Vocês gostam de sardinhas?
E de dores no esqueleto, também gostam?
Pergunto, porque parece que não se pode ter uma coisa sem a outra. É claro que isto só vale para rapazes e raparigas que tenham passado para lá dos 50, pois a juventude nem sequer perde tempo com trivialidades destas. E também não é muito adepta de sardinhas, são mais pelos hamburgers.
Pois é assim a puta da vida, chegámos ao último sábado de Julho, o mais especial de todos, pois traz milhares de emigrantes de regresso à sua terra natal e leva outros tantos milhares de pessoas para o Algarve, lugar onde o sol e o calor (bandidos, carteiristas e outros que tais) nunca faltam. Exactamente ao contrário, na minha santa terrinha só me chegam as nortadas e o nevoeiro. Há pessoal, aqui das redondezas, que se põe a pé às 6 das manhã, mete o farnel na alcofa, umas bebidas fresquinhas na geladeira portátil e ala, a caminho da Póvoa. Aqui chegados levam um banho de nevoeiro que nem se vedam. Com um bocado de sorte, lá para a tarde, depois do almoço, o sol aparecerá para lhes pagar o tributo e justificar a viagem.
E eu? Eu fico com as dores no esqueleto que é aquilo que o nevoeiro me oferece sem eu ter que pagar nada em troca. A coluna não dobra para eu poder apertar os cordões dos sapatos, pelo que decidi fazer uma selecção e mandar para o lixo todos os pares de sapatos com cordões. Doravante só sapatos de pala e uma calçadeira de 80 centímetros de altura para me ajudar a meter os pés lá dentro. Só me falta descobrir um modo de calçar as meias. Agora que é verão prescindo delas, mas quando o tempo arrefecer tenho que investir na procura de uma solução para esse problema.
Então e as sardinhas, perguntam vocês, onde ficaram as sardinhas?
Não é fácil responder a essa pergunta, pois embora o nevoeiro seja sardinheiro, quer dizer, encha as redes de sardinha, no dizer dos poveiros que se dedicam à pesca, a União Europeia não está pelos ajustes de que se traga para terra todas as sardinhas que saltam para dentro da rede e, embora contrariado, o pescador tem que afinar a voz e desatar a cantar:
Sardinha, minha rica sardinha
Não tomes isto como ofensa
É melhor ires dar uma voltinha
Para te levar não tenho licença!
Também vivo numa terra de pescadores e este poema nunca ouvi! Mas todos os dias quando dou a minha voltinha à beira-mar,lá estão os da arte-chávega a vender, sardinha, carapau (jaquinzinhos), cavala, lulas, é uma farturinha, por 5 euros trago uma sacada de peixe que dá para um mês! O meu genro consegue comer 15 sardinhas numa refeição (destas da Figueira que são mais pequenas) mas mais saborosas! A tua história de calçar os sapatos, fez-me rir, eu é a meia do pé esquerdo, não percebo porque é a perna esquerda que já não levanta o suficiente, penso que foi contagiada pela do meio, mas vai dando para cuidar dos tomates, na horta!
ResponderEliminarPela ribanceira da vida,
ResponderEliminarescorregando nela para o fim
custa, muito, mais subir a descida
do que dizer, gosto dela mesmo assim.
Porque te causa dores,
manda embora o nevoeiro
no jardim poda as tuas flores
sem dores no esqueleto.
Como ainda não descobriste,
no futuro calçar as meias, mas acreditas
de certeza que na arte pintor já viste
caras feias transformá-las em bonitas?
Corrijo: De de certeza que na arte o pintor já viste!
ResponderEliminarboa tarde
ResponderEliminarno post anterior podia dizer :
que rica sardinha para o meu gatinho
JAFR