A televisão, melhor dizendo, o televisor é verdadeiramente uma caixinha de surpresas que traz até nós as mais diversas coisas, umas boas, outras más e outras surpreendentes. Ouvimos os grandes actores internacionais, como o Putin, o Trump, o Erdogan, o Zelensky, etc. a debitar citações para todos ouvirem e ninguém acreditar. Pelo menos é o que a mim parece pelo que resulta dos acontecimentos que se seguem. Quando parece que a paz está ali ao virar da esquina cai o Carmo e a Trindade com centenas de drones e mísseis que voam de um lado para o outro ou prédios que voam em estilhas (com gente lá dentro).
A escada-rolante da ONU parou e fez o Trump subir os degraus um a um, como uma demonstração do poder que afinal ele não tem, nem na sua terra consegue que as coisas funcionem e as pessoas lhe obedeçam, como haveria de consegui-lo lá fora, em Moscovo, Pequim ou Teerão? Diz ele acreditar que estamos quase, quase a atingir um acordo para acabar com a guerra e o seu "amigo" Putin dispara milhares de mísseis sobre a Ucrânia.
Ouvi, na CNN, a entrevista feita a um líder do Hamas que me deixou estarrecido. Ele diz que nunca o Hamas esteve tão bem (credível) e que os mil e tal mortos, em 7 de Outubro, mais os 250 reféns que levaram para Gaza e ainda os sessenta e tal mil mortos palestinos foram um preço baixo pelo resultado conseguido para a "Causa Palestiniana". O Hamas está vivo e continuará a ser a força que regulará o destino dos seus irmãos na Cisjordânia.
O Erdogan recebeu muitos cumprimentos e palmadinhas nas costas, como se dependesse dele o futuro e o destino de russos e ucranianos, de palestinos e judeus. Qual será o segredo ou o poder deste homem que é, ao fim e ao cabo, outro ditador como Putin, em Moscovo, ou Assad, em Damasco? Será pelos pipe-lines que atravessam a Turquia e ligam o Mediterrâneo até meio caminho do Oceano Pacífico? O medo de morrer gelado num inverno que está aí à porta?
E juntaram-se todos em Nova Iorque, na sede da ONU, com Guterres a representar o papel de maestro de uma orquestra que não consegue afinar o som dos seus instrumentos. O Putin e o Lavrov ameaçam fazer pagar caro a quem lhe abater os drones, o Netanyahu diz que só para, quando em Gaza não restar pedra sobre pedra. E até o presidente da Bielorrússia, o gigante Lucashenko, diz que não brinquem com o seu país, pois quem o fizer se arrependerá.
A Europa, na voz dos seu líderes que desapareceram da ribalta, está cada vez mais sem saber como dar a volta ao texto. É uma boa ideia aumentar o fabrico de armas e munições, em vez de as comprar aos EUA, e com isso beneficiar os níveis de emprego na União e contribuir para o aumento do PIB. Mas vê-se obrigada a prometer a Trump que continuará a comprar essas mesmas armas na América para que lhe sejam perdoadas as tarifas de exportação dos seus automóveis e outros produtos que precisam de vender do lado de lá do Atlântico. Uma equação difícil de resolver!
Nem quero lembrar do caso do nosso PM a prometer que vai dar um bónus para ajudar a pagar as rendas até 2.300€. Aquela senhora que o confrontou na rua quase o comia! Então os portugueses, cujo salário mínimo, ainda não chegou aos 1.000€ e o médio ainda está longe dos 2.000€ vão pagar rendas desse valor para terem direito a um bónus? E quem recebe as rendas? Ah. é aí que reside o busílis da questão, os ricaços dos senhorios que pertencem ao grupo dos felizardos para quem o Montenegro governa. Alguém tem que defender os interesses desse senhores, ou não?
Quando vivi em Lourenço Marques, nos idos de 1965/1966/1967, foi inaugurado, na Avenida 24 de Julho, o cinema Manuel Rodrigues (não sei quem foi este senhor que deu o nome ao cinema, mas prometo investigar, logo que acabe esta minha crónica), onde me lembro de ir ver 2 filmes de grande impacto. O primeiro foi um musical que ficou famoso, «Música no coração», e o segundo foi «O Mundo-cão» uma sátira sobre quem regula este mundo em que vivemos.
O mundo, tal como está hoje, é o verdadeiro mundo cão, onde manda quem tiver os dentes mais fortes para cortar a jugular dos seus inimigos e os fazer esvair em sangue. Esses dentes são, hoje, os drones que voam de uma lado para o outro e estraçalham tudo que encontram pela frente. Coitados daqueles que sem qualquer culpa no cartório vêem entrar-lhes pela janela dentro um drone que faz tudo em estilhas.
E tudo pela ambição de mais uns dólares na conta bancária !!!
És o melhor jornal onde leio tudo e que concordo com o que dizes:)
ResponderEliminarBeijos e um bom dia!
Lembro-me do cinema Gil Vicente perto do Café Scala e de um outro no Alto-Maé mas desse não me lembro...
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