Corre por aí uma lenda que diz que os portugueses devem o sucesso dos Descobrimentos a Jesus Cristo. Nem mais nem menos. A história conta-se em poucas palavras e pode ser que vos agrade saber aquilo que, por mero acaso, chegou ao meu conhecimento.
Como devem saber, Jesus Cristo foi carpinteiro durante os primeiros 30 anos da sua vida, arte que aprendeu com o seu pai adoptivo José. Por razões que só ele sabe, decidiu esculpir em madeira um aparelhómetro que era uma reprodução fiel do globo terrestre, com polos, meridianos, paralelos e todo o resto de indicações que ele quis transmitir ao seu povo, antes de partir na sua viagem sem regresso que estava agendada desde o dia em que nasceu.
Como verdadeira obra de arte, embora sem lhe conhecerem o segredo, esse artefacto foi guardado no Templo de Salomão pelos sacerdotes. Como suponho que também sabem, o dito templo foi destruído e pilhado mais que uma vez pelas tribos que habitavam aquela zona e queriam conquistar Jerusalém. Com a protecção divina o templo foi sempre reconstruido e a obra de arte lá guardada a sete chaves, até à Idade Média. Na época das Cruzadas e só Deus (pai de Jesus, o Carpinteiro) saberá o como e o porquê, essa obra de arte foi entregue aos Cavaleiros Templários que acabaram por trazê-la para Portugal, tendo ficado muito bem escondida no Convento de Cristo, em Tomar.
Só o "chefe" dos Templários conhecia a localização do tesouro, mas havia uma segunda pessoa que sabia como localizá-lo se o dito "chefe" sofresse algum acidente e não tivesse tempo de o entregar ao seu sucessor. Na primeira metade do Século XV, fosse por habilidade própria ou inspiração divina, o guardião do tesouro decifrou o seu significado. Ficou a saber que o mundo era uma esfera que girava em torno de um eixo, entendeu o significado do Equador, dos polos, meridianos e paralelos e achou que, se obtivesse os meios necessários, podia dar a volta ao mundo e descobrir onde ir buscar as riquezas que Portugal não tinha e que tanta falta faziam ao nosso povo.
Como era muita areia para a sua camioneta, foi obrigado a partilhar o seu segredo com El-Rei de Portugal D. João I que com a ajuda dos seus filhos, a começar pelo Infante D. Henrique, tinha possibilidades de provar se a sua interpretação da «Esfera Armilar» estava certa ou errada. Afirmava ele que a Terra era redonda e constituida por continentes e oceanos e que, por conseguinte, só "por mares nunca dantes navegados" poderia o Povo Português partir à conquista do mundo.
E foi isso que fez e deu novos mundos ao mundo!
Mas o malandro do templário sabia mais que a Lúcia e nunca revelou o esconderijo da esfera de madeira esculpida no tempo em que Jesus andou pelo mundo e assim nunca se soube como os portugueses conseguiram saber aquilo que ninguém no mundo sabia, nesse tempo. Desconfiando que estava no Convento de Cristo, este começou a ser vasculhado por nobres da corte que souberam do segredo e o seu guardião, como medida de segurança, mudou-o de sítio. Como nunca mais se ouviu falar desse verdadeiro tesouro, nem ele foi encontrado nos 600 anos, entretanto decorridos, acredita-se que o guardião do tesouro deve ter sofrido um acidente ou sido assassinado, antes de confiar a alguém a sua localização.
P.S. - É por essa razão que a esfera armilar faz parte da nossa bandeira.