficar por lá como sem abrigo, sem médicos e sem comprimidos. Só para ver se a vida me pregaria alguma partida inesperada.
Outra ideia é ficar aqui quietinho e fazer aquilo que já faço há alguns anos, procurar a vossa companhia. 

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Benfica volta à acção!

Depois de um longo interregno, vamos ter de novo os artistas em campo para animar a malta. Durante os meses de Junho e Julho assistimos a um futebol porco, jogado fora do relvado, entre dirigentes e comentadores desportivos. Se a ideia dos intervenientes era animar as hostes em tempo de defeso, posso garantir que não tiveram grande sucesso. Mas que vão dar trabalho a tribunais e advogados, lá isso vão. Mas aí não me meto, é lá com eles.
O Benfica já está no Algarve para disputar o habitual torneio de verão que serve para mostrar a equipa aos adeptos e tentar que os jogadores ponham de lado a sorna a que se habituaram durante as férias. Hoje à noite joga com o Betis de Sevilha e no sábado com a antiga equipa do Marco Silva, o Hull City.
Embora toda a gente queira ver caras novas no plantel, não é isso que o Rui Vitória nos preparou. Desde o Luisão ao Eliseu e passando pelo Samaris ou Fejsa é tudo a mesma loiça em que já nos serviram o petisco da época passada. E que até nem soube nada mal, podemos dizer com a maior alegria, pois o tetra soube que nem ginjas.
Entre essas velharias que já conhecemos, vai aparecer uma "estrelinha" vinda de Inglaterra (que na época passada esteve a rolar no Arsenal), o Chris Willock, que espero agrade aos adeptos e ganhe um lugar na equipa. O Arsene Wenger disse muito bem dele e eu acredito nesse franciú que há tantos anos treina a equipa de Londres.


E além dessa estrelinha vinda de terras de Sua Majestade, vamos ver outra estrelinha, esta nascida no Seixal, nas escolas do Benfica. Aurélio Buta de seu nome nasceu em Aveiro, mas cedo rumou ao Benfica e tem sempre feito parte das nossas selecções jovens, sub-16, sub-17 e por aí fora. Veremos se o Rui Vitória tem olho para o negócio e consegue fazer deste puto outro Nelson Semedo, uma vez que o original se mudou para Barcelona. Diz quem o conhece que ele tem possibilidades para isso, falta-lhe apenas crescer um pouco, o que esperamos ele consiga no convívio com os seus colegas mais velhos. Vou ficar de olhos bem abertos para ver como se porta o rapaz.


Além destes dois "miúdos", vai aparecer também em campo o eslovaco Martin Chrien que já vimos jogar na Suíça. Dizem que ele é um verdadeiro prodígio e eu espero bem que sim, pois é desses jogadores que se faz o Benfica, mas não teve hipótese de mostrar grande coisa, porque com tantas substituições e quebras de ritmo não há quem aguente. Espero bem que no jogo de hoje e do próximo sábado as coisas sejam levadas mais a sério. O treinador tem que começar a apostar numa equipa tipo, a qual terá que disputar a Supertaça, na primeira semana de Agosto. Já falta pouco!

Agendamento!

Sempre a aprender!
A Elvira escreve quando está bem disposta e só publica quando lhe convém. A isto chama-se agendamento e eu ando a pensar em fazer o mesmo. Está quase a começar a nova época futebolística e talvez me convenha esse tipo de orgânica para publicação dos meus comentários aos êxitos e fracassos do meu Benfica e dos outros concorrentes.
Esta mensagem é um teste e está agendada para sair às 8 horas da manhã do dia 20. Vamos ver se funciona!

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Os tremoços!

A conversa é como o tremoço, vai à boca, trinca-se, engole-se o miolo e cospe-se a casca. Ontem falei-vos do Paulo, hoje a conversa é sobre o André. Mas falando de tremoços que foi por onde comecei a conversa, tomei conhecimento da sua existência era ainda uma criança de idade anterior à frequência da escola primária. Vocês não podem adivinhar aquilo que me passa pela cabeça, mas eu conto-vos.


Sabem o que é adubação verde? Não? Pois, também eu não sabia quando tinha essa idade que referi aqui atrás. Mas a informação chegou da boca da minha mãe, pessoa em quem eu sempre acreditei de olhos fechados, num dia de Primavera, em que eu olhando pela janela da sala da casa onde nasci, vi um campo cheio de flores amarelas a perder de vista.
- Tantas flores amarelas! O que é aquilo, mãe?
- São tremoços.
- O que são tremoços e para que servem?
- Servem para adubar a terra, filho.
Não vos vou contar mais nada sobre esta conversa, pois já estou a sentir que há quem esperasse ouvir que os tremoços são para comer e que a minha mãe me estava a passar a informação errada. Nada disso, na minha aldeia não se salgavam nem comiam tremoços. Semeavam-se e quando a planta estava florida e no auge do seu esplendor, vinham as charruas e metiam aquilo tudo debaixo da terra.
Pois então, o Paulo é padeiro, mas o André é advogado e, como todo o advogado que se preza, quer entrar na política para ver se encontra o seu lugar ao sol. O Paulo é um daqueles amigos que passou pela minha vida de levezinho e sem deixar sinal. O André é benfiquista como eu e só o conheço da televisão, especialista em «arrotar postas de pescada» para cima do Bruno de Carvalho e do Pinto da Costa.
O André (Ventura) é comentador desportivo num daqueles programas chatos sobre futebol em que falam todos ao mesmo tempo e ninguém diz nada que preste. Salva-se apenas por vestir as mesmas cores que eu, se não fosse isso, para mim, valeria um caracol. Mas, siga o baile e vamos aquilo que interessa.


O André, com o apoio da Passos Coelho e da Assunção Cristas (tal nome, tal careta, feios ambos os dois) candidatou-se à presidência da Câmara de Loures. Ele não é parvo nenhum, sabe que Loures é o município português mais vermelho, depois de Setúbal, e que continuará a ser. Porque se terá candidatado sabendo que vai perder?
Pela fama, adivinho eu, pois é da fama que precisa quem quer ser bem sucedido na sua carreira. Desde o processo do Carlos Cruz ao do Sócrates, vocês devem saber que o valor dos honorários cobrado pelos advogados é directamente proporcional às vezes em que a sua cara é vista na televisão. Se alguém duvida é só verificar o estado actual da conta bancária do Carlos Cruz.
Não sei se o assunto dos ciganos que vivem à custa dos subsídios e abonos de família é coisa para se arrastar pelos tribunais e dar dinheiro a ganhar a alguns dos seus colegas, mas foi por onde ele começou a sua campanha e só ele saberá as razões porque o fez. Ciganos, feiras, Rotunda do Relógio, Loures é um mundo tão ou mais complicado que aquele onde se movimentam os seus outros adversários, o Bruno sportinguista e o Pinto dragão. Mas isso é lá com ele, eu salto fora.
E são assim os tremoços, por muitos que se comam não se consegue matar a fome!

terça-feira, 18 de julho de 2017

Amigos que passam pela nossa vida e se esfumam!

Há muito tempo que não vejo o Paulo «Padeiro»!
O Paulo fazia parte do meu grupo de «amigos de café», há-de haver uns bons trinta anos. O Paulo e outros colegas eram todos solteiros e bastante mais novos que eu. Juntávamos-nos no café, depois do jantar, bebíamos uma cervejinha, jogávamos bilhar ou nas máquinas de flippers (que estavam na moda nessa altura), íamos ao cinema (alguns, às vezes), enfim, fazíamos tudo aquilo que deve ser comum a milhares de portugueses.
O Paulo tinha ganho a alcunha de «Padeiro», porque era padeiro mesmo a sério. Era assim que ganhava a vida, quando era solteiro e continuou depois de casado, tal como me contou na única vez em que me cruzei com ele depois de todos estes anos. Há amigos assim, aparecem na nossa vida sem se fazerem anunciar e depois, sem aviso prévio, desaparecem sem deixar rasto.
Depois destes dois parágrafos em que vos tentei fazer perceber quem é o Paulo, lembrei-me que poderia fazer como a Elvira e desenvolver a história de modo a garantir-me aí umas 20 a 30 publicações que vos trariam entretidos durante um mês inteirinho. Mas é melhor não, pois gosto de escrever de modo repentista, sobre qualquer coisa que me passa pela cachimónia, e não ser obrigado a grandes raciocínios nem jogos de memória para construir e seguir um enredo que me faria ganhar cabelos brancos.


Tal como acabou de acontecer agora. Estava a ler as notícias e caiu-me debaixo dos olhos esta fotografia que retrata o nosso Primeiro Ministro de visita ao aeroporto de Faro para ver, in loco, as obras de ampliação dessa estrutura aeroportuária. E se repararem bem, por cima da cabeça do nosso ministro dos transportes, lá está, em letras grandes, PAUL (que é como quem diz, Paulo), e em letras mais pequenas (embora esteja escrito em francês) PADEIRO e PASTELEIRO. Agora percebo o porquê de nunca mais o ter visto aqui pela Póvoa, mudou-se para o Algarve.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Os piratas de Maracaíbo!

Sempre gostei de ler. Não sei quando começou este amor, mas desde sempre que me lembro de devorar todo e qualquer livro que me caísse nas mãos. No colégio para onde entrei, depois da 4ª Classe, os monitores eram padres jesuítas e davam-me livros da vida dos santos para eu ler. A vida de D. João Bosco calhou-me não sei quantas vezes, mas não li uma linha, embora tivesse que fingir que lia durante horas.
Quando me achei senhor do meu nariz e lia aquilo que queria, tinha autores predilectos, como Emílio Salgari, e gostava de livros de aventuras e de piratas. E quem conhece piratas é obrigado a conhecer os sítios por onde eles andaram e que ficaram na História. As ilhas do Mar das Caraíbas, como Tortuga, e o Lago de Maracaíbo são dos lugares mais vezes mencionados pelos escritores deste tipo de aventuras.


E quem fala de Maracaíbo fala da Venezuela, país que não sai das notícias e pelas piores razões. Este país sempre teve uma história conturbada, dominado por ditadores, ora da direita ora da esquerda. Neste momento é o Maduro, sucessor de Chavez, comunista ferrenho que se mantém no poder contra a vontade do povo. Este fim de semana foi organizado um referendo com centenas de mesas de voto - inclusivé na Ilha da Madeira - para mostrar a este senhor que o povo venezuelano o quer ver pelas costas. Acredito que não vai servir de nada e a continuarem as dificuldades que os mais pobres enfrentam com a falta dos bens essenciais e a inflação galopante, não me admirava que esta situação possa degenerar numa guerra civil.


E aí voltamos à história dos piratas gente que à falta de melhor meio de vida se juntava para roubar. A ideia original era abordar os navios que zarpavam das costas americanas, carregados de ouro e outras riquezas, em direcção à Europa e aliviá-los da sua carga. O lago de Maracaíbo era um refúgio seguro para descanso dos piratas. Depois de alguns assaltos bem sucedidos era ali que iam gastar o dinheiro e gozar a vida. Acabado este voltavam ao mesmo de sempre.


O ouro de hoje é o petróleo e os piratas são os políticos que ocupam os palácios do governo e não precisam de ir esconder-se em Maracaíbo ou na Ilha das Tartarugas. E são mais difíceis de derrotar, pois não podem disparar-se contra eles os canhões, como antigamente. Na eleição que colocou Maduro no poder, o resultado foi de 50.2% contra 49.8%, mas admite-se que muito povo votou enganado ainda pelos discursos inflamados de Hugo Chavez, recentemente falecido. Nós, aqui na Europa, sabemos apenas aquilo que a imprensa e as notícias veiculadas pela internet trazem até nós. O que nisso há de verdade ou não, nunca o saberemos.


Resta-nos esperar que a situação evolua, que o Povo seja calmo e sereno e os políticos aprendam a respeitar a vontade desse Povo. Tal como foram capazes de construir uma ponte que liga as duas margens do lago, assim sejam também capazes de construir uma ponte de entendimento entre os governados e o seu governo que instale a paz no país de uma vez por todas.

domingo, 16 de julho de 2017

Assombrações!

Estas raparigas não me largam a porta! Que será preciso fazer para que elas me desamparem a loja? A publicidade é muito cara, quem estará a pagar a conta?


Lembram-se dela?
A Marta era mais famosa que muitas artistas de cinema.


Pelos vistos também teve direito a reforma.
E arranjaram uma nova para tomar o seu lugar


E esta? Esta não tem nome, como a Marta,
mas não me larga a toda a hora do dia e da noite.
Mal ligo a televisão, lá vem ela a querer a oferecer-me
um quarto de hotel por um preço mais baixo.
É Trivago, é bom!

Não me estraguem o treinador!

Presinto o perigo latente de o Rui começar a inchar de tantos elogios que lhe fazem e se esquecer do homem simples que ele é.
Só me faltava ver a FORBES, a revista dos ricos, vir pôr o treinador do Gloriosos nos píncaros da lua, só porque ele ganhou dois campeonatos ao serviço do Benfica. E o Jesus não fez o mesmo? Sem querer parecer exagerado, qualquer treinador que aceite a responsabilidade de treinar o Benfica corre o mesmo risco, ganhar.
Pois é. A qualidade está na estrutura do clube que sabe preparar as coisas, incluindo a escolha do treinador que melhor se adapte às circunstâncias do momento. Reunindo uma série de factores positivos, tais como, um bom presidente, um bom treinador e alguns bons jogadores é mais fácil ganhar campeonatos uns a seguir aos outros.
Espero que assim continue e que não venham agora os bajuladores da Forbes estragar-me o estrugido! O Rui é bom, mas quero-o ligado à terra e não nas nuvens como balão de ar quente.

sábado, 15 de julho de 2017

Irra que é demais!


Eu sei que é a brincar, mas deixa-me preocupado!
Quem são estes Young Boys que deram uma cabazada aos Old Boys do Glorioso?
Já se começa a sentir a falta dos artistas que foram trocados por milhões?
Mau, Maria!

Crónica de sábado!

A Comissão decidiu hoje emitir uma notificação de incumprimento a Portugal sobre a adjudicação de um contrato de concessão para gerir e explorar a Zona Franca da Madeira. A Comissão considera que esta atribuição pode violar a legislação comunitária em matéria de contratos públicos (Directiva de concessões 2014/23 / UE), uma vez que o contrato foi adjudicado directamente sem um procedimento competitivo e que a disposição nacional utilizada como base jurídica da adjudicação não está em conformidade com a legislação da UE.


A pressa com que esta adjudicação foi feita cheira a esturro. Assim como a voz do governo regional que não tardou em aparecer a alijar responsabilidades e atirar com as culpas para cima de terceiros. Quem lucra com este negócio, pergunto eu. Peixe graúdo nada nas águas da Madeira, quer-me parecer!


Este bem pode fazer pala para ver ao longe. Na minha opinião, o seu futuro político já está traçado e o horizonte da sua fama e vida no PSD não vai para lá de Outubro. Já vai a caminho da idade da reforma e ainda não teve um emprego que se visse. Como será agora, depois de correrem com ele do partido?


Mais três semaninhas e começará a grande corrida à procura do penta. É tempo de começar a aquecer os motores, pensar em aves de rapina e noutras coisas boas. Não se deixem enganar com conversas de chacha e tenham um óptimo  >  F I M   D E   S E M A N A !!!

sexta-feira, 14 de julho de 2017

O Homem da Cortiça!


Morreu o homem mais rico de Portugal. Tenho andado a pensar se devia dizer alguma coisa sobre o assunto, ou deixar passar em branco por nada ter a ver comigo. Não conheço a sua história em pormenor, mas para chegar até onde chegou e reunir a fortuna que reuniu algum mérito tem que ter. E eu não faço parte do grupo de invejosos que costuma pôr defeitos em tudo o que gira à nossa volta, só porque são mais ricos ou mais bem sucedidos que eu na vida.
A partir de uma pequena fábrica de transformação de cortiça e à custa de muito trabalho e dedicação construiu um império avaliado em mais de 3.000 milhões de euros. Ele soube aproveitar o momento em que a nossa Bolsa de Valores deu muito dinheiro a ganhar a quem investiu. Investiu forte e feio na banca, na energia e no imobiliário, valorizou imenso as empresas que criou e vendeu-as depois por bom dinheiro.
Uma coisa podemos assumir como certa, nunca mais aparecerá na revista Forbes como um dos homens mais ricos de Portugal. E com 3 filhas para dividir a fortuna entre si e mais 6 netos para voltarem a dividir de novo, nenhum deles chegará a ser tão rico como o velho Américo. Pelo menos a acreditar no ditado que diz - pai rico dá filho pobre. Ou naquele outro que garante que as fortunas só duram até à terceira geração.
Espero que ninguém se zangue com as partilhas, pois há dinheiro que chegue para todos e bons lugares, nas empresas do grupo, para garantir emprego para todos. Na indústria, no turismo, na banca, na energia, é só escolher.

Benditos milhões!


Lá se foi o Nelsinho!
Benditos milhões que justificam tudo. Eu preferia o Nelsinho, mas os malfadados milhões fazem falta para equilibrar as contas.
Vida madrasta!

Não estou para festas!


Está decidido, não vou a Paris comemorar a «Tomada da Bastilha». Também não fui a Washington comemorar o 4 de Julho, «Dia da Independência», nem tão pouco a Vale de Zebro participar no «Dia do Fuzileiro». Sinto-me velho e cansado e não estou para festas.
Podia ter ido a Vale de Zebro, juntando-me à troupe dos fuzileiros do Douro Litoral que sai do Porto às 5 da matina e enche dois autocarros, mas não me sinto em família ao pé daquela rapaziada que tem menos 20 anos que eu. E depois, ao chegar à Escola de Fuzileiros, encontro 4 ou 5 filhos da minha escola (e éramos 296) e 2 ou 3 membros da Companhia 2 de entre os 160 que comigo estiveram em Moçambique, na década de 60 do século passado. É muito pouco para tanto sacrifício.
Para começar, sair do Porto às 05.00 horas significa pôr o despertador para as 03.30 horas, de maneira a ter tempo de fazer a barba, vestir e viajar até ao Estádio do Dragão, lugar onde deixamos os carros estacionados e mudamos para os autocarros. Para isso teria que deitar-me às 9 horas da noite, mas sei que isso não me serviria de nada, pois não conseguiria pregar olho. Da última vez que alinhei nesse programa, deixei-me ficar no computador até depois das duas horas, altura em que fui fazer a barba, nas calmas, tomar um café e comer uma sande de presunto, vestir a roupinha escolhida para a viagem. Por volta das três e meia já andava à volta do Estádio dos Morcões para ver quem era o primeiro a chegar.
E o regresso, com meia dúzia de bêbados a azucrinar-me a paciência e outra meia dúzia de cheios de sono, como eu, mortinhos por chegar a casa e fechar as pestanas, também não é programa que me entusiasme muito. Resultado, deixa-te ficar em casa que estás muito bem. Esta vida de reformado, sem hora estipulada para comer ou dormir, transforma a gente numa espécie de autómatos que repetem sempre os mesmos passos e os mesmos actos, dia após dia até vir o cangalheiro e carregar connosco para a última morada.
Chegado a este ponto, fico a pensar que talvez tivesse sido melhor esquecer o incómodo que isso me causa e ir até Paris ver o desfile das tropas e comer uma baguette. Mas agora é tarde para arrependimentos!

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Alimento do corpo e da alma!

A conversa de ontem foi sobre batatas, alimento para o corpo. A de hoje vai ser sobre hóstias, alimento para a alma dos crentes. Nem só de hóstias se alimenta a alma, mas essa é a parte visível da coisa e mais fácil de enfiar pelos olhos dentro dos que ouvem e acreditam na ladaínha dos pregadores da religião católica. Não sei bem explicar o porquê, mas diria que não são os papa-hóstias os primeiros a chegar ao céu.
Mas, deixem-me começar a história pelo princípio, senão não percebem onde quero chegar. Os judeus, quando tiveram que fugir do Egipto, guiados pelo velho Moisés, prepararam com cuidado o farnel para a viagem. Mas como a fuga foi preparada durante a noite e em segredo, eles não tiveram tempo de deixar levedar o pão, cozeram-no à pressa com a massa ainda fresca, não deu para ser de outra maneira. Durante os primeiros dias da fuga comeram aquele pão sem gosto a coisa nenhuma, mas muito pior veio depois em que não tinham nada para comer. Salvou-os o seu Deus, Geová, fazendo cair o maná sobre o deserto do Sinai.


Em memória desses tempos difíceis por que passou o «Povo de Deus», durante a viagem para a Terra Prometida, ficaram os judeus obrigados a consumir «Pão Ázimo» (pão feito de massa não fermentada) na sua festa da Páscoa.
A Igreja Católica Romana, com S. Pedro como primeiro Papa, é a versão moderna da religião desses tempos antigos. E a cerimónia da última ceia de Cristo, em que Ele deu aos seus discípulos o pão e o vinho, acompanhado das célebres palavras - isto é o meu corpo ... isto é o meu sangue - é replicada na comunhão em cada uma das missas celebradas por esse mundo fora, todos os dias.
A comunhão, acto simbólico de comer o corpo de Cristo para fortalecer a alma, em que se engole uma hóstia feita de trigo, levantou enorme polémica nos últimos dias. Tudo por causa do comunicado do Vaticano, em que é relembrado a todos os bispos do mundo que a hóstia deve ser natural, feita de trigo e sem truques, assim como o vinho que deve ser feito apenas de sumo de uva sem a adição de qualquer outra substância, como álcool, por exemplo.


Logo se levantou uma onda de contestação, porque assim os celíacos (aqueles que são alérgicos ao glúten) não poderiam comungar. Manipular a farinha de trigo para lhe retirar o glúten era proibido, logo estava o caldo entornado. Coitadinhos daqueles que não suportam o glúten que além dessa terrível privação, ficavam ainda proibidos de comungar e, hipoteticamente, ir para o céu, quando morressem.
Grande estupidez, digo eu que sem ser padre nem pregador diria a essas pessoas que bastaria engolir em seco, enquanto os seus pares engolem a hóstia, para Deus Nosso Senhor lhes dar os mesmos créditos que os outros conseguem ao comungar. Não é o gesto de engolir a hóstia que conta, mas sim a intenção com que é feito.
Se querem uma comparação fácil de perceber, pensem num pobre que mal ganha para comer e oferece 5 euros para obras de caridade, e depois imaginem o Bill Gates a sacar do seu livro de cheques e oferecer 5 milhões para a mesma obra.
Quantos degraus subiria cada um deles na escadinha para o céu?

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Minhas ricas batatinhas!

Não sei como seria o mundo se não houvesse batatas. Não imagino a culinária sem este tubérculo de que eu tanto gosto. Desde pequeno que fui habituado a ver as batatas como uma espécie de conduto, se não havia mais nada para pôr no prato ... havia sempre batatas. Engordavam-se os porcos com batata, para quando chegasse a hora se meter o dente no porco. Ah, vida linda!


Se bem me lembro das lições que a vida me ensinou, semear 1 saco de batatas e colher 20 era a ambição de todo e qualquer lavrador. Agora ficam a chorar se há muita batata. Segundo eles, aumenta o trabalho (para as apanhar, armazenar e distribuir), mas diminuem os ganhos, pois não as conseguem vender ao preço que querem.
Dizem que os hipermercados, que são os grandes distribuidores através de todo o país, não abdicam das suas margens e, por conseguinte, quando os preços descem quem fica com o prejuízo é o produtor. Em teoria, sou obrigado a dar-lhes razão, pois as suas despesas para comprar e vender as batatas, tal e qual como qualquer outro produto, são sempre fixas. A rede de distribuição e os salários de todos os seu trabalhadores são fixos e não sobem ou descem conforme a safra da agricultura seja boa ou má.
O consumidor final. como eu, procura comprar o melhor que pode e já não me lembro de o preço de um saco de 20 Kgs de batatas subir acima de 8€, ou descer abaixo de 5€. O que quer dizer que a oscilação de preço anda aí pelos 50% para cima ou para baixo. Ora, se este ano a produção de batata for o dobro daquilo que é habitual, o lavrador acabará sempre por lucrar alguma coisinha com o excesso de produção. O que lhe dói é não conseguir vender toda a produção deste ano pelo preço conseguido o ano passado.
O que por vezes acontece nestes casos é que a dificuldade de escoamento pode levar os menos atentos a ficar com a mercadoria em casa e vê-la apodrecer à frente dos seus olhos. Neste, como em qualquer negócio, o segredo é saber quando vender, a ambição por maiores lucros pode redundar em grandes prejuízos.
Isto até parece uma lição de economia e faz-me lembrar de uma coisa que li em qualquer lado e que diz assim:
- A Economia é uma ciência que serve sobretudo para dar emprego aos economistas!

terça-feira, 11 de julho de 2017

Serviço social!


Hoje não há lição de História nem Geografia, não vou falar da Marinha nem dos marinheiros, vou dirigir-me aos meus "prováveis comentadores" e fazer uma troca de favores de cariz social.
Para o Eduardo vai a informação de que os Registos Paroquiais de Odemira já estão online no site da Torre do Tombo. Se quiser que eu pesquise os registos de baptismo dos pais ou avós, só terá que dar-me a data e local de nascimento. Sem esquecer que a partir de 1 de Abril de 1911, já não existem tais registos.
Para a Elvira uma pergunta simples que não deve ter dificuldade em responder. Há um hospital velho e um novo no Barreiro? E no velho funciona um lar de terceira idade?
Isto para ver se arranjo maneira de lá mandar um dos meus camaradas moradores nessa cidade, e já são poucos, para visitar o «velho marinheiro manobra» que foi nosso camarada na CF2, antes que ele tire a guia de marcha para a última viagem.
Afinal, para alguma coisa hão-de servir os blogs!

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Os Castros, os Mouros e os Afonsinos!

D. Henrique de Borgonha, recebendo das mãos de seu sogro,
D. Afonso VI de Leão, em 1096, o título de Conde de Portugal.

Li em qualquer lado que somos todos descendentes de Afonso Henriques. Não concordo nem um bocadinho e vou explicar-vos porquê. Devemos ser orgulhosos dos nossos pergaminhos, mas para isso temos que ser capazes de descobrir os nossos ancestrais. Ora vamos lá fazer um pouco de exercício de memória.
Quem vivia no Condado Portucalense antes de o irrequieto D. Afonso decidir guerrear a sua mãe e ficar-lhe com a "quinta"?
Os Castros, pois está claro, vamos chamar-lhe assim, pois nessa altura não se usavam apelidos, eram tudo Manueis e Marias, alguns Joões e pouco mais. E como viviam em povoações castrejas, nada mais indicado que ficarem com esse nome que ainda hoje subsiste e ninguém sabe explicar a sua origem, Daí poderemos concluir que a gente oriunda da faixa litoral, entre o rio Minho e o rio Douro, são maioritariamente descendentes deste povo humilde e trabalhador e que paga qualquer preço para que não o metam em confusões.
No Nordeste transmontano e grande parte da Beira Alta moravam gentes fiéis ao reino de Leão e Castela, de onde era também natural D. Afonso Henriques e a sua mãe, D. Teresa (que não o pai que esse veio de França) e por essa razão podemos apelidá-las de Afonsinas. Sim, porque eram da mesma raça, tinham afinidades ou pagavam vassalagem a esse povo.
Todo o resto do território que actualmente compõe o nosso país, incluindo Olivença, era ocupado pelos mouros que o tinham conquistado ao povo de Viriato e Sertório. E que eu saiba, quando o nosso primeiro rei, e depois o seu filho D. Sancho, partiu por aí abaixo a dar espadeiradas a torto e a direito em quem se pusesse à sua frente, os Mouros, os que ficaram vivos claro, submeteram-se à sua vontade, mas não foram embora para Marrocos, ficaram todos por cá. Aconteceu-lhes o mesmo que a uma grande parte dos retornados de Angola e Moçambique, já os seus pais e avós tinham nascido aqui e, por conseguinte, não tinham para onde voltar. Os retornados portugueses do Século XX, fosse por que razão fosse, preferiram virar as costas ao país que os tinha acolhido e vieram para cá com uma mão à frente e outra atrás. Pelo contrário, os Mouros do Século XII decidiram ficar por cá e quase metade da população portuguesa descende deles e não da casta de D. Teresa ou dos Duques de Borgonha.
Para terminar esta minha intrusão pela antropologia do nosso torrão lusitano quero lembrar que por alguma razão existe a família Mourinho, na região da Península de Setúbal. Os Mourinhos são os mais recentes descendentes dos mouros que andam pela Península Ibérica desde que terminou a ocupação romana.
E por aqui me fico. Se tiver esquecido alguma coisa, isso será tratado na próxima aula de História para os alunos que comparecerem, visto que a frequência não é obrigatória.